Combates se intensificam também em Ajdabiya (Patrick Baz / AFP)
Um caça F-15 dos Estados Unidos caiu durante os combates aéreos desta terça-feira na Líbia. Seus dois pilotos conseguiram se ejetar, e ambos foram resgatados com segurança, informou uma porta-voz do comando americano militar na África. Os americanos dizem que não há sinais de que o avião tenha sido abatido pelas tropas do ditador Muamar Kadafi. A queda do jato acontece no mesmo dia em que a coalizão internacional liderada por EUA, França e Grã-Bretanha intensificou os ataques contra as forças de Kadafi - que reagiram com brutalidade, provocando a morte de inocentes.
As batalhas desta terça entre as forças ocidentais e as tropas do regime incluem bombardeios à capital líbia, Trípoli, e à cidade rebelde de Misrata, onde quatro crianças morreram em decorrência de uma ofensiva de soldados leais a Kadafi. "A situação aqui em Misrata é muito ruim. Tanques começaram a atacar a cidade nesta manhã", disse um morador, chamado Mohammed, do lado de fora do hospital da cidade. "Atiradores de elite estão participando das operações também. Um carro civil foi destruído, matando quatro crianças. A mais velha tinha 13 anos", relatou ele.
Refugiados - Também nesta terça, milhares de líbios tiveram de abandonar suas casas no leste do país - os combates acirrados entre forças ocidentais e tropas locais tornaram a situação extremamente perigosa. De acordo com o Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (Acnur), "os deslocados se refugiaram em casas, escolas e abrigos comunitários". De acordo com o porta-voz Adrian Edwards, "dar assistência humanitária nessas condições é muito difícil". Há escassez de produtos básicos e remédios no leste do território líbio. Os relatos foram transmitidos por pessoas que cruzaram a fronteira com o Egito.
Na capital, vários prédios foram atingidos por mísseis durante a madrugada, mas não há informações sobre possíveis vítimas. Em discurso no Chile, na segunda-feira, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, declarou que o país espera passar o comando da missão militar para as mãos dos europeus nos próximos dias. Fontes do exército americano citadas pelo jornal The New York Times informaram na segunda que o objetivo militar da missão Odisseia do Amanhecer está próximo de ser cumprido.
Críticas - Desde o seu início, a intervenção militar na Líbia dividiu a opinião da comunidade internacional. Apesar de contar com a legitimidade do Conselho de Segurança da ONU, a ação desagradou a China e a Alemanha. A Liga Árabe, que havia apoiado a resolução, criticou duramente os ataques de segunda em Trípoli. Os governos britânico e americano divergiram sobre se Kadafi seria ou não um alvo militar. Preocupado com a clara divisão da comunidade internacional em torno da situação na Líbia, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, afirmou que as divergências precisam ser rapidamente resolvidas.
(Com agências France-Presse, EFE e Reuters)