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Pai desenvolve jogo para filha de 4 anos com fibrose cística

Pai desenvolve jogo para filha de 4 anos com fibrose cística

bbc brasil

18/08/2011 - 22h30
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"Toda noite, ela chorava e gritava e fugia e a coisa estava ficando progressivamente mais difícil quanto mais velha ela ficava", diz Day.

Foi então que ele percebeu que poderia usar o talento de seus colegas de universidade para diminuir o sofrimento da menina. Junto com especialistas da Escola de Computação e Matemática, ele desenvolveu uma linha de jogos de computador que tornam o tratamento divertido e ainda podem ajudar a monitorar a progressão da doença.

Ao respirar através de uma máscara conectada por tubos aos computador, as crianças controlam personagens e formas na tela ao expirar com determinada força.


Doença incurável


A fibrose cística é uma doença genética grave e incurável que causa uma alteração nas glândulas que faz com que o corpo produza um muco mais espesso, que bloqueia as vias respiratórias e outros órgãos.


"As crianças precisam de fisioterapia regular para que possam expelir o muco de seus pulmões, caso contrário ele vira local de proliferação de bactérias que podem agravar seu estado de saúde", explica Day.


"A fisioterapia inclui leves batidas nas costas ou peito do paciente. Também usamos uma máscara de pressão expiratória positiva (PEP), que é colocada no rosto e que dificulta a expiração, fazendo com que eles puxem o muco do pulmão e consigam expeli-lo tossindo. As crianças acham o tratamento de PEP difícil, desagradável e chato e pode ser bastante complicado conseguir que elas façam os exercícios."


Evolução

Além de um jogo com flores, há outros com piratas e dragões


Após observar a evolução dos videogames nos últimos anos, Day achou que seria possível criar um jogo que tornasse a fisioterapia mais atraente para as crianças.


Usando verbas da universidade e de bolsas de pesquisa europeias, a equipe de jogos de computador de Derby transformou a ideia em realidade.


Os pesquisadores colocaram um dispositivo na máscara de PEP que converte a respiração das crianças em sinais eletrônicos. Controlando sua respiração, elas controlam também os personagens na tela.


A tecnologia é similar à maneira como paraplégicos usam tubos respiratórios para controlar cadeiras de rodas e outros aparelhos eletrônicos.


"Organizando um registro da performance do jogador ao longo do tempo, um médico pode aferir a eficiência de seus pulmões. A flexibilidade dos jogos significa que mesmo as crianças mais jovens conseguem jogar nos níveis iniciais", explica Andreas Oikonomou, especialista em jogos de computador da universidade.


Flores e dragões

"Ela soprou no aparelho, viu flores na tela e olhou para mim com uma expressão maravilhada", diz o pai.

"Ela me perguntou como funcionava e eu disse que era mágica. Ela adorou e desde então, isso tirou toda a pressão e preocupação de garantir que ela fizesse a fisioterapia."
Além do jogo das flores, o favorito de Alicia, a equipe também desenvolveu jogos com navios piratas e dragões.


Agora, Day espera conseguir verbas para testar os jogos com mais dez crianças, entre seis e nove anos de idade

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"Esperamos que nos próximos 12 meses tenhamos uma versão disso à venda para o público para que outras crianças e pais possam se beneficiar. Até onde sei, todos os pais sofrem para conseguir que os filhos façam a fisioterapia", diz o professor.


"É uma batalha que todos os pais de crianças com fibrose cística têm de lutar, então acho que o que estamos fazendo é absolutamente fundamental."


O Grupo Brasileiro de Estudos de Fibrose Cística (GBEFC) afirma que há mais de 2,5 mil pacientes com fibrose cística em tratamento no Brasil, mas segundo a associação, para cada paciente diagnosticado no país, há quatro sem diagnóstico.

aVANÇO

Após acordo de Marangatu, Estado prioriza outras seis áreas em conflito

Modelo de negociação inédito deve abrir precedentes para que mais fazendeiros sejam indenizados para deixar terras reivindicadas por indígenas

27/09/2024 10h15

O governador do Estado, Eduardo Riedel, afirmou que o acordo firmado é uma quebra de paradigma, mas que abre negociações semelhantes

O governador do Estado, Eduardo Riedel, afirmou que o acordo firmado é uma quebra de paradigma, mas que abre negociações semelhantes Marcelo Victor/Correio do Estado

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No dia 25 de setembro, indígenas e fazendeiros fecharam um acordo histórico durante audiência de conciliação no Supremo Tribunal Federal (STF), que permitiu a continuidade no processo de homologação da Terra Indígena TI Ñande Ru Marangatu, que possui 9.317 hectares, mediante indenização de R$ 146 milhões aos proprietários rurais que vivem na região para que eles se retirem das terras.

O acordo só aconteceu após os conflitos, que acontecem na região há mais de quatro décadas, se intensificarem novamente e resultarem na morte do indígena Neri Guarani Kaiowá, que foi executado por um Policial Militar com um tiro na nuca.

Durante coletiva de imprensa para tratar sobre o tema, realizada na manhã desta sexta-feira (27) o governador do Estado, Eduardo Riedel, reforçou o interesse do executivo estadual de fazer acordos em outros territórios reivindicados por indígenas em Mato Grosso do Sul. Ele mencionou que o acordo histórico é uma "quebra de paradigma", e não será generalizado, mas que abre o modelo de discussão, que pode ser utilizado em cenários semelhantes.

"É claro que esse acordo é uma quebra de paradigma, ele não abre um precedente geral, porque está muito bem posto no âmbito da conciliação específica desse caso [de Marangatu]. Agora, ele abre esse modelo de discussão. O Congresso Nacional está discutindo uma legislação que defina os critérios e o regramento daquela que é uma questão constitucional", disse Riedel.

A expectativa é que a mesa de conciliação do STF elabore uma proposta de legislação que o Congresso Nacional aceite, para pacificar o conflito de terras no Brasil.

Segundo o governador, existem atualmente mais de 30 territórios em litígio no estado, sendo seis deles prioridade para a firmação de acordos, por se tratarem de locais onde os confrontos são mais intensos. O cenário foi apresentado em reunião com o ministro do STF, Gilmar Mendes, realizada na última quinta-feira (26).

Riedel explicou ainda que o grau de litígio reúne uma série de parâmetros para priorizar negociações como essa. As seis áreas citadas acima se enquadram no grau de litígio 1, considerado de prioridade para resolução.

"É um novo modelo, posto a partir de uma negociação, que certamente vai ter desdobramentos em outros casos, em outras discussões, e não há aqui uma regra estabelecida. É importante que se diga que o que foi feito é no âmbito de um processo judicial específico, e que pode ser adotado para outros processos que sigam enquanto a legislação não estiver pacificada (...) a gente espera que a mesa de conciliação, que foi trazida pelo STF, leve a final e a cabo uma discussão, e que o Congresso Nacional possa efetivamente dar a condição final para esse tipo de litígio", finalizou Riedel.

O governador não especificou quais seriam as seis áreas de litígio grau 1.

Relembre

Em acordo histórico entre indígenas e fazendeiros, ocorrido em audiência de conciliação no Supremo Tribunal Federal (STF), o governo federal e governo do Estado se comprometeram a pagar R$ 146 milhões de indenização para proprietários rurais de Antônio João, dando continuidade, assim, a finalização da homologação da Terra Indígena Ñande Ru Marangatu, de 9.317 hectares.

Uma semana após o assassinato do indígena Neri Guarani Kaiowá, de 23 anos, ocorrido no dia 18, o acordo feito com a presença do Ministério dos Povos Indígenas (MPI), Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), lideranças indígenas Guarani Kaiowá, governo do Estado, representado pela Procuradoria-Geral do Estado (PGE), Ana Carolina Ali Garcia, e proprietários rurais, que sacramenta o fim dos conflitos pela propriedade das terras em Antônio João.

Do total de R$ 146 milhões que serão pagos como indenização, R$ 102,2 milhões serão destinados pela União aos proprietários rurais pela terra nua, por meio de precatórios, e R$ 16 milhões o governo do Estado vai arcar como contrapartida. 

O outro montante restante, de acordo com a ata do termo da audiência de conciliação, será pago pela União de imediato aos fazendeiros, pelas benfeitorias feitas nas terras, no valor de R$ 27,8 milhões.

Após o pagamento das benfeitorias, que deve ocorrer até o final deste ano, os proprietários rurais terão 15 dias para se retirarem dos 9.317 hectares, que serão oficialmente pertencentes ao povo Guarani Kaiowá.

Já para o pagamento pela terra nua, que será feito através de precatórios, a previsão é que os títulos de precatórios comecem a ser pagos no começo de 2025.

Saiba

O conflito de terras em Antônio João já dura décadas, ao longo desse período, quatro indígenas já foram mortos no município em virtude da disputa por terras. O primeiro foi Marçal de Souza, em 1983, o segundo foi Dorvalino Rocha, em 2005. Dez anos depois, em 2015, Simião Vilhalva foi assassinado. O último foi Neri Guarani Kaiowá, no dia 18.

Colaborou: Judson Marinho

REFRESCO

Chuva chega na maior parte da região sul e alivia calorão em MS

Além das fortes precipitações, queda nas temperaturas foram registradas em todo o estado; déficit de chuva no ano preocupa meteorologia

27/09/2024 09h45

Chuva dá as caras em MS e alivia calorão

Chuva dá as caras em MS e alivia calorão Gerson Oliveira / Correio do Estado

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As chuvas, como previstas pelo Correio do Estado, chegaram em Mato Grosso do Sul, principalmente na região sul do estado. Além das fortes precipitações, quedas nas temperaturas também foram registradas, com alguns municípios alcançando 14,4°C.

Segundo dados do Centro de Monitoramento do Tempo e Clima de Mato Grosso do Sul (Cemtec), nas últimas 48 horas, Bataguassu marcou 77,4 mm de chuva, seguido por Ivinhema, com 30,6 mm, Angélica, com 28,6 mm, e Nova Andradina, com 16 mm. Outras cidades como Rio Brilhante, Bonito e São Gabriel do Oeste também registraram bons índices de chuva nos últimos dois dias.

Vinícius Sperling, meteorologista do Cemtec, afirmou que ainda é cedo para iniciar o plantio de cana, fortemente marcado na região sul do estado, pois o solo está muito seco e as altas temperaturas devem voltar na próxima semana. Ainda de acordo com Vinícius, essa situação é agravada pelo déficit de chuva acumulada em todos os municípios sul-mato-grossenses de janeiro a agosto deste ano.

Chuva dá as caras em MS e alivia calorão Chuva acumulada no ano nos municípios de MS

Também, nos primeiros 15 dias de setembro, todas as cidades analisadas ficaram abaixo do esperado, ou seja, abaixo da média histórica. 13 municípios não registraram chuva nas primeiras duas semanas, dentre elas, Três Lagoas, Chapadão do Sul e Coxim.

Quedas nas temperaturas

Entre a noite desta quinta-feira (26) e a manhã desta sexta-feira (27), a população sul-mato-grossense percebeu uma queda nas temperaturas. Ponta Porã chegou a alcançar 14,4°C, seguido por Sete Quedas e Aral Moreira, ambas com 14,6°C, e Amambaí, com 14,7°C, enquanto Campo Grande amanheceu com 18°C. Confira as temperaturas nesta manhã:

Chuva dá as caras em MS e alivia calorão Temperaturas mínimas no estado nesta manhã (27)

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