Cidades

Depois de confronto

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Ministro da Justiça autoriza envio da Força Nacional para área de conflito em MS

Tropa irá auxiliar polícias Militar e Federal a reforçar segurança em Caarapó

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Depois de confronto que terminou com indígena morto e oito pessoas feridos, entre elas criança, mulher e policiais em Caarapó, ministro da Justiça e Cidadania, Alexandre de Moraes, autorizou, na tarde de hoje, envio da tropa da Força Nacional para reforçar a segurança na região de conflito.

Apoio da Força Nacional foi solicitado pelo governador de Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja (PSDB). Não há registros de novos conflitos no local.

Ontem, três policiais militares foram feitos reféns pelos índios depois que Clodiode Aquileu Rodrigues de Souza, agente de saúde da aldeia Tey Kue e filho de liderança, morreu baleado. Outros cinco indígenas foram feridos.

Tropa irá auxiliar as Polícias Federal, Militar e Rodoviária Federal, com objetivo de restabelecer a ordem, evitar novos confrontos e garantir segurança das pessoas e preservar patrimônios.

De acordo com nota do Ministério da Justiça e Cidadania, ministro acompanha a situação desde ontem e determinou rigorosa apuração dos fatos.

Polícia Federal e Militar estão na área da fazenda e objetivo é reaver armas que foram tomadas dos policiais por indígenas durante o confronto.

Força Nacional já atua no Estado, em Ponta Porã, em apoio às ações de combate aos crimes fronteiriços.

CONFLITO

Outras oito pessoas foram encaminhadas a hospitais de Caarapó e Dourados, incluindo uma mulher e uma criança. Três policiais também integram a lista, depois de serem espancados por indígenas durante resgate das vítimas. Armas e coletes foram tomados dos militares, já a viatura foi queimada.

Estão no local representantes da Fundação Nacional do Índio (Funai), Ministério Público Federal (MPF), além das Polícias Federal, Civil, Militar, Rodoviária Federal e do Departamento de Operações de Fronteira (DOF). Um helicóptero dá suporte as ações e equipe do Batalhão de Choque, em Campo Grande, está de prontidão caso seja necessária intervenção.

VÍTIMAS

Cinco indígenas feridos no confronto continuam internados no Hospital da Vida, em Dourados e não correm risco de morte. Uma pessoa continua no hospital de Caarapó.

Superintendente do Hospital da Vida, Genivaldo Dias da Silva, disse ao Portal Correio do Estado que das cinco vítimas, três passaram por cirurgia, incluindo a criança de 12 anos. Todos estão estáveis e em observação.

Foram encaminhados ao hospital com ferimentos provocados por tiros o menino de 12 anos, baleado na barriga, Valdilio Garcia, de 26 anos, atingido no tórax, Jesus de Souza, 29 anos, com ferimento de tiro no abdomem e Norivaldo Mendes, de 37 anos, baleado no tórax. Destes, apenas Norivaldo não passou por cirurgia.

Além deles, também deu entrada no Hospital da Vida Libersio Marques Daniel, de 43 anos, com ferimentos na cabeça, ombro, tórax e abdomen. Ele também não precisou de cirurgia.

DIREITOS HUMANOS

Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, em Brasília, está a caminho do Estado e deve chegar na noite de hoje em Dourados. Fazem parte da comitiva os deputados Padre João (PT-MG), Paulo Pimenta (PT-RS), Zeca do PT e Wander Loubet (PT-MS).

Presença da comissão foi solicitada pelos indígenas para garantir proteção aos Guarani Kaiowá na região. Objetivo do grupo é mediar, com autoridades locais, soluções para o fim do conflito.

Pesquisa

Extrema pobreza cai a nível recorde; dúvida é se isso se sustenta

O país terminou o ano passado com 18,3 milhões de pessoas sobrevivendo com rendimentos médios mensais abaixo de R$ 300

19/04/2024 18h00

A PnadC de 2023 mostrou que os rendimentos dos brasileiros subiram 11,5% em relação a 2022. Foto: Favela em Campo Grande - Gerson Oliveira/Correio do Estado

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A expressiva alta da renda em 2023 reduziu a pobreza extrema no Brasil ao seu nível mais baixo da série histórica, a 8,3% da população. O país terminou o ano passado com 18,3 milhões de pessoas sobrevivendo com rendimentos médios mensais abaixo de R$ 300. Apesar da queda, isso ainda equivale a praticamente a população do Chile.

O cálculo é do economista Marcelo Neri, diretor da FGV Social, a partir da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (PnadC), do IBGE.

Em relação a 2022, 2,5 milhões de indivíduos ultrapassaram a linha dos R$ 300, numa combinação de mais transferências pelo Bolsa Família, aumento da renda do trabalho e queda do desemprego. A grande dúvida é se o movimento —e mesmo o novo patamar— seja sustentável.

A PnadC de 2023 mostrou que os rendimentos dos brasileiros subiram 11,5% em relação a 2022. Todas as classes de renda (dos 10% mais pobres ao decil mais rico) tiveram expressivos ganhos; e o maior deles deu-se para os 5% mais pobres (38,5%), grandes beneficiados pelo forte aumento do Bolsa Família —que passou por forte expansão nos últimos anos.

Entre dezembro de 2019 (antes da pandemia) e dezembro de 2023, o total de famílias no programa saltou de 13,2 milhões para 21,1 milhões (+60%). Já o pagamento mensal subiu de R$ 2,1 bilhões para R$ 14,2 bilhões, respectivamente.

Daqui para frente, o desafio será ao menos manter os patamares de renda —e pobreza— atuais, já que a expansão foi anabolizada por expressivo aumento do gasto público a partir do segundo semestre de 2022.
Primeiro pela derrama de incentivos, benefícios e corte de impostos promovidos por Jair Bolsonaro (PL) na segunda metade de 2022 em sua tentativa de se reeleger. Depois, pela PEC da Transição, de R$ 145 bilhões, para que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pudesse gastar mais em 2023.

Como esta semana revelou quando governo abandonou, na segunda-feira (5), a meta de fazer superávit de 0,5% do PIB em suas contas em 2025, o espaço fiscal para mais gastos exauriu-se.

A melhora da situação da renda dependerá, daqui para frente, principalmente do mercado de trabalho e dos investimentos do setor privado. Com uma meta fiscal mais frouxa, os mercados reagiram mal: o dólar subiu, podendo trazer impactos sobre a inflação, assim como os juros futuros, que devem afetar planos de investimentos empresariais e, em última instância, o mercado de trabalho.

Apesar do bom resultado em 2023, algumas análises sugerem que o resultado não deve se repetir. Segundo projeções da consultoria Tendências, a classe A é a que terá o maior aumento da massa de renda real (acima da inflação) no período 2024-2028: 3,9% ao ano. Na outra ponta, a classe D/E evoluirá bem menos, 1,5%, em média.

Serão justamente os ganhos de capital dos mais ricos, empresários ou pessoas que têm dinheiro aplicado em juros altos, que farão a diferença. Como comparação, enquanto o Bolsa Família destinou R$ 170 bilhões a 21,1 milhões de domicílios em 2023, as despesas com juros da dívida pública pagos a uma minoria somaram R$ 718,3 bilhões.

A fotografia de 2023 é extremamente positiva para os mais pobres. Mas o filme adiante será ruim caso o governo não consiga equilibrar suas contas e abrir espaço para uma queda nos juros que permita ao setor privado ocupar o lugar de um gasto público se esgotou.

Voos em queda

Aeroportos de Mato Grosso do Sul enfrentam desafios enquanto Aena Brasil lidera crescimento nacional

No acumulado do ano de 2024, o volume de passageiros chegou a mais de 395 mil passageiros em Mato Grosso do Sul, com um aumento de 4,8% no número de operações realizadas nos três aeroportos do Estado

19/04/2024 17h41

Os três aeroportos de Mato Grosso do Sul mantiveram um desempenho estável no acumulado do ano, com um aumento significativo nas operações. Foto/Arquivo

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A Aena Brasil revelou hoje os números da movimentação nos aeroportos até março de 2024, destacando-se como a empresa com a menor redução de passageiros no país. No entanto, o aeroporto de Ponta Porã, sob sua administração, enfrentou uma redução significativa de 42,4% no fluxo de passageiros em março deste ano.

Esta tendência também foi observada na capital sul-mato-grossense, onde o volume de passageiros em Campo Grande caiu 5,5%, totalizando 118.529 passageiros, e no aeroporto de Corumbá, com uma redução de 14,3%.

Além disso, as operações aeroportuárias também estão em declínio, com quedas de 15,9% em Ponta Porã, 10,6% em Corumbá e 8,7% na capital, no volume de operações.

Apesar desses desafios, no acumulado do ano, a Aena Brasil aponta que o aeroporto internacional de Campo Grande registrou uma redução de 3,0% no fluxo de passageiros e de 3,5% no número de operações aeroportuárias.

Já o aeroporto de Ponta Porã apresentou uma queda de 27% no fluxo de passageiros, mas com um saldo positivo de 4% no número de operações. Além disso, o aeroporto de Corumbá, considerado a capital do Pantanal, registrou um aumento de 4,9% nas operações.

No total, a movimentação nos três aeroportos de Mato Grosso do Sul alcançou 395.388 passageiros e 5.043 operações realizadas.

Veja o ranking nacional:

Aena tem crescimento de 6,3% na movimentação em todo o Brasil

Enquanto isso, em nível nacional, a Aena Brasil experimentou um crescimento impressionante de 6,3% na movimentação. Os 17 aeroportos administrados pela empresa no Brasil registraram 10,4 milhões de passageiros no primeiro trimestre de 2024, representando um aumento de 6,3% em comparação com o mesmo período do ano anterior.

Em relação ao número de pousos e decolagens, nos três primeiros meses houve alta de 5,4%, com um total de 115,5 mil movimentos de aeronaves. Considerando somente o mês de março, o crescimento chega a 6,1% no total de passageiros (3,4 milhões), em relação ao mesmo mês de 2023, e a 1,7% no volume de pousos de decolagens (38,9 mil).

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