Estamos em tempo quaresmal. A humanidade precisa saber que existem acontecimentos que fazem parte da história com suas verdades e com seus compromissos. São verdades e compromissos que vão definindo a maneira de viver e como deverá contribuir a fim de que tudo concorra para o bem dos povos e para a solidariedade entre as nações.
Nessa história toda, há de se admirar e aceitar que uma pessoa divina se fez pessoa humana assumindo as dores e fraquezas e mostrando como será possível vivenciar essa realidade e contribuir pela felicidade e salvação de todo o ser humano.
Justamente o assim denominado “Domingo de Ramos” é que abre as portas dessa história, não apenas para recordar um fato do passado, mas também para atualizar as atitudes e os compromissos com a salvação dessa mesma humanidade.
Mesmo para quem não acredita, permanece uma certa inquietude no que diz respeito às atitudes assumidas pelo Mestre e Senhor diante das tantas situações de pobreza e de doença transformadas em alegria e em vida nova.
Assim deverá despertar nem que seja uma certa curiosidade em quem não crê no Senhor. E, para quem crê, esta é a semana denominada santa por recordar e atualizar os acontecimentos centrais da História da Salvação. Celebra ainda a paixão, morte e ressurreição do Senhor.
Embora não merecesse, Jesus Cristo humildemente aceitou apresentar-se aos tribunais dando satisfação e prestando esclarecimentos pelas suas atitudes e por seus milagres com os pobres, famintos e doentes. A todos atendeu com total amor.
Teve também momentos de fraqueza e de insegurança em seu peregrinar. E foi no Jardim das Oliveiras, debilitado em suas forças, que se dirigiu ao Pai nestes termos: “Meu Pai, se possível, afaste de mim esse cálice. Contudo, não seja feito como eu quero, mas sim como tu queres” (Mt. 26, 38).
Apesar de o momento ser de angústia profunda, expressa mais um sentimento de inquietude e de medo, dizendo: “Meu Pai, se este cálice não pode passar sem que eu o beba, seja feita a tua vontade” (Mt. 26, 43). Não usou de violência diante da violência usada pelo Imperador.
Mesmo vendo aquele povo que recebera dele tantos gestos de amor, de perdão e de cura e agora, insuflado pelos poderosos o estão condenando, continuou manso e humilde. Aceitou a condenação com o mesmo espírito de desprendimento pessoal e de entrega total nas mãos do Pai.
Esta semana propõe um espaço para uma reflexão humilde e sincera. E que seja oportunidade de comparar o que ele faz em função de nossas misérias e o que nós fazemos em favor de tantos irmãos fragilizados pelas limitações humanas e espirituais. Irmãos e irmãs necessitados de quem lhes mostre novos caminhos e novas possibilidades de bem-estar e de vida.
A partir da parábola do Bom Samaritano, refletida na Campanha da Fraternidade, podemos ver tantos irmãos caídos à margem da vida, vítimas do coronavírus. Que possamos compadecer-nos e cuidar deles. Assim, com certeza, a humanidade da qual fazemos parte poderá dar graças e louvores ao Senhor plenamente.