Cidades

CENSO DEMOGRÁFICO

Com a 3ª menor desocupação do País, MS enfrenta dificuldade para contratar recenseadores do IBGE

A 10 dias do fim de coleta do Censo, 30% do Estado ainda precisa ser entrevistado

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A 10 dias do fim da Coleta do Censo, em Mato Grosso do Sul, 30% da população ainda precisa ser alcançada pela pesquisa. Ausência de recenseadores é o principal motivo para ritmo lento da coleta. Estima-se que por ser o Estado com a 3ª menor desocupação do País, a população esteja tendo oportunidades de trabalho que podem ser consideradas mais atrativas.

Sobretudo, enquanto alguns municípios já estão encerrando, há outros que sequer chegaram à cobertura de 50%. 

Segundo informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em todo o Estado, desde o início da coleta em 1º de agosto, 1.984.056 moradores em 802.812 domicílios foram entrevistados. 

Tal número representa 69,8% da população estimada para o ano de 2021. 

O município de Sete Quedas é o único do Estado a ter finalizado a cobertura da coleta, restando apenas uma pequena parcela da população não recenseada, que pode comparecer ao posto do IBGE para responder. 

Outros 7 municípios estão próximos de encerrar a coleta dos dados do Censo Demográfico, são eles: Brasilândia, Costa Rica, Taquarussu, Deodápolis, Fátima do Sul, Cassilândia e Vicentina. 

Nestes municípios, o IBGE está chamando a população que não foi recenseada a procurar o posto de coleta do Censo. 

Por outro lado, há dez municípios que estão abaixo de 50% de coleta concluída: São Gabriel do Oeste, Ivinhema, Caarapó, Coronel Sapucaia, Maracaju, Nova Andradina, Jaraguari, Caracol, Ribas do Rio Pardo e Bonito. 

Nestas cidades, o IBGE está fazendo uma força-tarefa, com o deslocamento de equipes de outros municípios, além dos pedidos de apoio das prefeituras e demais parceiros.

Em coletiva de imprensa, o superintendente estadual do IBGE, Mario Alexandre Frazeto, afirmou que a Capital Campo Grande é um dos locais que mais avança na coleta. 

"Mato Grosso do Sul está em um parâmetro de crescimento. Hoje, estamos com 70% do Estado bem adiantado. Estamos em 7° lugar no ranking, mas estamos em um ritmo bom", disse. 

Brasil  

Em escala nacional, durante esse mesmo período de coleta, 158.483.743 pessoas foram recenseadas em 78.438.40 domicílios. 

Tal número corresponde a 74,29% da população estimada no ano passado. 

Os dados coletados no Censo 2022 ainda passarão por supervisão de qualidade e devem ser divulgados de forma preliminar na última semana de dezembro. 

Contratações de recenseadores  

Segundo o superintendente Mário, há 2524 vagas de recenseadores abertas no Estado. Entretanto, apenas 1497 foram preenchidas. 

Logo, preenchendo pouco menos da metade das vagas, o Estado enfrenta dificuldades em dar andamento à coleta. 

Entre os motivos elencados para a ausência de servidores está a possibilidade de que, por ser o Estado com a 3ª menor desocupação do País, a população esteja tendo outras oportunidades mais atrativas. 

Nesta semana, foi aprovado uma Medida Provisória (MP) que dispõe sobre regras
especiais para a contratação de pessoal, por tempo determinado, visando a atender a necessidade temporária de excepcional interesse público vinculado ao Censo Demográfico de 2022. 

Conforme já noticiado pelo Correio do Estado, a MP dispensa a realização de processo seletivo e permite incluir aposentados pelos regimes próprios de previdência social da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios. 

As atividades a serem desempenhadas pelos contratados deverão ser atividades
ordinárias pertinentes ao recenseamento. 

Haverá igualdade de condições na seleção, na contratação e na execução da contratação entre os aposentados e os demais concorrentes ou contratados.

Além da possibilidade de contratação de aposentados, após revisão de entendimento da CGU, os microempreendedores individuais (MEIs) também poderão ser contratados para o trabalho de recenseador.

Havendo disponibilidade de vagas, os candidatos deverão procurar um posto de coleta do IBGE e preencher uma ficha de inscrição.

TURN OFF

Estado renova contrato milionário com pivô de escândalo de corrupção

Empresa Isomed, cujos proprietários chegaram a ser detidos em novembro de 2023, prestará serviço de diagnósticos médicos por mais um ano

17/02/2025 10h40

Grande quantidade de cédulas, nacionais e estrangeiras, foi apreendida pelo Gaeco em novembro de 2023

Grande quantidade de cédulas, nacionais e estrangeiras, foi apreendida pelo Gaeco em novembro de 2023

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Quase 15 meses depois da operação Turn Off, que revelou um suposto esquema de corrupção em órgãos públicos estaduais e até na Apae, o Governo do Estado renovou e reajustou um contrato de prestação de serviços com a empresa Isomed Diagnósticos, que com isso vai receber R$ 11,7 milhões por ano. 

Conforme publicação do diário oficial desta segunda-feira (17), o contrato com a Isomed recebeu um aditivo, o terceiro, de R$ 620.679,34 e terá validade até 11 de fevereiro de 2026. A publicação traz o nome de Adriana Ferreira Domingos como representante da empresa para assinatura do contrato. 

Porém, conforme apontou a investigação revelada em 29 de novembro de 2023, os reais proprietários são os irmãos Lucas de Andrade Coutinho e Sérgio Duarte Coutinho Júnior, que chegaram a ser presos naquele dia. Ainda de acordo com a investigação, oficialmente a empresa estava no nome da esposa de Sérgio, Thaline Hernandez das Neves Coutinho. 

Inicialmente, o contrato médico-hospitalar foi assinado em 2022, na gestão do governador Reinaldo Azambuja, pelo então secretário de Saúde, Flávio da Costa Britto Neto, que passou a ser secretário-adjunto da Casa Civil na gestão de Eduardo Riedel no ano seguinte. Flávio Brito foi alvo de busca e apreensão na operação do MPE e acabou demitido pelo governador Eduardo Riedel.

No total, 35 mandados de busca de apreensão foram cumpridos, além de oito mandados de prisão por conta da investigação que apontou suspeitas de fraude em contratos de R$ 68 milhões dos empresários com as secretarias de Saúde e Educação. Além da Isomed, outras duas empresas, Isototal e Maiorca, também foram investigadas na Turn Off. 

E, além do secretário-adjunto da Casa Civil, a operação do Gaeco também mirou no adjunto da Educação, Edio Antonio Resende de Castro Bloch, um antigo assessor do ex-governador Reinaldo Azambuja. Este chegou a ser preso e também foi demitido. 

Até ser preso, ele era responsável por toda a parte financeira da secretaria de Educação, a maior do Governo do Estado, com orçamento total de R$ 2,7 bilhões em 2023. 

O esquema, conforme divulgou à época o Ministério Público, estava baseado em uma espécie de jogo de cartas marcadas entre os irmãos e a servidora Simone de Oliveira Ramires Castro, pregoeira-chefe da Secretaria de Estado de Administração (SAD), que supostamente recebia propina para garantir a vitória dos irmãos em licitações.

A investigação flagrou coincidências entre os dias em que os servidores cobravam a propina dos irmãos Coutinho e os pagamentos eram feitos.

“Seguinte, cara, Simone tá me enchendo o saco. Encontrei ontem ela na secretaria, e hoje ela tá me mandando mensagem [perguntando] se tem alguma coisinha pra ela lá do negócio da empresa lá. [...] Ela é carniça, além de eu ter dado aquele dia aquele valor que te falei, ela tá pedindo mais um. Vê se tem alguma coisinha pra ajudar ela lá”, disse Lucas ao irmão Sérgio, em 18 de outubro do ano passado. 

A conversa dos irmãos foi pela manhã, e no mesmo dia Simone convocou, por sua própria orientação, uma empresa – a Health Brasil Inteligência em Saúde Ltda. – para a prova em conceito (passo final para a assinatura do contrato com a administração). A Health Brasil, por sua vez, subcontratava a empresa Isomed Diagnósticos, da esposa de Sérgio Coutinho
 

APAE

O suposto esquema de corrupção operado pelos irmãos Coutinho envolvia até mesmo a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae). Paulo Muleta Andrade, coordenador técnico do Centro Especializado em Reabilitação da Apae, foi detido por conta dos indícios de que recebia  4% de propina das vendas que os Coutinho faziam à entidade, bancadas por um convênio também realizado por intermédio da Secretaria de Estado de Saúde (SES).

EDUCAÇÃO

No caso da Secretaria de Educação, as suspeitas foram sobre suposta fraude na aquisição de aparelhos de ar-condicionado com sobrepreço. A aquisição dos aparelhos, conforme os investigadores, foi toda fraudada. 
A Comercial Isototal, de Lucas Coutinho, concorreu no pregão com a Comercial T&C Ltda., pertencente a seu tio. Para reforçar o indício da “carta marcada”, a empresa do tio dele ofereceu preço bem acima do concorrente.

Turn Off, termo que deu nome à operação de novembro de 2023, traduz-se da língua inglesa como 'desligar'. O termo foi usado após a primeira descoberta desta investigação, que teria sido a corrupção na aquisição de aparelhos de ar-condicionado. 

Então, sem tese, o objetivo da operação era 'desligar' (fazer cessar) as supostas atividades ilícitas da organização criminosa que estava sob investigação.

DENUNCIADOS

Após a conclusão das investigações, em junho do ano passado o Ministério Público Estadual apresentou três ações criminais por corrupção, organização criminosa e peculato contra os investigados na Turn Off.

A conclusão é de que foram desviados R$ 48,3 milhões das secretarias estaduais de Educação e de Saúde.

Conforme o MPE, houve denúncia por organização criminosa, corrupção ativa e desvio de dinheiro público na compra de aparelhos de ar-condicionado pela Secretaria de Educação, no valor de R$ 13.000.548,00.

A segunda denúncia foi pelo desvio de R$ 22.996.305,73 em procedimentos de compra de materiais distribuídos pela APAE a pessoas ostomizadas, em convênio firmado com a Secretaria de Estado de Saúde.

Por conta da investigação, a distribuição de bolsas de colostomia chegou a ser suspensa.

A última denúncia apontou o desvio de R$ 12.330.625,08 na contratação de empresa pela Secretaria Estadual de Saúde para emissão de laudos médicos. E é com esta empresa que a administração estadual renovou nesta segunda-feira.

A reportagem do Correio do Estado procurou a administração estadual, mas até a publicação da reportagem não havia obtido retorno. No começo do ano passado, contudo, o Governo alegou que não havia tido tempo de contratar outro prestador de serviço e os laudos emitidos pela Isomed não poderiam ser suspensos. 

COOPERAÇÃO

Governo alemão quer ajudar comunidades indígenas de MS

Parceria internacional busca promover o desenvolvimento sustentável e fortalecer a preservação ambiental em territórios indígenas de Mato Grosso do Sul

17/02/2025 09h00

Embaixador da Alemanha e o vice-governador Barbosinha se reuniram no fim de semana, em Dourados

Embaixador da Alemanha e o vice-governador Barbosinha se reuniram no fim de semana, em Dourados Foto: Divulgação

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O governo da Alemanha manifestou o interesse em apoiar comunidades indígenas de Mato Grosso do Sul por meio de projetos voltados à preservação ambiental, ao desenvolvimento sustentável e à melhoria da qualidade de vida desses povos.

A iniciativa se alinha a uma política internacional do país europeu que busca fortalecer a proteção de populações tradicionais e da biodiversidade em diversas regiões do mundo.

No fim de semana, em Dourados, cidade distante 230 km de Campo Grande e que concentra a maior parte da população indígena do Estado, o ministro da Embaixada da Alemanha no Brasil, Wolfgang Bindseil, se reuniu com o vice-governador de Mato Grosso do Sul, José Carlos Barbosa, o Barbosinha, além de lideranças indígenas e representantes do governo estadual.

O encontro visou discutir possíveis formas de cooperação para projetos que incentivem a agroecologia, a gestão sustentável dos territórios indígenas e o fortalecimento cultural e econômico dessas comunidades.

“Os povos indígenas são os guardiões das florestas e desempenham um papel essencial na conservação do meio ambiente. Nosso objetivo é ajudar essas comunidades a preservarem seus territórios, ao mesmo tempo em que garantimos meios sustentáveis de subsistência para elas”, afirmou Bindseil durante a reunião com os integrantes do governo do Estado e comunidades indígenas.

PRESERVAÇÃO

A preservação ambiental foi um dos pontos centrais do debate, uma vez que o desmatamento e a exploração ilegal de recursos naturais ameaçam os territórios indígenas.

No encontro ocorrido no fim de semana, Barbosinha ressaltou a importância da parceria internacional para fortalecer as ações ambientais no Estado.

“Mato Grosso do Sul tem um compromisso com o desenvolvimento sustentável. Estamos abertos a colaborações que contribuam para a proteção do meio ambiente e o bem-estar das comunidades indígenas”, elencou.

O encontro também contou com a presença do secretário de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação, Jaime Verruck, que ressaltou a relevância da biodiversidade local. 

“O Pantanal e o Cerrado têm uma biodiversidade única, e a sua conservação deve ser uma prioridade internacional. Trabalhar com as comunidades indígenas é uma estratégia eficaz para alcançar esse objetivo”, disse Verruck.

As lideranças indígenas, por sua vez, enfatizaram os desafios enfrentados diariamente, como invasões de terra, dificuldades no acesso a serviços básicos e os impactos das mudanças climáticas.

“Precisamos de políticas públicas eficazes para proteger nossas terras e garantir que a floresta continue de pé. O apoio da Alemanha pode ser um passo importante para fortalecer a nossa luta”, afirmou Otoniel Ricardo, representante do Conselho do Povo Terena.

Embora os detalhes da cooperação ainda estejam em fase de definição, novos encontros deverão ocorrer nos próximos meses para traçar um plano de ação concreto e definitivo.

“Estamos comprometidos em avançar nessas tratativas e acreditamos que essa parceria pode render frutos positivos tanto para os indígenas quanto para a preservação ambiental como um todo”, concluiu Bindseil.

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