A fonte de renda do novo negócio da família de Carlos Alexandre Mosciaro de Souza, 33 anos, percorre, em média três mil quilômetros até chegar a Campo Grande. O açaí, fruto típico da Amazônia, caiu no gosto dos campo-grandenses e a comercialização da polpa é considerada “febre” entre a população. Assim, tornou-se opção econômica, ganhando espaço em praticamente todos os bairros da cidade.
A venda do produto foi um escape para a família de Carlos Alexandre Mosciaro de Souza, 33 anos, superar o desemprego. Há um ano e meio, ele e a esposa são proprietários do Açaí Power Mix, uma casa de açaí na varanda do imóvel onde moram, na Rua Roney Paini Malheiros, Bairro Coophamat.
De acordo com Carlos, a ideia de vender açaí veio de uma perda repentina do trabalho. “Trabalhávamos com carteira assinada em uma empresa de televisão a cabo. Só que fomos demitidos do dia para a noite. Com medo da crise e tendo que sustentar os filhos, decidimos começar rápido”, comenta, explicando que montaram o básico para uma casa de açaí em três semanas.
Com a nova chance de ganhar dinheiro, Carlos começou apenas com a polpa do açaí e os acompanhamentos. Depois, com o retorno das primeiras vendas, incrementou com outras sobremesas, como milk shake, e hoje oferece opções como tapioca e cachorro quente. Para Carlos, colocar vários produtos a disposição de quem frequenta o local, mas não é muito fã do açaí é um bom método de conquistar o cliente.
Carlos afirma que a criatividade e a rapidez foram fórmulas para driblar a crise. “Já esperava que o açaí virasse uma febre. Penso que o sol nasce para todos, e precisamos trabalhar. Vai do diferencial de cada um para vender o açaí e conquistar o cliente”, concluiu.
Dessa forma, ele não pensa em parar por aí. Trabalhando com açaí, pretende aumentar o estabelecimento.“Hoje meu lucro é bom e penso em expandir para um espaço maior e gerar emprego para outras pessoas”, comentou.
O aposentado Antônio Carlos de Souza, de 66 anos, cliente do Açaí Power Mix, aprova a ideia de famílias apostarem no negócio próprio, ainda mais com o açaí, que é famoso no Brasil.
“Está mais do que certo as pessoas correrem atrás e terem uma oportunidade para ganhar o próprio dinheiro porque com essa crise não está fácil para ninguém. Além do mais, o produto é bom de vender, eu mesmo já provei o açaí em outros estados, como Bahia e Paraná, mas sem dúvida o de Campo Grande é o melhor”, comentou.
Antônio Carlos de Souza, de 66 anos, afirma que o açaí de Campo Grande é o melhor que já provou.
Já Lethicia Stephane de Almeida, 21 anos, dona do Mega Açaí, na Rua Jenipava, Loteamento Rancho Alegre, há quatro meses viu o amigo desistir do negócio e decidiu apostar sozinha em sua própria casa de açaí.
Para ela, trabalhar com açaí foi uma boa saída para ganhar dinheiro e, com a ajuda dos familiares, as vendas em casa deram certo. A proprietária ainda pensa em, aos poucos, aumentar o negócio. “Penso muito sobre o assunto e o açaí ainda tem muito para desenvolver aqui na cidade”, afirmou.
Segundo Lethicia, com o expediente de terça-feira a domingo e opção de entrega, a movimentação é grande aos finais de semana.
A assistente social Gisele dos Santos, 31 anos, é cliente assídua do Mega Açaí e descobriu a polpa da fruta há cinco meses. De acordo com ela, consome pelo menos três vezes por semana e ficou apaixonada. “Eu adoro. Além da qualidade, o preço é justo e gosto da maneira como é preparado” comentou.
Para Gisele, a forma como as pessoas têm criatividade para descobrir o empreendedorismo na crise e a maneira como trabalham, são incríveis.
A venda do açaí, seja em casa ou quiosque, foi o meio que muitas famílias encontraram para escapar da crise e começar novos projetos, elevando assim, o empreendedorismo em Campo Grande.