BELO HORIZONTE
O ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola ou Paulista, apontado pela polícia como quem estrangulou Eliza Samudio, ex-namorada do goleiro Bruno Fernandes, ficou calado em depoimento ontem no Departamento de Investigações de Belo Horizonte.
Mais três suspeitos de envolvimento seriam interrogados, no entanto, sob orientação de seus advogados, deveriam também ficar em silêncio. Os três, Elenilson Vitor da Silva, Wemerson Marques de Souza, o Coxinha, e Flávio Caetano de Araújo foram presos na sexta-feira (9), em Igarapé, na região metropolitana de Belo Horizonte
Elenilson é o administrador do sítio de Bruno em Esmeraldas. Já Wemerson e Flávio são amigos de Bruno e teriam ajudado a esconder o bebê de cinco meses de Eliza. Ela lutava na Justiça para que o goleiro reconhecesse a paternidade da criança. Os três foram trazidos da penitenciária Nelson Hungria, localizada em Contagem, para o Departamento de Investigações de Crimes contra a Pessoa da capital mineira, onde chegaram por volta das 12h30min.
Entretanto, também foram orientados pelo advogado Ércio Quaresma a não dar nenhuma declaração à polícia. O advogado diz que essa orientação deve ser mantida pelo menos até que o inquérito seja liberado para a defesa.
Ex-policial
Bola, mesmo exonerado da polícia, dava aulas a policiais em seu sítio em Esmeraldas, região metropolitana de Belo Horizonte, e é suspeito de participar de um grupo de extermínio. Ele é o principal suspeito do assassinato de Eliza.
Segundo o advogado Zanone Manuel de Oliveira Junior, Bola ficou calado sob sua orientação, afirmando à polícia que somente falará em juízo. Foram feitas 30 perguntas, nenhuma delas respondida.
Mais cedo, o advogado disse que o cliente está abatido e preocupado com a família. Bola disse desconhecer Bruno e afirmou, ainda conforme o advogado, que teve contato duas vezes com Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, amigo do goleiro, para que ele tentasse encaixar seu filho em um time de futebol.
Zanone Manuel de Oliveira Junior disse ainda que encaminhou ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma reclamação contra os delegados que atuam no caso e contra a juíza Marixa Fabiane Lopes, da Comarca de Contagem. Ele alega que os advogados dos envolvidos não tiveram acesso ao inquérito, mesmo com pedido formal para isso.
Segundo Zanone Junior, a polícia está introduzindo a “inquisição” nesse caso. “Como eu posso montar uma linha de defesa sem conhecer o inquérito?”
Bruno passa mal
O goleiro Bruno Fernandes voltou a passar mal na manhã de ontem no Presídio Nelson Hungria, em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte (MG). De acordo com informações da Secretaria de Administração Penitenciária, o goleiro estaria apresentando um quadro de oscilação de pressão sanguínea.
“Bruno é um atleta de alto rendimento e habituado a uma alimentação balanceada, acompanhado de atividade física. A ausência disso pode ter causado o problema”, afirmou um dos advogados de Bruno, Frederico Franco.
Um clínico geral foi designado para tratar do goleiro, mas a secretaria informou que caso o problema continue, Bruno será transferido para uma unidade médica. Bruno começou a apresentar este quadro clínico na manhã de domingo, mas após ser medicado passou bem durante todo o dia.
Ontem, Bruno, Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, e Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, receberam a visita de Ércio Quaresma e Zanone Manuel de Oliveira Junior, seus respectivos advogados.