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Afeganistão se tornará cemitério para EUA se tropas não saírem, diz Taleban

Afeganistão se tornará cemitério para EUA se tropas não saírem, diz Taleban

Folhapress

22/08/2017 - 14h40
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Um dia após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar nova estratégia para o Afeganistão, o grupo radical islâmico Taleban afirmou que o país vai se tornar um "novo cemitério" caso os norte-americanos não retirem suas tropas rapidamente.

Nesta segunda (21), Trump não especificou quantos militares enviará ao Afeganistão ou quando os EUA vão retirar as suas tropas. Antes contrário da presença americana no território afegão, o presidente diz agora considerar que uma retirada apressada dos militares pode fortalecer grupos extremistas.

"Se os EUA não retirarem suas tropas, o Afeganistão se tornará em breve um cemitério para esta superpotência do século XXI", afirmou em comunicado o porta-voz dos Taleban no Afeganistão, Zabiullah Mujahid.

Um comandante do Taleban disse à agência de notícias France Presse que Trump se limita a perpetuar a "conduta arrogante" dos ex-presidentes americanos, como George W. Bush. 

"Simplesmente estão desperdiçando soldados americanos. Sabemos como defender o nosso país", disse o militar. Segundo ele, a nova estratégia "não vai mudar nada" em relação à situação da região.

Atualmente, há 8.400 militares americanos no Afeganistão. O envio de novas tropas é uma demanda do Pentágono, que considera uma piora da situação de segurança e o avanço de grupos terroristas no país.
REAÇÕES

Nesta terça (22), a OTAN (aliança militar ocidental) elogiou o discurso de Trump e afirmou que não permitirá o fortalecimento de grupos terroristas.

"Nosso objetivo é garantir que o Afeganistão não se transforme novamente em um refúgio para terroristas que atacariam nossos próprios países", afirmou o secretário-geral da organização, Jens Stoltenberg, em comunicado.

Cidades

Credibilidade das Forças Armadas despenca e 72% não confiam nas instituições militares, diz pesquisa

A margem de erro da pesquisa é de três pontos percentuais para mais ou para menos, e o nível de confiança dentro da margem de erro é de 95%

16/02/2025 23h00

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A confiança dos brasileiros nas Forças Armadas está em queda desde meados de 2023, e, hoje, sete em cada dez brasileiros dizem não confiar no Exército Brasileiro, na Marinha do Brasil e na Força Aérea Brasileira. Só 24% dizem confiar nas Forças, e 4% disseram não saber se confiam ou não.

Os dados são da pesquisa Atlas, elaborada para o canal de TV à cabo CNN Brasil.

Para a pesquisa, o instituto Atlas entrevistou 817 pessoas entre os dias 11 e 13 de fevereiro, recrutadas de forma aleatória na internet. A amostra foi depois calibrada para refletir a composição demográfica da população adulta do Brasil.

A margem de erro da pesquisa é de três pontos percentuais para mais ou para menos, e o nível de confiança dentro da margem de erro é de 95%.

De acordo com a série histórica da pesquisa Atlas, o auge da confiança dos brasileiros nas Forças Armadas em tempos recentes aconteceu em abril de 2023, quando 46% diziam confiar na instituição, e só 37% desconfiavam.

Desde aquele momento, a confiança na instituição só fez cair: 36% disseram confiar em julho de 2023, e agora, 24%.

"O principal, nessa piora recente, é que, durante o governo de Jair Bolsonaro (PL) houve toda uma polarização da imagem das Forças Armadas. Quem era bolsonarista adorava os militares, e os via de forma positiva; e quem era de esquerda passou a ter um certo desprezo pelos militares. Era uma polarização quase metade-metade (...)", avalia Andrei Roman, CEO da AtlasIntel.

"Na medida em que o Exército e os militares ficaram cada vez mais calados, depois que o Lula (PT) assumiu o governo, muitos bolsonaristas passaram a atacar o comando das Forças e de desqualificá-los como traidores, dizer que eles não tiveram coragem de se levantar para defender Bolsonaro (...). Essa imagem mais negativa das Forças está cada vez mais enraizada entre os bolsonaristas, por motivos diferentes dos da esquerda", diz Roman.

Desde janeiro de 2023, a imagem das Forças, especialmente do Exército, vêm sofrendo com as investigações sobre a possível tentativa de golpe de Estado liderada por Jair Bolsonaro e auxiliares seus, como o ex-ministro da Defesa Walter Braga Netto - os dois negam que tenham tentado um golpe.

De acordo com o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid, o ex-presidente articulou a realização do golpe de Estado, que só não foi adiante porque não houve a concordância do então comandante do Exército, o general Marco Antônio Freire Gomes.

Numa reunião com os comandantes das três Forças, Bolsonaro teria apresentado uma minuta, isto é, um rascunho, de um decreto para a decretação do estado de defesa. Freire Gomes recusou apoio, mas o então comandante da Marinha, o almirante Almir Garnier, teria aquiescido, segundo a delação de Mauro Cid. Tanto Garnier quanto Bolsonaro negam.

Outros episódios menores também podem ter contribuído para arranhar a credibilidade das Forças diante da população. Um exemplo é o vídeo institucional divulgado pela Marinha do Brasil no começo de dezembro, comparando a vida de privações enfrentada pelos militares com a suposta tranquilidade dos civis.

"Privilégios? Vem para a Marinha!", dizia um trecho do spot publicitário. Como mostrou o Estadão, o irmão do chefe do departamento responsável pelo vídeo, que também é da Marinha, recebeu em dólares o equivalente a R$ 216,3 mil líquidos, entre salário, verbas indenizatórias e gratificações.

Segundo a pesquisa Atlas, a instituição que goza da maior confiança entre os brasileiros no momento é a Polícia Federal (PF), com 53% dizendo confiar no trabalho dela - outros 32% dizem não confiar e 15% dizem não saber.

A Polícia Militar vem em seguida com 50% de confiança, seguida do Supremo Tribunal Federal (STF), que tem a confiança de 49% - outros 4% dizem não saber e 47% dizem não confiar no trabalho do STF.

Já as instituições menos confiáveis são o Congresso Nacional, com só 9% dos brasileiros dizendo confiar no Poder Legislativo; e 82% dizendo não confiar. As igrejas evangélicas só tem a confiança de 18% - 73% dizem não confiar nelas.

As prefeituras vêm em terceiro lugar, com só 24% dizendo confiar nelas, e 62% dizendo não confiar. Outros 14 disseram não saber.

A pesquisa Atlas também questionou os entrevistados sobre o apoio a medidas em discussão no Congresso Nacional. A proposta com o maior apoio é o corte de gastos públicos, que tem o endosso de 54% - só 28% são contra e 17% dizem não saber.

O público se divide a respeito da anistia de presos do 8 de janeiro, com 51% a favor e 49% contra. Só 32% são favoráveis a que os deputados federais e senadores mantenham o controle sobre as emendas impositivas; e 83% são contra a redução do prazo de inelegibilidade dos afetados pela Lei da Ficha Limpa.

TEMPO

Temperatura acima de 40ºC aumenta risco de morte entre idosos, aponta estudo da Fiocruz

No Rio de Janeiro, a temperatura pode atingir 43ºC na terça (18), um nível inédito de calor

16/02/2025 22h00

Foto: Agência Brasil

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Em meio às previsões de calor intenso para os próximos dias, um novo estudo da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) mostra que a exposição a temperaturas acima de 40ºC por quatro horas ou mais estão associadas a um aumento de 50% de mortalidade por doenças como hipertensão, diabetes, Alzheimer, insuficiência renal e infecção do trato urinário entre idosos.

No trabalho, foram analisados todos os 466 mil registros de mortes naturais ocorridas no Rio de Janeiro entre 2012 e 2024, e mais de 390 mil mortes por 17 causas selecionadas —das quais, 12 tiveram alta da mortalidade para idosos no calor extremo. O artigo foi publicado como preprint na plataforma MedRxive submetido a revistas científicas internacionais.

No Rio de Janeiro, a temperatura pode atingir 43ºC na terça (18), um nível inédito de calor, segundo anunciou a prefeitura nesta domingo (16). Caso isso ocorra, medidas como a suspensão de atividades físicas ao ar livre e mudanças nas escolas municipais podem ser determinadas. No estudo da Fiocruz, os números foram analisados separadamente conforme a classificação de níveis de calor (NC) do Protocolo de Calor da Prefeitura do Rio, lançado no ano passado.

Os NCs variam de 1 a 5 e indicam riscos e ações que devem ser tomadas em cada um deles. O registro de nível de calor 4 é quando a temperatura é superior a 40°C por quatro horas ou mais. Já o nível 5 equivale a duas horas com índice de calor igual ou acima de 44°C.

Nessa situação, o mesmo aumento da mortalidade foi observado e agravado conforme o número de horas aumenta, de acordo com o estudo. Segundo o pesquisador João Henrique de Araujo Morais, autor principal do trabalho e doutorando na Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, da Fiocruz, o estudo confirma o que outros trabalhos já demonstraram: níveis extremos de calor são um risco real, especialmente para idosos e pessoas com doenças como as mencionadas acima.

Porém, um dos diferenciais da pesquisa foi ter desenvolvido uma nova forma de medir a exposição ao calor e os riscos relacionados, com a criação de uma métrica chamada "Área de Exposição ao Calor" (AEC). Essa medida considera também o tempo que uma pessoa fica exposta ao calor, o que outras métricas, como temperatura média ou sensação térmica média, não levam em conta.

Esse tempo de exposição ao calor intenso tem uma ligação importante com a mortalidade, especialmente entre as pessoas mais vulneráveis. O estudo ilustra a métrica usando como exemplo a onda de calor de novembro de 2023.

Em 17 de novembro, dia em que a jovem Ana Clara Benevides, 23, morreu após passar mal no estádio Nilton Santos, onde a cantora Taylor Swift se apresentou, o índice de calor no Rio ficou acima de 44°C por oito horas, gerando um recorde de AEC.

A sensação térmica no estádio Nilton Santos, porém, era de 60ºC. De acordo com trabalho, no dia seguinte, 18 de novembro, foi registrado o maior número de mortes de idosos por causas específicas: 151 no total.

Segundo o pesquisador, a ferramenta que se mostrou mais eficiente do que outras métricas para identificar dias de calor extremo e, assim, auxiliar na prevenção das possíveis consequências. O estudo comparou outras duas datas para mostrar como a AEC funciona.

Em 12 de janeiro de 2020, o índice de calor foi de 32,69°C, enquanto em 7 de outubro de 2023 foi de 32,51°C.

No segundo dia, porém, o calor durou mais tempo, resultando em uma AEC 20 vezes superior a do primeiro dia. "Ao considerar apenas medidas-resumo (médias ou máximas) podemos subestimar dias anormalmente quentes.

A métrica, por sua vez, consegue identificar isso e pode ser utilizada para definição de protocolos similares ao desenvolvido aqui no Rio", disse Morais em entrevista ao portal da Fiocruz. Para o pesquisador, com o aumento de frequência e intensidade das ondas de calor não só para o município do Rio, mas para diversas áreas urbanas do Brasil, medidas individuais são importantes, mas é necessário ter políticas públicas que adequem as atividades e protejam a população.

"Sabe-se que populações específicas estão em alto risco —como trabalhadores diretamente expostos ao sol, populações de rua, grupos mais vulneráveis (crianças, idosos, pessoas com doenças crônicas), e populações que vivem nas chamadas ilhas de calor urbano." No protocolo de calor do município do Rio, estão previstas medidas como disponibilização de pontos de hidratação e resfriamento, adaptação de atividades de trabalho, comunicação constante com a população e suspensão de atividades de risco em níveis mais críticos.

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