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Agetran amplia vigilância e transforma trânsito da Capital em "Big Brother"

De 20 câmeras para monitorar e multar motoristas que desrespeitam regras, fiscalização passará a contar com 85

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A Agência Municipal de Transporte e Trânsito (Agetran) publicou ontem aviso de licitação que pretende contratar empresa para cuidar dos radares de Campo Grande. Entretanto, além desses equipamentos, também está prevista a implantação de 85 câmeras de monitoramento, número quatro vezes maior que o atual.

De acordo com o edital de licitação, a empresa vencedora do pregão eletrônico, marcado para o dia 27 deste mês, será responsável pela “instalação, monitoramento e manutenção dos equipamentos registradores de infrações, incluindo o fornecimento de plataforma de gestão de dados, central de monitoramento, sistema de análise e inteligência de imagens veiculares e o sistema de processamento de imagens e infrações de trânsito”.

Segundo o edital, o valor máximo da licitação é de R$ 50.255.742,97, com duração de 24 meses, ou seja, um valor mensal de R$ 2.093.989,29. Em comparação com o antigo acordo, haverá uma redução de mais de 16%, já que vencerá quem oferecer o menor preço.

As câmeras serão do tipo pan-tilt-zoom (PTZ), equipamento que permite ao operador controlar remotamente a panorâmica, com movimentação horizontal de 360 graus e movimentação vertical de 180 graus (pan-tilt), além de produzir imagem de alta qualidade e ter memória de 512 MB RAM e 128 MB flash. Ainda é especificado no edital que as câmeras deverão funcionar 24 horas por dia.

“As câmeras deverão ter a capacidade de ajuste de foco e de um zoom de aproximação, de zoom óptico, de 32 vezes; as câmeras deverão ter a capacidade de obter imagens nítidas com ajuste automático de brilho e contraste, adaptando-se à iluminação do ambiente, seja natural ou artificial, dispensando qualquer tipo de iluminação auxiliar; as câmeras deverão ter a capacidade de se posicionar, automaticamente, a partir de valores previamente armazenados, visando facilitar o controle do operador; as câmeras deverão receber o controle sobre o posicionamento e funcionamento remotamente, a partir da Central de Monitoramento de Trânsito; na gravação das imagens deverá constar o endereço da câmera e também a data e a hora do momento da captura da imagem; a licitante deverá fornecer mão de obra especializada para a manutenção de todos os equipamentos para o seu funcionamento ininterrupto”, trouxe o edital de licitação.

De acordo com o edital, atualmente, 20 câmeras PTZ já fazem o monitoramento de alguns pontos de Campo Grande, como na rotatória da Avenida Tamandaré com a Avenida Dom Antônio Barbosa e a Rua Dr. Euler de Azevedo e no cruzamento da Avenida Manoel da Costa Lima com a Avenida das Bandeiras.

Agora, porém, esse número será quadruplicado. Pelo documento, são sugeridos 65 novos endereços, o que significa que os 20 equipamentos já existentes devem ser mantidos ou aperfeiçoados.

Em pesquisa feita pelo Correio do Estado na internet, o valor das câmeras PTZ varia de R$ 1,8 mil a R$ 2,3 mil, em sites como Amazon e Mercado Livre. Porém, na planilha orçamentária divulgada pela Agetran, cada câmera sairá por R$ 646,31, cerca de R$ 55 mil pelos 85 equipamentos.

Ao todo, serão 1.520 locações (contabilizando os 24 meses de contrato), cada uma custando R$ 525,65, ou seja, com valor total de R$ 798.988,00. Já as manutenções neste período de dois anos tem valor previsto de R$ 3.495.422,40. Somando tudo, as câmeras de videomonitoramento custarão R$ 4.349.346,75, o que corresponde a quase 9% do contrato.

OUTROS EQUIPAMENTOS

A licitação também prevê a instalação e manutenção de lombadas e radares eletrônicos em mais de 350 faixas de Campo Grande.

Além dos equipamentos fixos, estão previstos mais três radares móveis de monitoramento de velocidade para a Capital.

CONTRATO

Atualmente a empresa responsável pelo gerenciamento dos equipamentos é o Consórcio Cidade Morena, entretanto, o prazo de validade do contrato, que já havia sido prorrogado, venceu em setembro do ano passado e não foi publicada renovação do acordo. Mesmo assim, os equipamentos continuam em operação. 

O contrato atual tem o valor de R$ 29.963.827,03, o que equivale a quase R$ 2,5 milhões por mês.

Desde a celebração do contrato inicial, em 31 de agosto de 2018, o acordo entre a Agetran e o Consórcio anotou sete aditivos, que somaram
R$ 54.820.284,75.

Saiba

Atualmente, Campo Grande tem 93 equipamentos de controle de velocidade, entre radares e lombadas eletrônicas, contando com modelos fixos e mistos. Com a nova licitação, quando a empresa vencedora estiver em atividade, será triplicado o número de equipamentos de fiscalização nas ruas.

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RECLUSÃO

Mulher é condenada por incendiar casa da ex-cunhada e realizar "gato" na energia

Os crimes ocorreram em 2022, no bairro Jardim Carioca, em Campo Grande, e foram confirmados após provas periciais e relatos de vizinhos testemunhais

12/06/2025 11h30

Mulher de 48 anos é condenado a 6 anos e 7 meses de prisão por crimes contra a ex-cunhada

Mulher de 48 anos é condenado a 6 anos e 7 meses de prisão por crimes contra a ex-cunhada Foto: Gerson Oliveira/Correio do Estado

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O Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS), por meio da 2ª Vara Criminal de Campo Grande, condenou uma mulher de 48 anos por atear fogo na casa da ex-cunhada e furtar energia elétrica da rede pública, caracterizando o famoso “gato”, em crimes ocorridos em 2022, no bairro Jardim Carioca.

Segundo a denúncia, a ré estava morando no imóvel da ex-cunhada, com autorização da própria, após pedido do irmão da vítima. Ficou acordado entre as partes que a moradora iria morar de graça na residência, arcando apenas com os custos de água e energia elétrica.

Quatro meses depois, a vítima retorna de Cuiabá para Campo Grande e pede para que a ex-cunhada deixe o imóvel. Porém, a ré se recusou a sair e a Polícia Militar precisou ser acionada, que, após conversas, convenceu a moça a deixar a casa.

Mas a história não parou por aí. Pouco tempo depois de sair do imóvel, vizinhos relataram que a ex-cunhada teria ateado fogo na residência, destruindo parte da sala e de um dos quartos, consumindo um sofá e uma estante. Além disso, testemunhas afirmaram que a moça transformou o local em um ponto de encontro entre usuários de drogas.

Através de perícia policial, foi confirmado o incêndio criminoso e furto de energia elétrica, com a existência de fio irregular que desviava a corrente elétrica da rede pública diretamente para o imóvel, sem passar pelo medidor, caracterizando subtração de energia, o famoso ‘gato’.

Durante o processo, que durou três anos, a ré negou que teria feito os dois crimes, mas foi contrariada por outras testemunhas, incluindo uma que diz ter presenciado o momento inicial do incêndio e visto a moça ateando fogo na residência.

Diante das provas, a mulher foi condenada a 6 anos, 7 meses e 7 dias de reclusão, em regime inicialmente fechado, além do pagamento de 193 dias-multa, calculados com base no valor do salário mínimo vigente à 2022 (ano dos fatos), devidamente corrigido.

Como justificativa à prisão em regime fechado, o juiz Deyvis Ecco disse que a decisão é baseada tendo em vista a reincidência, os maus antecedentes e a culpabilidade elevada atribuída à ré.

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Cidades

Propaganda em material escolar põe município na mira do MPE

Mochilas e estojos foram distribuídas com o "calendário de festividades" e divulgação de atrações musicais e menção expressa à permissão de entrada com "cooler de bebidas"

12/06/2025 11h07

Município alegou

Município alegou "benefício de natureza cultural" para toda a população e apontou prejuízo de R$ 2 milhões para recolhimento e substituição Reprodução/JuntadaMPMS

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Após distribuir mochilas e estojos para alunos da rede municipal contendo propaganda das festividades, com divulgação de atrações musicais e até menção expressa à permissão de entrada com “cooler de bebidas”, um município longe cerca de 408 quilômetros de Campo Grande entrou na mira do Ministério Público de Mato Grosso do Sul. 

No extremo leste de Mato Grosso do Sul, quase fronteira com Minas Gerais, Paranaíba é que está sob a mira do MPMS após a distribuição deste material escolar, que divulgava o "Carnaíba 2025" e o aniversário do município, com a mensagem de que o "cooler de bebidas" era liberado.  

Por meio de ofício da Câmara Municipal, que data de abril deste ano, o caso chegou ao Ministério Público, que instaurou procedimento preparatório e elaborou recomendação posteriormente encaminhada à 1ª Promotoria de Justiça da Comarca de Paranaíba. 

Entre as divulgações dos mais variados shows, como da duplas Fernando & Sorocaba; Zé Neto e Cristiano; Guilherme e Santiago e até da cantora Ana Castela, a Prefeitura de Paranaíba aproveitou a distribuição de materiais escolares, como mochilas e estojos, para divulgar seus eventos de carnaval e aniversário de 168 anos do município. 

Com o clássico dizer do município "eu 'amo' Paranaíba" e a frase "educação é tudo", a recomendação - assinada pela Promotora de Justiça Juliana Nonato - deixa clara a violação de princípios da proteção integral à criança e ao adolescente. 

Entenda

Conforme a promotora, há resoluções que classificam como abusiva a "publicidade e comunicação mercadológica no interior de creches e das instituições escolares", inclusive em uniformes e materiais didáticos. 

"Extrai-se que a caracterização de publicidade abusiva independe da existência de vínculo comercial ou onerosidade do evento promovido. O critério fundamental seria o caráter inapropriado do conteúdo em relação ao público-alvo vulnerável e ao espaço educativo", cita.

Isso porque, em defesa, o município justificou que a propaganda "teria caráter apenas informativo de evento gratuito e futuro", alegando "benefício de natureza cultural" para toda a população. 

Com recomendação ao Secretário Municipal de Educação do Município de Paranaíba, José Barbosa Barros, e ao prefeito Maycol Henrique Queiroz, para que situações semelhantes não se repitam, o município reforçou ainda que não seria viável o recolhimento e troca. 

Segundo o município de Paranaíba, o ato de recolher e substituir os estojos e mochilas distribuídos causaria enorme prejuízo aos cofres públicos, diante de um gasto de R$ 2 milhões para compra desses materiais distribuídos inicialmente. 

Tal divulgação, segundo a promotoria, é incompatível com o melhor interesse do público infantojuvenil e ainda pode ser classificada como um desrespeito à confiança da comunidade escolar, que esperaria da escola um ambiente de cuidado, formação e proteção". 

"Tal conduta revela-se ainda mais reprovável diante da menção expressa à liberação de 'cooler de bebidas', o que sugere a permissividade quanto ao consumo irrestrito de bebidas alcoólicas, somando-se a isso a ausência de qualquer indicação de classificação etária do evento, fatores que reforçam a inadequação do conteúdo frente ao público infantojuvenil e justificam a intervenção ministerial no caso", cita o texto.

 

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