Os alunos do Centro Estadual de Línguas e Libras (CEL-MS) Professor Fernando Peralta Filho continuam inconformados com a decisão do Governo de fechar a instituição e, na manhã de hoje, resolveram realizar protesto em frente à instituição contra a medida.
Mais de 50 pessoas se reuniram com placas e aos gritos de "Queremos nos formar, o CEL não vai parar" no semáforo na Avenida Duque de Caxias, após arranjo organizado no grupo do WhatsApp de alunos e professores.
Maria José Peralta, de 60 anos, é a viúva do professor que dá nome a instituição e se diz triste pelo fechamento. "Meu marido sempre lutou pela educação aqui no Estado. A inauguração foi linda, com a presença de toda a família, essa escola tem o que outras não oferecem. Escola não é pra dar lucro, escola é pra dar educação de qualidade, é muito triste ver isso", lamentou.
O estudante de espanhol Mateus de Souza, de 19 anos, começou no Centro de Línguas quando ainda estava no ensino médio e está no último módulo do curso e detalha que as informações repassadas aos alunos são desconexas. "Primeiro eles esperaram a gente entrar de férias, depois falaram que todo mundo poderia terminar, mas agora é só quem está no último módulo. Eles falam também que os professores daqui serão recolocados em outras escolas, mas em que escola que eles vão colocar um professor de alemão? Também dizem que eles já oferecem esses cursos em outras escolas, mas é só o básico e aqui temos até o nível avançado, a gente sai daqui falando, escrevendo e lendo fluente, isso não é oferecido nas escolas", expressou.
CORTE DE GASTOS
Ontem, a secretaria estadual de educação Maria Cecília Amêndola da Motta explicou que a medida de fechar o Centro de Línguas é para economizar R$ 1,2 milhão. O corte faz parte de uma série de ações do Governo para garantir o 13º salário do funcionalismo público. A unidade do Centro de Línguas no município de Dourados também será fechada. Conforme a secretária, outras ações de corte de gastos são deixar de oferecer o cursinho popular, além de algumas mudanças de prédios alugados para próprios.
Na Capital, 825 alunos vão ficar sem as aulas extracurriculares de inglês, espanhol, italiano, alemão, francês e libras e em Dourados serão aproximadamente 180 alunos. Nas duas unidades são 31 servidores, a maioria professores convocados que serão desligados do quadro da Secretaria Estadual de Educação (SED). “A nossa obrigação é o ensino básico e vamos manter. Tudo que for necessário cortar, será cortado”, afirmou a secretária ontem.