As ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) chegam a ficar dois dias retidas nos hospitais de Campo Grande. O último caso flagrado pela reportagem foi uma viatura que ficou duas noites no Hospital Universitário.
O Samu informou que as ambulâncias ficam ao menos 12 horas aguardando a liberação das macas pelos hospitais.
Na manhã de ontem (29), seis ambulâncias chegaram a ficar retidas ao mesmo tempo no Hospital Regional e no Hospital Universitário. O motivo alegado pelos hospitais é a falta de macas para comportar os pacientes, que ficam nas macas da própria ambulância aguardando a liberação de vagas nos leitos.
O problema, que vem se tornando comum na Capital, não afeta apenas os hospitais, de acordo com o supervisor geral de atendimentos médicos do SAMU, Dr. André Brito, a situação provoca um efeito dominó na saúde pública. “Com as ambulâncias paradas, o atendimento à população fica prejudicado e impede a transferência de pacientes nos postos de saúde”.
Segundo Brito, a cidade conta com dez viaturas, sendo que sete são de suporte básico e três de atendimento avançado. “Essa situação tem se agravado com o fim do ano, principalmente no hospital universitário”, aponta.
A Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) informa que as consequências podem ser imprevisíveis e que as ambulâncias deveriam estar a disposição da população. A Sesau, através da assessoria de comunicação, esclarece, também, que os pacientes em situação de emergência são encaminhados à Santa Casa, que dispõe de reservas de vagas para esse tipo de situação.
O Hospital Regional informou que 65 pacientes - sendo que dez são crianças - estão no pronto socorro aguardando vaga na internação. O hospital conta com 19 leitos nos quartos, que conforme são liberados, os pacientes são remanejados. A assessoria informou que quando não há macas disponíveis, o hospital não pode rejeitar um paciente e são obrigados a utilizar a maca da ambulância.
No Hospital Universitário, o setor de Pronto Atendimento Médico (PAM), está com 60 pacientes aguardando vagas nos leitos, sendo que comporta apenas 29. A assessoria informou que só quando um paciente é recebe alta de outro setor que os que estão na fila são remanejados.