lidiane kober
O governador André Puccinelli (PMDB) desmentiu ontem o presidente regional do PMDB, Esacheu Nascimento, ao negar encontro com o presidente nacional do partido, deputado federal Michel Temer (SP), e reiterou não ter fechado acordo para apoiar José Serra (PSDB) na disputa pela sucessão presidencial. “Não estive com o Temer”, declarou. “Tem muita gente falando por mim e dizendo cada bobagem”, completou.
Anteontem, Esacheu garantiu que o governador esteve com o presidente nacional do PMDB na quinta-feira retrasada, em Brasília. “Ele (Esacheu) se enganou”, assegurou Puccinelli. Dois dias antes do suposto encontro do governador com Temer, Esacheu teria conversado com o deputado federal, quando apresentou-lhe a dificuldade de a direção estadual da sigla reproduzir a tendência de caminhar com a ex-ministra Dilma Rousseff (PT) na corrida presidencial, conforme planeja a cúpula nacional do partido. “É uma análise que ele (Esacheu) fez e não me disse que iria falar com o Temer sobre isso. Deixem que eu fale por mim”, reforçou Puccinelli.
Na semana passada, o jornal O Estado de S. Paulo publicou reportagem dando como certa a aliança do PMDB de Mato Grosso do Sul com o PSDB na sucessão presidencial. Indagado sobre o assunto, o governador negou o acordo e, ontem, reforçou sua indefinição na eleição nacional. “Não defini nada”, informou.
Puccinelli atestou estar aguardando convocação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para decidir o futuro do PMDB na sucessão presidencial. “Estou cumprindo um calendário que me foi pedido pelo presidente da República”, contou. Ainda segundo o governador, depois de conversar com Lula, ele reunirá as lideranças para decretar o destino do partido.
Rumos opostos?
Indagado sobre a possibilidade de lideranças do PMDB caminharem em rumos opostos na sucessão presidencial, Puccinelli, também, fez mistério. “Não elucubramos sobre hipóteses”, desconversou. “Nós vamos nos reunir e em conjunto tomaremos as definições e aí, no mesmo dia, reuniremos a imprensa e diremos estamos todos unidos, liberamos, não liberamos”, acrescentou.
O questionamento leva em consideração a determinação do prefeito Nelsinho Trad (PMDB) de apoiar Dilma Rousseff, enquanto a maioria do PMDB prefere dar palanque a José Serra. “Antes do início dos prazos das convenções estaremos definidos”, concluiu Puccinelli.