O governador André Puccinelli (PMDB) e o vice-governador Murilo Zauith (DEM) não chegaram, ontem, a um acordo para acertar a candidatura ao Senado. Puccinelli ainda acredita na solução do impasse. Mas Murilo só aceita o desafio de disputar as eleições com a garantia de receber apoio irrestrito do PMDB. Apenas dessa forma, ele enxerga a possibilidade de sair vitorioso do pleito.
Por conta de compromisso com lideranças do PTB, a conversa do governador com seu vice foi rápida. Puccinelli fez questão de reforçar que “não abre mão da candidatura de Murilo ao Senado”. Ele se mostrou disposto a atender todas as condições do democrata para garantir a sua participação nas eleições.
Para o vice, o governador reiterou a disposição de indicar a secretária de Assistência Social, Tânia Garib (PMDB), para ser a primeira-suplente. Mas, para o democrata, “esse não é o caminho”. Na sua concepção, o ideal seria a indicação do secretário de Habitação, Carlos Marun (PMDB), ou do de Obras, Edson Giroto (PR). Porém, ambos não abrem mão de concorrer, respectivamente, a deputado estadual e a deputado federal.
Diante do impasse, a solução do caso ficou para os próximos dias. “Nada resolvido”, informou Puccinelli, antes de participar de reunião com lideranças do PTB.
Apoio irrestrito
O fato é que Murilo só vai se manifestar depois de esgotar todas as negociação para obter do PMDB a garantia de apoio irrestrito. Ele quer “sentir de Puccinelli a vontade de eleger um senador de Dourados”.
A condição leva em conta a preferência do governador pela candidatura de Waldemir Moka (PMDB) ao Senado e a suspeita de infidelidade de prefeitos do partido, que indicam o desejo de apoiar a “dobradinha” de Moka com o senador Delcídio do Amaral” (PT).
Murilo e Puccinelli ficaram de conversar nos próximos dias, sem pressa, porque o vice não deve se desincompatibilizar do cargo para disputar eleições. A medida seria necessária para o democrata assumir o Governo do Estado, no caso de Puccinelli se afastar para fazer campanha. (colaborou Marco Eusébio)