Amizades que começaram por acaso, em aulas de hidroginástica para gestantes, e se fortaleceram com a chegada dos bebês. Hoje, uma batalha pela outra, trocam experiências e se consideram da mesma família. Essa é a história de 21 mães que há quase três anos compartilham a vida juntas e pelo segundo ano comemoram a realização de um sonho: o nascimento dos filhos. Denominado como Confraria das Mães, o grupo montou a Ame, cujas siglas têm conotação sentimental e traduzem o que são: Amigas, Mulheres, Esposas.
A comemoração coletiva do segundo aniversário de 22 crianças, já que uma das mães teve gêmeos, aconteceu na noite de ontem (26), em um buffet de Campo Grande e reuniu cerca de 150 convidados. A data foi escolhida por conta dos período dos nascimentos - entre setembro e outubro de 2013.
O momento, além de refletir alegria, consolida o ciclo de amizades e prova que a união de cumplicidades deu certo. “Somos uma família. Cúmplices, uma dando apoio à outra. A amizade serviu para fortalecer ainda mais a relação como mãe”, destacou a analista judiciária Mônica Weideman Perin Godoy, 31 anos.
A policial civil Angélica Fontanari, 35 anos, e praticamente idealizadora do grupo, conta que a insegurança na maternidade, para a maior parte delas – ''mães de primeira viagem'', foi o que mais motivou a extensão das amizades, que, no começo, não passavam de encontros na piscina.
“Eramos inseguras e montamos um grupo no Whatsapp para compartilharmos os momentos de mães. Trocávamos informações dos cuidados que se deve ter, por exemplo, com a vacinação e alimentação. Principalmente no primeiro ano, essa troca de experiência foi fundamental”, pontuou, destacando, ainda, “Muitas de nós não temos família morando aqui na cidade. É muito grande o amparo que uma dá à outra. Somos irmãs”, definiu.
Neste ano, a comemoração foi maior, pois duas mães tiveram mais dois filhos e fato curioso é que, antes mesmo da chegada dos novos bebês, o número de sexo já se dividia: eram 11 meninos e 11 meninas. Agora, são 12 de cada sexo. Coincidência ou não, outras duas integrantes do AME estão à espera de outro casal.
AÇÕES
A amizade dessas 21 mães vai além dos encontros de aniversários e outros programas de comemorações, ações sociais se incluem nessa história. “Sempre que podemos nos reunimos para arrecadar roupas e alimentos e ajudar mães que precisam”, disse Angélica.
Workshop de orientações sobre cuidados com crianças também faz parte deste calendário em comum. Nos primeiros meses dos nascimentos, o marido de Angélica, Antônio César, que é major do Corpo de Bombeiros, reuniu pais e deu instruções de primeiros socorros, as quais, dias depois, foram de fundamental importância para salvar um dos bebês.
“Aprendemos manobras de salvamento. Acredito que uns 15 dias depois, ministrava medicamento líquido no meu filho quando ele engasgou. Tinha quatro meses. Segui toda a instrução que aprendi e o salvei”, finalizou a analista judiciária Mônica.