No final da quinta-feira (3), indígenas que bloqueavam a rodovia MS-156, que liga Itaporã a Dourados, decidiram liberar a via. O bloqueio na rodovia acontecia desde a manhã de terça-feira (1) como forma de protesto pela falta de transporte para estudantes das aldeias Jaguapiru e Bororó em Dourados.
Foi necessário que o prefeito da cidade vizinha, Itaporã, Marcos Pacco (PSDB) negociasse com os manifestantes para reestabelecer o tráfego na MS-156. O protesto que durou quase 60h foi motivado pelo corte de transportes de 140 indígenas que estudavam em universidades douradenses.
O prefeito de Itaporã se comprometeu a disponibilizar ônibus escolar para realizar o transporte dos acadêmicos por pelo menos 30 dias, acordo que foi aceito. Apesar da presença de assessor da prefeita de Dourados, Délia Razuk, segundo lideranças responsáveis pelo bloqueio, o acordo foi aceito por partir de Pacco, que possui uma boa relação as lideranças. Uma reunião dos manifestantes com o secretário de Educação de Dourados, Upiran Jorge Gonçalves, estava marcada para a manhã de hoje.
BLOQUEIO
Na primeira noite de bloqueio (1), uma criança de 1 ano e 8 meses morreu na aldeia Bororó. O pequeno Stheven Benites Rodrigues passava mal desde segunda-feira (30), chegou a ser medicada, mas piorou no dia seguinte. O socorro não chegou a tempo porque a rodovia que dá acesso a aldeia, a MS-156, estava bloqueada por indígenas da aldeia Jaguapiru.
De acordo com o registro policial, na segunda-feira a criança apresentou diarreia, vômito e febre. A mãe, de 18 anos, resolveu levar a criança no posto que fica dentro da aldeia. Lá o menino foi atendido, medicado e liberado para voltar para casa.
Entretanto, na terça-feira, a criança teve uma piora, mas a mãe não o levou para o posto pois estava sem combustível em sua moto e morava muito longe do local. Por volta das 20h ela percebeu que o menino teve uma piora e procurou a agente de saúde para solicitar ajuda.