Cinco dias após começar o reabastecimento, o lago do Parque das Nações Indígenas, em Campo Grande, ainda não encheu completamente. Na última quarta-feira (9), o titular da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro), Jaime Verruck, garantiu que o lago encheria completamente em 48 horas, ou seja, até sexta-feira (11).
Nesta segunda-feira (14), o lago continua com aproximadamente metade da capacidade, mais uma vez frustrando os frequentadores do parque. “Que bom que olharam para o parque, e espero que vá melhorando”, afirmou a zootecnista Laura Ferreira, de 37 anos.
A Semagro informou, por meio da assessoria de comunicação, que não há novo prazo para que o lago esteja completamente cheio, mas garantiu que as técnicos da pasta estão acompanhando a situação.
SITUAÇÃO
Fechado no dia 11 de junho deste ano, o parque foi reaberto na última quinta-feira (10). Na ocasião, a estimativa dos técnicos da secretaria era que o lago não atingiria sua capacidade total, por conta do baixo volume de água que desce do córrego Joaquim Português. Para encher, devem ser necessários cerca de 68 mil metros cúbicos de água.
A ação foi para que a população possa usufruir do local enquanto os processos licitatórios das obras dos córregos adjacentes são lançados. “Nós vamos licitar essa obra e assim que terminar a ordem de serviço, nós vamos novamente secar o lago para poder mexer. Então nós vamos encher para dar condições de uso aqui do parque e depois vamos novamente reduzir a água para que pra fazer a obra. O processo licitatório deve demorar em torno de 60 dias. Essa obra de reforço dos gabiões é necessária para que a gente tenha uma tranquilidade futura”, explicou o secretário.
As medidas para as obras no parque foram anunciadas depois de comoção gerada entre os mais de 2 mil frequentadores do Parque, pelo temor de que o lago desaparecesse, já que um grande banco de sedimentos se formou em um dos principais cartões postais da Capital. O processo de desassoreamento necessitou da secagem do lago e, com isto, alguns peixes acabaram morrendo, mesmo com a transferência natural de alguns dos animais para um lago menor. Verruck garantiu que os peixes maiores, que foram retirados, só voltam quando as obras de reforço no gabião forem concluídas.
TRABALHO
Inicialmente a retirada de sentimentos do lago seria concluída apenas em outubro. Mas acabou ocorrendo no mês de agosto, na tentativa da prefeitura de entregar a intervenção como parte das ações comemorativas aos 120 anos de Campo Grande. Porém, a conclusão do serviço acabou não ocorrendo.
No total foram retirados 135 mil metros de areia, numa operação que exigiu 12.500 viagens de caminhão até o local de descarte, nos fundos do Centro de Triagem e Encaminhamento do Migrante e População de Rua (Cetremi), no Parque dos Poderes. Sobrou apenas o piso compactado do lago (que tem de 3 a 5 metros de profundidade), que não pode retirado porque está sobre um solo brejoso natural. Os filetes de água em toda sua extensão compõe o leito natural do Córrego Prosa.
Do lago principal, que se espalha por 5 hectares, foram retirados aproximadamente 115 mil metros de cúbicos de areia, o que exigiu 11 mil viagens de caminhão. O trabalho no lago menor, iniciado dia 11 de junho, terminou duas semanas depois, dia 25. Foram retirados 15.474 metros cúbicos de areia, exigindo 1.500 viagens de caminhão.
A recuperação dos lagos do Parque das Nações Indígenas exige investimento de R$ 8 milhões, recurso da prefeitura (R$ 5 milhões ) e do Governo do Estado (R$ 3 milhões). O projeto inclui a construção de um piscinão no Córrego Réveillon, na esquina das avenidas Mato Grosso com Hiroshima; obras de controle de erosão e recomposição vegetal das margens do Córrego Joaquim Português; e implantação de uma comporta de regulação do nível do lago, tão logo o desassoreamento esteja concluído.
Para evitar que os lagos voltem a ficar assoreados , com o carreamento de areia junto com a enxurrada que desce dos bairros do entorno do Parque dos Poderes, serão executados dois projetos nos córregos Réveillon e Joaquim Português, cujas águas formam o lago.
No Réveillon, a Prefeitura implantará um piscinão, inicialmente projetado para armazenagem de 22 mil metros cúbicos de água. No Joaquim Português, o Governo do Estado vai executar obras de controle de erosão e replantio da vegetação nas margens. Os projetos já estão sendo contratados e a licitações devem ocorrer até dezembro de 2019.
Com as intervenções programadas, segundo Rudi Fiorese, além de recuperar o cartão postal da Capital, os lagos terão um papel importante no controle de enchentes de afluentes do Córrego Prosa, que em dias de chuva mais intensa, transbordam na região do Shopping Campo Grande. Terão capacidade para armazenar 65 mil metros cúbicos de água, o equivalente a três vezes a capacidade do piscinão que será construído nos altos da Avenida Mato Grosso.