Cidades

BRASIL

Após repercussão negativa, Bolsonaro insiste em culpar ONGs por queimadas

Após repercussão negativa, Bolsonaro insiste em culpar ONGs por queimadas

ESTADÃO CONTEÚDO

22/08/2019 - 12h01
Continue lendo...

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) mostrou preocupação com a repercussão negativa de suas falas no exterior contra organizações não governamentais (ONGs), mas voltou a levantar nesta quinta-feira, 22, suspeitas sobre as entidades. Segundo Bolsonaro, em nenhum momento ele acusou as ONGs sobre queimadas na Amazônia porque não há provas e, sim, "suspeitas".

Em seguida, questionado por jornalistas sobre quem estaria por trás dos incêndios criminosos na Floresta Amazônica, Bolsonaro voltou a dizer que há "indício fortíssimo de que ONGs estão por trás das queimadas".

"São os índios, quer que eu culpe os índios? Vai escrever os índios amanhã? Quer que eu culpe os marcianos? É, no meu entender, um indício fortíssimo que esse pessoal da ONG perdeu a teta deles. É simples", reagiu.

Indagado se poderiam ser fazendeiros os responsáveis pelos incêndios, ele concordou.

"Pode, pode ser fazendeiro, pode. Todo mundo é suspeito, mas a maior suspeita vem de ONGs", reforçou. 

De acordo com o presidente, as ONGs "perderam dinheiro" e "estão desempregadas", por isso, teriam interesse em fazer uma campanha contra o governo.

"Não se tem prova disso, meu Deus do céu. Ninguém escreve isso, vou queimar lá, não existe isso. Se você não pegar em flagrante quem está queimando e buscar quem mandou fazer isso, que isso tá acontecendo, é um crime que está acontecendo."

Bolsonaro criticou a imprensa e disse que é "inacreditável" a forma como suas falas contra ONGs foram publicadas nos jornais.

"O Brasil vai chegar à situação da Venezuela, é isso o que a grande imprensa quer", declarou. "Se o mundo lá fora começar a impor barreiras comerciais, nosso agronegócio vai começar a dar para trás, a vida de você (jornalistas) vai estar complicada como a de todos." 

Para ONGs, declaração de Bolsonaro é 'covarde' e 'sem base na realidade'

Acusadas pelo presidente de serem as "maiores suspeitas" pelo incêndio criminoso que se alastra pelo Amazônia nos últimos dias, as principais organizações ambientais internacionais e brasileiras reagiram às declarações de Bolsonaro.

"A declaração é, antes de tudo, covarde, feita por um presidente que não assume seus atos e tenta culpar terceiros pelos desastres ambientais que ele mesmo promove no País", disse ao Estado o coordenador de políticas públicas do Greenpeace, Marcio Astrini. "A Amazônia está agonizando e Bolsonaro é responsável por cada centímetro de floresta que está sendo desmatada e incendiada."

O WWF-Brasil afirmou que a prioridade do governo deveria zelar pelo patrimônio, e não criar "divergências estéreis e sem base na realidade" do que ocorre na região.

"O WWF-Brasil lamenta a nova tentativa do presidente Jair Bolsonaro de desviar o legítimo debate da sociedade civil sobre a necessidade de proteger a Amazônia e, consequentemente, combater o desmatamento que está na origem dos incêndios fora de proporção que assolam o País e comprometem a qualidade do ar em várias regiões", declarou.

Maia vai criar comissão externa para acompanhar situação da Amazônia

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse em seu perfil pessoal no Twitter que a Casa vai criar uma comissão externa para acompanhar o problema das queimadas que atingem a Amazônia. Além disso, o parlamentar informou que também vai realizar uma comissão geral nos próximos dias para avaliar a situação e propor soluções ao governo.

Repercussão negativa na imprensa internacional

A declaração de Bolsonaro de que ONGs poderiam estar por trás do fogo na região da Amazônia teve ampla repercussão negativa na imprensa internacional nesta quarta-feira, 21.

O jornal britânico The Guardian traz a informação de que Bolsonaro acusou ambientalistas de atear fogo na Amazônia para constranger seu governo, mas que o presidente não fornece evidências. 

O site da revista alemã Spiegel traz a manchete "Floresta tropical do Brasil está pegando fogo". O texto diz que Bolsonaro tem uma política ambiental inconsequente.

Já a BBC News, do Reino Unido, mostra um vídeo com imagens dos incêndios na região da Amazônia. Na reportagem, cientistas dizem que a floresta tropical sofreu perdas em um ritmo acelerado desde que Bolsonaro assumiu o poder em janeiro.

Em Portugal, o jornal Público disse que a Amazônia está ardendo e já é possível ver do espaço.

No canal de notícias árabe Al Jazira, sediado no Catar, uma reportagem traz informações sobre os incêndios na Floresta Amazônica do Brasil que atingiram um recorde neste ano. A publicação disse que imagens de satélite da Agência Espacial Americana (Nasa, na sigla em inglês) mostram fumaça cobrindo a metade norte do País - uma área maior do que a Europa.

Na internet, a hashtag #PrayForTheAmazon (reze pela Amazônia) chegou a ocupar o primeiro lugar no Twitter desta quarta.

Artistas se manifestam nas redes sociais sobre as queimadas na Amazônia

Artistas brasileiros e internacionais usaram as redes sociais nos últimos dias para chamar atenção sobre as queimadas na Amazônia. A modelo Gisele Bündchen, a empresária Kim Kardashian, os cantores Caetano Veloso e Elza Soares, os atores Leonardo DiCaprio, Leandra Leal, Lindsay Lohan e Taís Araújo foram alguns dos que se manifestaram.

Ataques de Bolsonaro a ONGs

O presidente fez os primeiros ataques às ONGs nesta quarta, depois de vir à tona que número de focos de queimadas em todo o Brasil neste ano já é o mais alto dos últimos sete anos, conforme mostrou o Estado na segunda-feira, 19.

Desde 1º de janeiro até esta terça-feira, 20, foram contabilizados 74.155 focos, alta de 84% em relação ao mesmo período do ano passado, de acordo com o Programa Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que contabiliza esses dados desde 2013.

Um pouco mais da metade (52,6%) desses focos vem ocorrendo na Amazônia, com Mato Grosso na liderança. As queimadas já superam em 8% o recorde de 2016, um ano de extrema seca, que tinha registrado 68.484 focos no mesmo intervalo de tempo. 

Apesar de este ano também estar com uma estiagem mais prolongada - o que chegou a ser sugerido como uma possível causa para o aumento das queimadas -, a seca é menos intensa do que a de 2016 Estudo divulgado nesta terça pelo Instituto de Pesquisas Ambiental da Amazônia (Ipam) apontou uma forte correlação entre o aumento das queimadas com a alta no desmatamento da Amazônia.

O total de focos neste ano já é 60% superior à média dos últimos três anos e está sendo impulsionando pelo corte da floresta, disseram os pesquisadores da ONG em nota técnica. Alertas de desmatamento feitos pelo Inpe indicam uma alta de 49,45% no desmatamento entre agosto do ano passado e julho deste ano, na comparação com os 12 meses anteriores.

Cidades

Pai e filho são presos por roubarem e sequestrarem idoso em MS

Um dos suspeitos já estava sendo monitorado por tornozeleira eletrônica, mas havia instalado dois bloqueadores de sinal para dificultar o monitoramento pela AGEPEN

20/03/2025 17h00

Pai e filho são presos por roubarem e sequestrarem idoso em MS

Pai e filho são presos por roubarem e sequestrarem idoso em MS Divulgação

Continue Lendo...

Três homens, incluindo pai e filho, foram presos por envolvimento em um roubo cometido contra um idoso de 66 anos no município de Miranda, ocorrido na noite do dia 18 de março de 2025.

Na ocasião, os homens invadiram uma conveniência em Miranda, onde, além de subtrair jóias e outros pertences da vítima, mantiveram o idoso sob ameaça, utilizando uma arma de fogo. Após tomar conhecimento do crime, o DRACCO iniciou as investigações para identificar os responsáveis, recuperar os objetos roubados e apreender a arma usada no crime.

A operação contou com a troca de informações entre as equipes do DRACCO e as Polícias Civil e Militar de Bonito. Após diligências, os policiais identificaram três suspeitos: I.P.O. (50), líder do grupo, seu filho W.F.O.L. (26) e J.S.R.J. (34).

Já na tarde da última quarta-feira (19), o líder do grupo foi localizado enquanto se deslocava para Campo Grande, dirigindo um veículo GM/Onix de cor prata. Durante a busca no veículo, os policiais encontraram as jóias roubadas, que foram prontamente reconhecidas pela vítima.

Além disso, foi constatado que o suspeito estava sendo monitorado por tornozeleira eletrônica, mas havia instalado dois bloqueadores de sinal para dificultar o monitoramento pela AGEPEN/MS.

Dando continuidade às investigações, policiais civis e militares de Bonito conseguiram prender W.F.O.L. e J.S.R.J. e apreenderam a arma usada no crime um revólver calibre .38 além de roupas e outros objetos relacionados ao crime.

Os três suspeitos foram autuados em flagrante pelos crimes de roubo contra pessoa idosa, com as qualificadoras de concurso de agentes, emprego de arma de fogo e restrição da liberdade da vítima. Vale ressaltar que tanto I.P.O. quanto seu filho W.F.O.L. possuem passagens na polícia, por crimes como roubos e extorsão mediante sequestro.

Assine o Correio do Estado

Cidades

Polícia indicia "falsa biomédica" que deformou paciente em Campo Grande

A suspeita, que não possui nível superior, foi investigada após quatro mulheres que passaram por procedimentos estéticos irem parar no hospital, e uma delas ficar com deformidades

20/03/2025 15h33

Crédito: Freepik

Continue Lendo...

Uma mulher de 27 anos, que atendia pacientes se passando por biomédica e esteticista e levou pacientes a diversas internações após o atendimento, foi indiciada pela Polícia Civil de Campo Grande.

A investigação teve início quando quatro mulheres que foram atendidas pela suspeita, que atuava em um espaço de coworking, apresentaram sintomas graves após um tratamento estético de preenchimento labial em setembro de 2024.

A suspeita sequer possui formação superior e, ainda assim, se apresentava para as clientes como biomédica e esteticista.

Para se ter ideia, depois de realizar o procedimento, as vítimas foram parar no hospital, passaram por atendimento médico e, em um dos casos, uma paciente precisou ser submetida a uma traqueostomia.

Os laudos do Instituto de Medicina e Odontologia Legal (Imol) indicaram que, ocorreram lesões de natureza gravíssima, já que uma vítima acabou com deformidade permanente na região da mandíbula em decorrência de fibrose.

Investigação

Policiais da Segunda Delegacia de Polícia (2ª DP) apreenderam, na residência da investigada, medicamentos de uso estético que só podem ser utilizados por profissionais formados em medicina, odontologia e biomedicina.

Além disso, a medicação não estava armazenada da maneira indicada. Outro ponto é que os produtos não possuíam registro da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e foram importados ilegalmente.

Na casa da “falsa biomédica”, a equipe localizou um diploma de estética falsificado em nome de uma faculdade de Campo Grande, o que, segundo a investigação, foi utilizado para induzir os pacientes ao erro, já que confiavam na suposta formação técnica da profissional.

Ao analisarem o certificado, os peritos constataram que o documento era falso.

Com isso, a Polícia Civil acionou a Justiça, que proibiu a mulher de continuar atuando como esteticista. A suspeita foi indiciada por lesão corporal de natureza gravíssima, uso de produto medicinal sem registro na Anvisa, indução do consumidor a erro e uso de documento falso.

O próximo passo fica a cargo do Ministério Público, que definirá por quais crimes ela será denunciada. Para se ter ideia, somando apenas as penas mínimas dos delitos cometidos, a reclusão ultrapassa dez anos e pode chegar a mais de 25 anos no máximo.

“São, em geral, métodos invasivos, com injeção de medicação além da derme”, explica a delegada que atuou no caso, Bárbara Alves. “São procedimentos caros, então o interessado deve sempre desconfiar de preços muito promocionais e pesquisar antes se o profissional possui registro no conselho de sua categoria”, alertou a Polícia Civil.

Assine o Correio do Estado

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).