Os três servidores do governo de Mato Grosso do Sul, que ficaram em retidos em Tel Aviv após o início dos conflitos entre Israel e Irã, no dia 12 de junho, desembarcaram no Aeroporto Internacional de Campo Grande na tarde desta sexta-feira (20), em segurança.
Faziam parte da comitiva que estava em Israel a secretária-adjunta da Secretaria Estadual de Saúde (SES), Christinne Maymone; o responsável pelo setor de tecnologia da SES, Marcos Espíndola, e o secretário executivo de Ciência e Tecnologia, Ricardo Senna.
No desembarque, os servidores foram recebidos pelos familiares e, emocionados, deixaram o local rapidamente, sem falar com a imprensa.
No entanto, o secretário Ricardo Senna gravou um vídeo, onde agradeceu todo o apoio recebido de diversas instituições para a repatriação dos brasileiros.
"Finalmente chegamos a Campo Grande, graças a Deus, em total segurança. Estamos super bem. E, finalmente, é um alívio poder voltar para casa. Agradeço todo o apoio que nós recebemos de todas as instituições. Foi importante para todos nós esse apoio", disse.
Os servidores estavam representando o Estado em missão oficial do Consórcio Interestadual de Desenvolvimento do Brasil Central (BrC), que também contava com representantes do Distrito Federal, Goiás, Maranhão e Mato Grosso.
A missão começou no dia 7 de junho e seguiria até o dia 14, mas foi interrompida devido aos bombardeios e ameaças de retaliações. Enquanto aguardavam retorno ao Brasil, eles passaram os dias no hotel, várias vezes se abrigando em um bunker.
Com as operações do Aeroporto Internacional de Tel Aviv suspensas, eles foram por terra até a fronteira com a Jordânia, de onde pegaram um voo para retornar ao Brasil,
Além da comitiva de MS, também chegaram ao Brasil nesta sexta autoridades do Distrito Federal, de Goiás, de Rondônia e uma funcionária da Embaixada de Israel no Brasil.
O presidente da Comissão de Relações Exteriores (CRE) do Senado, senador Nelsinho Trad (PSD-MS), que tem articulado com o Itamaraty e com a Força Aérea Brasileira (FAB) o retorno seguro dos cidadãos brasileiros, ressaltou o papel das instituições.
“Não só o apoio dos nossos amigos e familiares, com as orações e mensagens, mas também o apoio institucional das embaixadas do Brasil em Israel e na Jordânia; do governo israelense, por meio do Ministério de Relações Exteriores; do nosso Parlamento, por meio da Comissão de Relações Exteriores do Senado, presidida pelo Nelsinho; e do nosso governador Eduardo Riedel. Enfim, uma série de pessoas se irmanou para resolver, da melhor forma possível, essa situação", disse o senador.
Além dos prefeitos, governadores e outras autoridades públicas, o Senado também planeja o resgate de um grupo de 56 brasileiros que estavam em missão religiosa na Galiléia, além de turistas e demais brasileiros retidos em Israel.
Alerta consular
O Itamaraty atualizou seu alerta consular informando que o espaço aéreo de Israel segue fechado, sem previsão de reabertura. Brasileiros que ainda estão no país devem permanecer em local seguro e acompanhar as orientações do Homefront Command israelense.
A Embaixada do Brasil em Tel Aviv reforçou que, no momento, não há operação oficial de repatriação ativa.
A recomendação é que os interessados avaliem, por conta própria, a viabilidade de travessias terrestres, considerando exigências de segurança, vistos e disponibilidade das fronteiras.
Cidadãos que desejarem deixar Israel devem preencher o formulário de intenção de saída disponibilizado pelo Ministério das Relações Exteriores.