Obras de reforma nos decks do lago principal do Parque das Nações Indígenas começam na segunda-feira (28) e a área ficará parcialmente interditada durante os trabalhos. Os decks foram construídos há mais de 15 anos e nunca passaram por manutenção estrutural.
Lago foi fechado no dia 11 de junho deste ano para obras de desassoreamento e com o esvaziamento foi constatado que as algumas pilastras do deck estavam comprometidas na base. Além disso, a estrutura afundou cerca de 15 centímetros, ficando em desnível com a calçada.
Reparos serão feitos em três conjuntos de decks para contemplação na margem do lago que perfazem 160 metros quadrados de tablado e uma passarela que dá acesso ao monumento do Cavaleiro Guaicuru. Obra está orçada em R$ 109.368,00, será custeada com recursos do Imasul e deve ficar pronta em 40 dias.
Conforme o presidente do Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul), André Borges, além de voltar o nível da calçada, será construído acesso para cadeirantes.
“Decidimos aproveitar que o lago continua com o nível da água abaixo do normal e vamos proceder uma reforma completa e melhorando os decks, afirmou Borges ao vistoriar o local.
Os decks serão sustentados por postes de eucalipto tratado, com estrutura de vigas e o tablado de ripas. Enquanto perdurar a obra, a área próxima aos decks será cercada com tapumes, mas o público pode frequentar o parque normalmente.
No monumento do Cavaleiro Guaicuru a passarela será interrompida antes da ilha, impedindo que as pessoas cheguem até a escultura. No entanto, será construída uma plataforma com oito metros de extensão para os visitantes contemplarem o monumento durante o período.
Com relação as obras do gabião e da barragem do lago, ainda está em andamento o processo de licitação e, até que seja feito o reparo na estrutura de contenção das margens, o lago continuará com nível de águas abaixo do normal. Lago voltará a ser esvaziado quando esta etapa começar para permitir o acesso dos trabalhadores.
OBRAS
As medidas para as obras no parque foram anunciadas depois de comoção gerada entre os mais de 2 mil frequentadores do Parque, pelo temor de que o lago desaparecesse, já que um grande banco de sedimentos se formou em um dos principais cartões postais da Capital. O processo de desassoreamento necessitou da secagem do lago.
Inicialmente a retirada de sentimentos do lago seria concluída apenas em outubro, mas acabou ocorrendo no mês de agosto, na tentativa da prefeitura de entregar a intervenção como parte das ações comemorativas aos 120 anos de Campo Grande. Porém, a conclusão do serviço acabou não ocorrendo.
No total foram retirados 135 mil metros de areia, numa operação que exigiu 12.500 viagens de caminhão até o local de descarte, nos fundos do Centro de Triagem e Encaminhamento do Migrante e População de Rua (Cetremi), no Parque dos Poderes. Sobrou apenas o piso compactado do lago (que tem de 3 a 5 metros de profundidade), que não pode retirado porque está sobre um solo brejoso natural. Os filetes de água em toda sua extensão compõe o leito natural do Córrego Prosa.
Do lago principal, que se espalha por 5 hectares, foram retirados aproximadamente 115 mil metros de cúbicos de areia, o que exigiu 11 mil viagens de caminhão. O trabalho no lago menor, iniciado dia 11 de junho, terminou duas semanas depois, dia 25. Foram retirados 15.474 metros cúbicos de areia, exigindo 1.500 viagens de caminhão.
A recuperação dos lagos do Parque das Nações Indígenas exige investimento de R$ 8 milhões, recurso da prefeitura (R$ 5 milhões ) e do Governo do Estado (R$ 3 milhões). O projeto inclui a construção de um piscinão no Córrego Réveillon, na esquina das avenidas Mato Grosso com Hiroshima; obras de controle de erosão e recomposição vegetal das margens do Córrego Joaquim Português; e implantação de uma comporta de regulação do nível do lago, tão logo o desassoreamento esteja concluído.
Para evitar que os lagos voltem a ficar assoreados , com o carreamento de areia junto com a enxurrada que desce dos bairros do entorno do Parque dos Poderes, serão executados dois projetos nos córregos Réveillon e Joaquim Português, cujas águas formam o lago.
No Réveillon, a Prefeitura implantará um piscinão, inicialmente projetado para armazenagem de 22 mil metros cúbicos de água. No Joaquim Português, o Governo do Estado vai executar obras de controle de erosão e replantio da vegetação nas margens. Os projetos já estão sendo contratados e a licitações devem ocorrer até dezembro de 2019.
Com as intervenções programadas, segundo Rudi Fiorese, além de recuperar o cartão postal da Capital, os lagos terão um papel importante no controle de enchentes de afluentes do Córrego Prosa, que em dias de chuva mais intensa, transbordam na região do Shopping Campo Grande. Terão capacidade para armazenar 65 mil metros cúbicos de água, o equivalente a três vezes a capacidade do piscinão que será construído nos altos da Avenida Mato Grosso.