Cidades

CORUMBÁ E LADÁRIO

Arenavírus transmitido por roedores mata dois na Bolívia e preocupa fronteira

Doença transmite febre hemorrágica e assusta bolivianos

RAFAEL RIBEIRO

05/07/2019 - 10h44
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Duas mortes e pessoas internadas, entre elas, dois médicos. Esse é o número de bolivianos infectados na região de La Paz, capital da Bolívia, após exames clínicos apontarem a existência de um Arenavírus, um patógeno zoonótico transmitido por roedor silvestre.

O diagnóstico de febre hemorrágica, foi divulgado pela ministra de Saúde do país andino, Gabriela Montaño, durante entrevista coletiva para a imprensa da Bolívia, na quarta-feira, 03 de julho. “Tivemos um acompanhamento dos pacientes, seus sintomas e sinais, temos resultados laboratoriais que também contribuem e nos permitem chegar a essa conclusão", explicou.

Ela ainda ressaltou que os exames laboratoriais foram realizados por Inlasa e Cenetrop, na própria Bolívia, além do centro de controle e prevenção de doenças em Atlanta, nos Estados Unidos, concluindo que se trata da doença transmitida ao homem por roedores encontrados em áreas de selva. "Em termos, o quadro clínico apresentado pelos pacientes infectados, é compatível com o vírus, sendo os principais sintomas: febre, dor muscular, dor abdominal e dor de cabeça", alertou Gabriela Montaño.

O roedor responsável pela transmissão do vírus é um rato do campo, Calomys Callosus, e em humanos o contágio pode ocorrer por meio de espirros, saliva e até mesmo pelo sangue. No caso de dois médicos internados, eles foram expostos ao sangue de um dos dois pacientes que morreram. 

A ministra ainda destacou que há uma evolução favorável de dois dos pacientes internados, e permanece com diagnóstico reservado para um dos médicos internados, motivo pelo qual continuará a aplicar medidas de segurança.

Embora o Ministério da Saúde assegure tais medidas para evitar novas infecções e que não seja necessário declarar alerta de saúde, o Colégio de Medicina de La Paz acredita que não há controle adequado e solicita três medidas urgentes a serem tomadas, para evitar uma possível propagação do vírus.

"Estamos em posição de informar à população que os resultados laboratoriais indicam que é um Arenavírus do Novo Mundo. A precisão no tipo desse vírus exige de 8 a 10 dias, segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) de Atlanta (EUA) ", afirmou a ministra da Saúde, Gabriela Montaño.

A doença

Os antecedentes desta doença datam de 1959 a 1963, quando foi relatado que o vírus foi encontrado nos municípios de Magdalena, Baures e Huacaraje (província de Iténez), Puerto Siles, San Joaquín e San Ramón (Mamoré), de Beni.

Wilfredo Camargo, responsável pela Epidemiologia do hospital presidente Germán Busch, lembrou a presença, há mais de dez anos, do vírus Machupo I, transmitido pelo camundongo Calomys Callosus.

"É um vírus que descobri em 2007, quando trabalhava na sede, eu era o chefe da epidemiologia. Houve três casos da doença em pacientes que apresentaram os mesmos sintomas em Cochabamba e encontramos a doença na fronteira com Beni. O mal também é chamado de vírus Chapare, porque são os mesmos roedores, mas com outras características de aparência, responsáveis por transmitir", explicou Wilfredo Camargo em entrevista ao jornal El Deber. 

Fronteira de Corumbá

Devido ao reaparecimento do Arenavírus nas regiões montanhosas da Bolívia e por Corumbá estar situada em área de fronteira com cidades bolivianas, é necessário que haja uma atenção maior, principalmente de pessoas que estejam com viagens marcadas ou já estiveram nessa  região do país vizinho.

Conforme o médico infectologista da Secretaria Municipal de Saúde, Hilton Luiz Alves Filho, quem fez viagem recente à Bolívia, região de Santa Cruz a La Paz, ou teve contato com pessoas doentes ou roedores, devem ficar atentas aos sintomas e procurar atendimento médico de urgência.

“Não existe um tratamento específico eficaz, com antibióticos, por exemplo. Em alguns casos, são usados antivirais de uso restrito principalmente nos casos mais graves. A transmissão entre seres humanos é menos comum, mas pode ocorrer também por contato com as secreções das pessoas doentes. Ainda assim, uma pessoa infectada somente transmite o vírus a partir do momento em que ela já apresenta os sintomas da doença, que inicialmente parece um quadro de dengue com febre, dor no corpo e dor de cabeça, que pioram em 3 a 4 dias com prostração, sangramento e febre muito alta que não cede facilmente”, explicou Hilton ao Diário Corumbaense.

Infecções por vírus da família Arenavírus são raras e produzem um quadro febril com sangramento, geralmente com evolução rápida e grave, podendo levar a óbito de sete a dez dias após o aparecimento dos sintomas. 

“Contudo, não há motivo para qualquer alarme, porque a transmissão não se dá pelo ar (como na gripe), ela ocorre por contato com secreções - urina, fezes, vômito e saliva - do doente ou de roedores”, concluiu o médico infectologista.

Cidades

Cadela Laika encontra corpo de idoso que desapareceu em Campo Grande

O idoso Joaquim Gonzales, que sofria de Alzheimer, foi localizado sem vida na tarde desta terça-feira (14), no Jardim Itamaracá

14/01/2025 18h00

Reprodução Redes Sociais

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O idoso Joaquim Gonzales, de 78 anos, natural da Espanha, que desapareceu no último domingo (12), foi encontrado morto na tarde desta terça-feira (14), nas proximidades do pontilhão do Jardim Itamaracá, em Campo Grande.

A vítima, que sofria de Alzheimer, estava desaparecida desde domingo, segundo relatos de familiares. De acordo com eles, Joaquim deixou a residência de madrugada. O corpo foi encontrado com o auxílio da cachorra Laika, do Corpo de Bombeiros.

Imagens de câmeras de segurança ajudaram a orientar as buscas. Segundo informações do Corpo de Bombeiros, Joaquim foi identificado nas gravações, e a partir disso, os militares delimitaram um perímetro de buscas.

Na região, que possui mata, foram localizados próximos a uma estrada de terra o chinelo, o boné e até um cinto que pertenciam ao idoso.

O trabalho da cachorra Laika foi fundamental para encontrar o local onde o corpo de Joaquim estava. Após a localização, os militares confirmaram que se tratava do desaparecido.

Equipamentos como drones com sensor de calor também foram utilizados durante as buscas. Durante todo o processo, familiares permaneceram mobilizados, espalhando cartazes pela cidade em busca de Joaquim.

Cadela que auxiliou nos resgates

A cadela de busca Laika do Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso do Sul (CBMS), que atua ao lado do sargento Thiago Kalunga, levou poucos minutos para localizar o corpo da vítima. Em outubro de 2023 recebeu a Certificação Nacional de Cães de Busca e Resgate.

Laika, que é da raça pastor holandês, foi aprovada na prova de ‘busca urbana’ realizada nos dias 4 a 6 de outubro durante a 21ª edição do Seminário Nacional de Bombeiros (Senabom), em Gramado no Rio Grande do Sul. 

Além de estar apta para atender todos os municípios de Mato Grosso do Sul, após a certificação nacional, a cadela também está autorizada a atuar em ocorrências em todo o Brasil.

Posteriormente, no dia 13 de maio de 2024, Laika fez parte da  1º equipe especializada em busca e resgate juntamente com outros cães e militares do Corpo de Bombeiros de Mato Grosso do Sul para auxiliar no resgate das vítimas na tragédia que assolou o Rio Grande do Sul. A equipe do Estado atuou no município de Encantado.

 A equipe formada pelo sargento Thiago Kalunga e os soldados Jéssica Lopes e Humberto permaneceu em torno de  10 dias atuando nos locais com as estruturas colapsadas pela enchente e inundação.

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Transtorno

Briga na Justiça: passageiros de MS sofreram 1 atraso de voo por dia em 2024

Cenário acarretou em 435 ações judiciais contra empresas aéreas no estado

14/01/2025 17h45

Saguão do Aeroporto Internacional de Campo Grande

Saguão do Aeroporto Internacional de Campo Grande Gerson Oliveira, Correio do Estado

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Os passageiros do setor aéreo em Mato Grosso do Sul sofreram com um número médio de 1 atraso de voo por dia em 2024. 

Conforme levantamento do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), esse cenário acarretou em um total de 435 ações judiciais contra empresas aéreas entre os meses de janeiro e novembro do ano passado no estado.

Os processos foram solicitados principalmente por passageiros, em busca reparação por prejuízos causados pela alteração indevida do horário das viagens.

Apesar de alto, o número de ações judiciais em Mato Grosso do Sul apresentou uma leve queda se comparado com 2023, ano em que registrou 440 processos. Em 2022, o número foi ainda maior, com 520 ações judiciais registradas.

Serviço ineficaz

A principal insatisfação dos consumidores é com a falta de resolução eficaz por parte das companhias aéreas. As buscas dos passageiros na Justiça são de valores financeiros por danos materiais e morais.

Segundo Mayra Sampaio, advogada especializada na área, a decisão de processar está diretamente relacionada à incapacidade das companhias aéreas de resolverem essas questões de forma adequada e em tempo hábil.

"Esse alto número acaba não só impactando esses processos a terem uma rápida solução, mas também o consumidor deve ter seus direitos respeitados, e infelizmente, não é o que tem acontecido por parte das companhias aéreas. Desta forma, talvez esse alto número acabe influenciando as companhias a reverem suas políticas para evitarem esses problemas judiciais", afirma.

Já para Henrique Arzabe, advogado especialista em Direito do Consumidor, o alto número de ações evidencia que, apesar da recuperação do setor aéreo após a pandemia, as companhias aéreas ainda enfrentam desafios para oferecer um serviço eficiente.

“O crescimento de casos pode ser um indicador para que as companhias revejam suas práticas e evitem recorrências judiciais, buscando soluções mais rápidas e eficazes para os consumidores”, conclui.

Atraso vs cancelamento

Ainda confome Arzabe, a diferença entre atraso e cancelamento de voo está na execução do serviço. Nesse sentido, as situações impactam o passageiro de maneira diferente.

“O atraso ocorre quando há uma nova previsão de partida e o voo é realizado, mesmo fora do horário inicial. O cancelamento, geralmente, implica maiores prejuízos para o passageiro, como a perda de compromissos ou diárias de hospedagem, além do transtorno de ter que replanejar toda a viagem”, ressalta.

Brisa Nogueira, advogada especializada em Direito do Consumidor alerta que o tempo de espera é um fator determinante para os direitos do consumidor em casos de atraso de voo.

“Em termos de direito do consumidor em relação ao atraso no voo, nós precisamos pensar quantas horas o consumidor fica ali à disposição da companhia aérea para que seja dada, se for dada, alguma providência. Até duas horas há ali uma pendência de alimentação, especialmente despesas com água e comida. Excedendo-se quatro horas de espera e havendo a necessidade de pernoite no aeroporto, é necessário que a companhia aérea faça o custeio de hospedagem, bem como transporte de deslocamento e retorno ao aeroporto, sem prejuízo do direito do consumidor de ser alocado no próximo voo, havendo disponibilidade”, afirma.

Registre provas

Vale destacar que é importante o consumidor conhecer seus direitos e ficar preparado para buscar reparação em casos de prejuízos causados por atrasos ou cancelamento de voo.

Nesse sentido, ao sentir-se lesado, é importante que o passageiro registre o maior número de provas possível, para assim, conseguir reinvindicar reparação jurídica de maneira mais eficaz.

“É muito importante o consumidor constituir a prova. Primeiro, prova do atraso do voo e, também, dos prejuízos. Se a empresa oferecer algum voucher, é importante registrar isso. Principalmente, se a empresa não o ofereceu, é fundamental ter a prova de que, por exemplo, o atraso gerou outro tipo de prejuízo, como a perda de uma diária de hotel ou reserva de carro. Relembrando que, a partir de quatro horas de atraso injustificado, é devido dano moral ao consumidor”, destaca Brisa Nogueira.

Por fim, o advogado Henrique Arzabe o consumidor não deve pensar duas vezes quando for buscar reparação caso se sinta prejudicado.

“As companhias aéreas têm a obrigação de oferecer um serviço adequado e de prestar assistência, independentemente do motivo do atraso ou cancelamento. Até porque, pequenos atrasos podem causar prejuízos significativos para o cliente, como perder uma conexão ou uma reserva. Por isso, documentar tudo é essencial para garantir que seus direitos sejam respeitados”, conclui.

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