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A tecnologia e a IA na aprendizagem

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O advento da internet e, agora, o avanço das tecnologias de inteligência artificial (IA) vem transformando significativamente a sociedade, incluindo os hábitos de consumo de livros, jornais e materiais didáticos.

A busca pelo conhecimento, antes restrita aos meios físicos, hoje se expande e se mescla a um vasto leque de possibilidades no ambiente digital.

Como resultado, os alunos da geração Alpha (nascidos a partir de 2010) estão vivenciando uma profunda transformação no processo de aprendizagem. Atentas às tendências, tanto as escolas particulares quanto as redes públicas têm investido em ferramentas digitais para se alinhar melhor à realidade dos alunos, aumentando o engajamento e demonstrando que é possível aprender de maneira divertida e colaborativa.

Com a chegada da IA, a necessidade de transformação da educação ganha ainda mais força e velocidade. Algumas empresas vêm liderando esse movimento de apoio aos educadores nesse processo de evolução por meio da aplicação de novas tecnologias integradas ao que já funciona na sala de aula tradicional, proporcionando uma experiência híbrida de aprendizagem responsável e eficaz, com intencionalidade pedagógica. 

Há no ecossistema de startups empresas que oferecem soluções gamificadas de aprendizagem e entregam aos estudantes uma ferramenta de estímulo à escrita criativa, simplificando o trabalho dos educadores e encantando os alunos.

Existem também ferramentas que possibilitam aos estudantes realizar testes de fluência leitora, e em seguida eles recebem recomendações de leitura de forma inteligente, construindo o hábito leitor.

Ao longo dos anos, a tecnologia tem transformado profundamente a educação, facilitando o acesso ao conhecimento e tornando-o mais acessível e flexível.

Recentemente, o avanço da inteligência artificial e de ferramentas digitais interativas tem permitido personalizar o ensino e criar experiências mais envolventes e eficazes. Essas inovações continuam a influenciar a educação, preparando alunos e instituições para os desafios do futuro.

As tecnologias desenvolvidas por edtechs, por exemplo, aumentam significativamente o engajamento dos alunos ao tornar o aprendizado mais interativo e motivador.

A partir de recursos como gamificação, aprendizagem híbrida e conteúdos de educação socioemocional, as soluções das empresas capturam a atenção dos alunos e mantêm o interesse ao longo do processo educacional. 

Mas é importante reforçar a importância de manter iniciativas para equilibrar o uso da tecnologia com métodos pedagógicos convencionais, para evitar a dependência de ferramentas digitais. Isso inclui a integração de abordagens mais clássicas, como ensino presencial e atividades práticas, com tecnologias avançadas, garantindo uma educação mais holística. 

Por trás das plataformas educacionais, há um processo pedagógico cuidadosamente elaborado, que assegura que a tecnologia seja utilizada de maneira eficaz para apoiar a aprendizagem. Esse planejamento envolve a colaboração de educadores e especialistas para garantir que as ferramentas digitais estejam alinhadas com as melhores práticas pedagógicas.

O objetivo é integrar a tecnologia ao ensino, de forma a enriquecer a experiência educacional, promovendo um aprendizado mais eficaz e equilibrado.

Além de facilitar o dia a dia dos educadores, a tecnologia também contribui para a satisfação das famílias, que observam o desenvolvimento das habilidades do século 21 em crianças e jovens.

É importante destacar que o processo de letramento digital, habilidade desenvolvida com as soluções das edtechs, envolve o uso crítico, ético e equilibrado da tecnologia. A IA não deve ser vista apenas como uma ferramenta, mas como uma impulsionadora e formadora de novos talentos.

Apesar dos avanços, ainda há muito a ser feito para democratizar o acesso às tecnologias no Ensino Básico, tanto em escolas públicas quanto privadas em todo o País.

É essencial que haja uma colaboração entre empresas do ecossistema de startups e instituições de ensino para que mais alunos tenham acesso a um mundo de possibilidades e possam vivenciar a evolução do processo de aprendizagem.

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O aumento nos diagnósticos de autismo e TDAH

07/10/2024 07h45

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O aumento no número de diagnósticos de Transtorno do Deficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) e de Transtorno do Espectro Autista (TEA) tem gerado debates entre especialistas.

E isso graças ao maior acesso à informação, aos profissionais de saúde mental, aos educadores e aos pais, que agora entendem melhor os traços associados a esses transtornos.

Essa conscientização aumentada levou a uma identificação mais precisa e oportuna, permitindo que os indivíduos recebam suporte apropriado mais precocemente na vida.

Além disso, os avanços em métodos de avaliação aumentaram a identificação de pessoas neurodivergentes com apresentações difíceis de serem notadas na superfície.

É notável que a expansão dos critérios diagnósticos desempenhou um papel significativo no aumento da identificação de TEA e TDAH.

Até meados dos anos 2000, esses marcadores eram mais restritos, focando em comportamentos observáveis específicos.

Portanto, seu aprimoramento ajuda a garantir que os indivíduos recebam suporte e intervenções adequados, adaptados as suas necessidades. 

Vale destacar ainda que essa elevação ajudou a reduzir os estigmas em torno do TEA e do TDAH.

À medida que mais indivíduos recebem diagnósticos precisos, eles são capacitados para compartilhar suas experiências, defender suas necessidades e contribuir para discussões públicas.

Essa visibilidade promove compreensão, empatia e aceitação dentro da sociedade e contribui para que as comunidades, escolas, locais de trabalho e sistemas de saúde percebam que é preciso se acomodar às necessidades de indivíduos neurodivergentes, promovendo uma sociedade mais equitativa.

Mas, se por um lado o crescimento está ligado à maior conscientização, esse fato também levanta preocupações.

Estamos mais informados, o que é positivo, mas precisamos ter cautela para evitar diagnósticos apressados, sem o devido acompanhamento multidisciplinar, diz psicólogos.

Eles reforçam a importância de uma avaliação completa e cuidadosa de cada criança, que considere diferentes aspectos do comportamento.

É comum que distrações ou dificuldade de socialização sejam mal interpretados. Cada caso exige uma análise minuciosa, feita por uma equipe especializada. 

Para crianças e adolescentes devidamente diagnosticados com TDAH ou TEA, o suporte terapêutico é uma das principais ferramentas para melhorar a qualidade de vida.

Essa abordagem trabalha o desenvolvimento de habilidades sociais, emocionais e comportamentais, permitindo que o indivíduo desenvolva mais autonomia e controle sobre suas dificuldades.

A terapia ajuda o pequeno a entender melhor suas emoções e a desenvolver mecanismos para lidar com situações do dia a dia, tornando-o mais resiliente.

A medicação, por exemplo, pode ser necessária em alguns casos de TDAH, mas ela deve ser associada à terapia contínua, especialmente a cognitivo-comportamental, para melhores resultados a longo prazo.

É fundamental que o acompanhamento envolva a família, a escola e os profissionais de saúde mental, proporcionando à criança um ambiente de suporte contínuo.

Quando pais, educadores e terapeutas trabalham juntos, a criança recebe todo o apoio necessário para crescer e se desenvolver de forma saudável e integrada à sociedade. 

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A ilusão de virar milionário com uma aposta

07/10/2024 07h30

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O Brasil parece viver um déjà vu na arena das apostas. Nos anos 1970 e 1980, tínhamos a famosa Loteca, a Loteria Esportiva, com seus 13 jogos decisivos, e a rede Globo apresentava a “zebrinha” nas noites de domingo, que prendia milhares na frente do televisor. Uma febre nacional que levava milhares a sonhar com a glória de acertar os resultados do futebol e, quem sabe, mudar de vida.

Mas quem conhece a Loteca sabe: os vencedores são tão raros quanto os cometas. E assim, essa “loteria da esperança” se mantinha no imaginário popular, mas com uma limitação controlada. Hoje, porém, o cenário é mais alarmante, e o sonho de enricar ficou mais acessível – e, paradoxalmente, mais devastador.

A Caixa Econômica Federal opera, oficialmente, 11 tipos de loterias: Mega Sena, Lotofácil, Quina, Lotomania, Timemania, Dupla Sena, Dia de Sorte, Super Sete, Loteria Federal (criada em 1962), Loteca (Loteria Esportiva) e Lotogol (temporariamente suspensa). Loterias que variam em formato, premiação e frequência de sorteios e que são as principais modalidades oficiais de apostas operadas pela Caixa no País. Cada cidade tem, ao menos, um ponto de Loteria que opera legalmente e serve até como agência bancária.

O que antes eram 14 jogos semanais virou uma verdadeira cascata de oportunidades com as apostas esportivas on-line, as famigeradas bets. Elas inundaram o mercado com possibilidades tão diversas que cobrem desde os campeonatos de série D e divisões regionais até jogos amadores de países que mal sabemos que existem.

E o mais alarmante: algumas dessas plataformas chegam a criar partidas fictícias, dando a falsa impressão de que as chances de ganhar são infinitas. Tem gente apostando até em torneios de esportes eletrônicos criados sob demanda. Pode parecer inofensivo para alguns, mas a verdade é que estamos diante de um problema muito mais profundo.

Dados recentes revelam que 25 milhões de brasileiros apostaram nos últimos seis meses, e só em agosto foram movimentados R$ 20,8 bilhões. No entanto, 86% desses jogadores já estão com dívidas, e muitos veem as apostas como “investimento financeiro”, uma lógica completamente distorcida.

Afinal, não há investimento real quando a casa sempre ganha. Como não lembrar da Loteca? Se antes já havia poucos vencedores em um universo limitado de apostas, imagine agora, com milhares de jogos por minuto?

O impacto desse vício vai muito além das finanças. Trabalhadores, que já enfrentam uma carga pesada com salários baixos, aluguéis impagáveis, contas de luz e água e juros exorbitantes de cartões de crédito estão jogando fora suas últimas esperanças e seu futuro. Muitos gastam 20% de seus salários em apostas, e isso em um cenário de extrema vulnerabilidade econômica.

Famílias se desestruturam, os lares se tornam campos de batalha e, como se não bastasse, o devedor de pensão alimentícia, já encurralado pela situação financeira, pode acabar atrás das grades.

E a saúde mental? Esse é outro ponto crítico. A ansiedade dispara, a depressão cresce e a produtividade despenca. Apostadores compulsivos não conseguem focar em suas atividades profissionais, atormentados pelas dívidas e pelas promessas não cumpridas de “sorte”. O resultado? Uma classe trabalhadora ainda mais desgastada e sem perspectivas reais de melhorar.

Recentemente, 193 bets receberam autorização para funcionar no País. Aquelas que não se regularizaram serão retiradas do ar, com o auxílio da Anatel, até 11 de outubro. É uma medida importante, mas que chega tarde para muitos. O estrago já foi feito, e os mecanismos de controle deveriam ter sido pensados antes.

O mais triste de tudo é ver como as apostas on-line se tornaram a última esperança de quem já perdeu quase tudo. Não temos mais a loteria esportiva inocente, com seus palpites de fim de semana. Agora, temos um mar de ilusões digitais, em que o trabalhador brasileiro, cada vez mais desesperado, joga seus sonhos no lixo e vê a vida desmoronar.

Onde buscar socorro? Talvez no Estado, que tem de ser mais firme na regulamentação, nas empresas, que precisam entender que a saúde mental de seus colaboradores está em risco, e na sociedade, que precisa aprender a lidar com as armadilhas da era digital. Porque, do jeito que está, o Brasil está apostando alto demais no jogo errado.

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