Artigos e Opinião

OPINIÃO

Aline Araújo de Moura e Edenis Cesar de Oliveira: "O dólar nosso de cada dia"

Acadêmica da curso de Administração da UFMS-Três Lagoas e Professor adjunto da UFSCar - Campus Lagoa do Sino - Buri (SP)

Redação

27/12/2015 - 00h00
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O dólar é uma das moedas mais importantes do mundo, por ser a principal moeda utilizada em transações comerciais mundiais, além de ser empregada por bancos centrais de inúmeros países na adoção de reservas internacionais.

A moeda, criada em 1776, nos Estados Unidos – que, à época, não possuíam um sistema monetário unificado –, só ganhou força após a Segunda Guerra Mundial, quando os países da Europa, abalados, tornaram-se dependentes de produtos estadunidenses. Até então, a libra possuía o título de moeda internacional, porém o cenário devedor que se abateu sobre a Inglaterra fez que o dólar lhe tomasse o lugar.

No Brasil, sua importância também é incontestável: diariamente, jornais e telejornais informam a cotação do dólar. Desse fato, alguns questionamentos emergem, sobretudo na “mente” dos leigos em questões dessa natureza: “Como essa cotação é feita?” “Em que influencia?”.

Aqui, o valor do dólar é definido como o de qualquer produto, seguindo a lei da oferta e da demanda: quando há muito dólar circulando no mercado, ele passa a ser desvalorizado e seu valor diminui; quando há mais procura, ele se valoriza, aumentando-se seu valor.

E o governo? O governo, por sua vez, não tem o poder de alterar a moeda de forma concreta. Ele possui reservas de dólar, que podem influenciar na cotação por meio do Banco Central, comprando ou vendendo, mas ainda assim seu poder é limitado: só tem poder para alterar um valor mínimo.

A baixa do dólar em relação ao real afeta de forma direta as empresas voltadas ao mercado nacional, passando seus produtos a concorrer com os importados.

Assim, por um lado, favorece o importador, cujos produtos, com preços menores, depõem os nacionais, e o investidor nacional, que aproveita esse momento para investir no exterior. Também beneficia o turista brasileiro, porque os destinos internacionais ficam mais acessíveis. Por outro lado, prejudica as empresas voltadas às exportações, reduzindo sua competitividade em relação aos produtos de outros países.

O aumento do dólar, por sua vez, prejudica as empresas que atuam no mercado interno, porque provoca o aumento do valor de matérias-primas importadas e de equipamentos cujo valor de compra utilize a moeda americana como referência. Com o aumento dos preços, os brasileiros deixam de comprar produtos importados, preferindo os nacionais, assim como passam a preferir destinos nacionais para suas viagens.  

Ademais, empresas de grande porte e o governo veem-se prejudicados, porque muitas de suas dívidas são cotadas em dólar. Em contrapartida, beneficia o setor da exportação, pois os produtos brasileiros ficam mais baratos e competitivos no exterior. Além disso, pelo fato de as viagens ao exterior ficarem mais caras, o turismo interno é, notadamente estimulado – e o país também se torna mais atrativo a turistas internacionais.

Não se pode deixar de mencionar a influência de fatores subjetivos na oscilação da moeda americana, a que muitos economistas chamam de “fatores psicológicos”.

Em síntese, trata-se de informações, muitas vezes sem fidedignidade da fonte, que são “lançadas” no mercado e acabam por afetar o comportamento dos investidores. E estes, por medo de perderem seus recursos, alteram seus planos de investimentos e deslocam o capital para outros ambientes que considerem mais seguros.

Esses efeitos, que exercem grande impacto na valorização ou desvalorização da moeda dominante, são estudados pelas “Finanças Comportamentais”.

Atualmente, o Brasil vivencia um cenário de valorização da moeda norte-americana, que atinge seu maior patamar em 12 anos, por influência de fatores internos e externos.

Segundo a economista Mirim Leitão, “Com o aumento do dólar as commodities começam a subir e demais itens, como combustíveis e alimentos, também sofrem essa influência, impactando diretamente na inflação, ou seja, dólar subindo é mais inflação, dólar caindo é risco de desindustrialização”.

Portanto, em curto prazo esse aumento deve gerar impacto na economia brasileira, especialmente por pressão inflacionária.

Esse aumento do dólar pode gerar um abalo no bolso do brasileiro, mas, apesar disso, beneficiar a indústria nacional, pois pode acarretar o aumento das exportações e ajudar o país a equilibrar a balança comercial.

Editorial

A transparência que regula o mercado

A oferta e a demanda continuam sendo os motores da precificação, mas precisam atuar dentro de parâmetros minimamente justos e transparentes

17/06/2025 07h15

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Em uma democracia, a imprensa, os órgãos de fiscalização e o mercado livre formam um ecossistema de autorregulação que pode – e deve – funcionar de maneira saudável e equilibrada. Cada um tem o seu papel. A imprensa denuncia e traz à tona informações de interesse público e os órgãos de controle fiscalizam e aplicam a lei, enquanto o mercado, impulsionado pela concorrência e pela pressão social, ajusta-se para melhor atender o consumidor.

Um exemplo prático desse ciclo virtuoso ocorreu na semana passada, quando o Correio do Estado publicou uma reportagem detalhada, baseada em dados de faturamento e impacto econômico, mostrando que, apesar da redução no preço dos combustíveis anunciada pela Petrobras, os postos e as distribuidoras não a haviam repassado integralmente ao consumidor final.

De fato, o repasse da queda nos preços só começou a ocorrer – curiosamente ou coincidentemente – depois da publicação da reportagem. Até então, o consumidor permanecia pagando um valor que não refletia a nova realidade dos custos de aquisição dos combustíveis. Uma situação que, à primeira vista, representava uma distorção de mercado, com claro prejuízo ao cidadão.

Além de informar, o Correio do Estado também cumpriu outro papel fundamental, ao cobrar publicamente uma ação efetiva dos órgãos de fiscalização, como o Procon, para que se verificasse o que, de fato, estava acontecendo. Afinal, em um mercado considerado livre, a liberdade de preços não significa liberdade para abusos.

É justamente esse tipo de pressão, vinda da sociedade e estimulada pela imprensa, que provoca ajustes no mercado. A oferta e a demanda continuam sendo os motores da precificação, mas precisam atuar dentro de parâmetros minimamente justos e transparentes. A omissão de informações, a formação de preços descolada da realidade de custos e a falta de fiscalização são inimigas da concorrência saudável.

Acreditamos que o dever da imprensa em uma democracia, entre tantos outros, é esse: mostrar informações relevantes para a sociedade, para que ela saiba o que está acontecendo diante de seus olhos e que, muitas vezes, ela não se dá conta. O cidadão precisa estar bem informado para exercer seu direito de escolha e de cobrança. Um consumidor bem informado é um consumidor mais consciente, e um mercado que sabe que está sendo observado tende a ser mais equilibrado.

Que fique como lição: em uma democracia, transparência e fiscalização não são favores, são deveres de todos – e a imprensa tem o compromisso de garantir que eles sejam cumpridos. Não se trata de criar confrontos desnecessários, mas de reforçar o senso de responsabilidade de todos os agentes envolvidos. Afinal, quando a informação circula com clareza, a sociedade toda sai ganhando.

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A importância da autoestima no sucesso pessoal e profissional

Mirian Pereira: Psicóloga e escritora, pós-graduada em Neurociência e Comportamento

13/06/2025 07h30

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Em mais de 25 anos acompanhando pessoas em seus processos de transformação, vi uma verdade se repetir inúmeras vezes: ninguém chega longe se não acreditar que merece estar lá. Autoestima não é apenas gostar de si. É um pilar silencioso que sustenta decisões, atitudes e conquistas, tanto na vida pessoal quanto na trajetória profissional. Quem não reconhece o seu próprio valor quase sempre se sabota antes mesmo de começar.

Autoestima é o sentimento de valor que você tem sobre si mesmo. Não se trata de se achar melhor que os outros, mas de ter consciência do seu valor, dos seus limites e das suas potências. É ela que te ajuda a dizer sim para oportunidades e não para relações que ferem. É ela que te faz levantar depois de uma queda. Sem autoestima, a autoconfiança enfraquece e, com isso, a vida desacelera. Em “A dor só passa quando você passa por ela”, escrevo: “Você pode ir além da dor”. Mas isso só acontece quando você acredita que é digno de um futuro melhor.

No trabalho, a autoestima é a sua aliada silenciosa. Você já reparou como pessoas seguras de si se posicionam com mais clareza?Elas se expressam com firmeza, tomam decisões, pedem aumentos, lideram – 
não porque são perfeitas, mas porque confiam em quem são.

Por outro lado, quem tem a autoestima abalada vive se sabotando, evita visibilidade, aceita sobrecargas, duvida de suas conquistas.E isso compromete não só o desempenho, mas o bem-estar emocional no ambiente de trabalho.

Já na vida pessoal, a autoestima define o que você aceita. Relacionamentos afetivos, amizades, criação dos filhos, tudo é atravessado pela forma como você se vê. Uma pessoa com autoestima fortalecida se respeita e impõe limites, não se anula para agradar, se permite recomeçar e, o mais importante, se escolhe todos os dias, mesmo quando é difícil.

Construir autoestima é possível, ninguém nasce pronto. A autoestima é uma construção diária, feita de autocuidado, autorrespeito e autocompaixão.É o que você fala para si mesmo, é como você se acolhe 
nos dias difíceis e é a forma como você se olha no espelho, mesmo quando está cansado ou inseguro.

“A cura começa com uma escolha”, como escrevi no meu livro.E essa escolha pode ser me priorizar, me fortalecer, me permitir. Conclusão: o sucesso pessoal ou profissional não é sobre fazer mais. É sobre ser mais verdadeiro consigo mesmo.E isso começa dentro.Com autoestima, você caminha com mais leveza, clareza e coragem.

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