Artigos e Opinião

OPINIÃO

Antonio Carlos Hindo: "Divorciados não são o retrato do satanás"

Promotor de Justiça aposentado

Redação

18/08/2015 - 00h00
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Os congressistas brasileiros travaram uma batalha parlamentar notável para aprovar a instituição do Divórcio em nosso País. A luta foi titânica. Ao se promulgar a  Emenda Constitucional Nº. 09, de 29 de junho de 1.977, de autoria do ilustre senador pelo Rio de Janeiro, Nelson Carneiro, subscrita pelo senador Acioly Filho e mais 158 parlamentares  à época dos fatos, parecia que as duas mãos pesadas de Deus desabariam sobre  todos os casais brasileiros  que romperam a relação conjugal  mandando-os  para o fogo do inferno. Tornaram-se malditos, discriminados, expulsos da sua convivência espiritual e  não puderam mais receber um dos sacramentos referendados pela Igreja Católica, a comunhão. Um absurdo, algo inacreditável  para o vivente, à época,   que estaria prestes a  romper um novo milênio   e iniciar um novo século. 

Foi assim que se manifestaram os segmentos mais retrógrados da instituição secular    porque não dava aos seus fiéis a liberdade de pensamento e também porque  se achava sabedora da verdade,  e não aceitavam outros pensadores nem mesmo a força da ciência. Mas dessa luta dramática resultou vencedor o bom senso. Claro, nenhum casamento legitimamente constituído e as uniões conjugais que também possuem a tutela da lei deveriam falecer por manifestação de seus protagonistas principais, os cônjuges, se algo substancialmente forte não ocorresse no curso da sua duração.

Quando isso acontece, a união conjugal desaparece. Já não tem mais sentido  uma união de  “ fachada “ apenas para satisfazer as exigências sociais,  com graves consequências  para a prole. A coragem para tomar um novo rumo não pode ser em nenhuma circunstancia  motivo para o constrangimento; para a humilhação; para a  discriminação e o  desrespeito. Os divorciados  não são o retrato do satanás. Nada disso. Eles são rigorosamente iguais aos demais que resultaram felizes em seus casamentos. Não existem entre eles diferenças nos sentimentos, nas emoções, nas paixões, no altruísmo, na solidariedade e, na grandeza de seus propósitos. Em razão disso o Papa Francisco em mais um de seus belos pronunciamentos  voltou a encantar o mundo cristão ao sustentar que os divorciados  que voltam a se casar “ seguem fazendo parte da Igreja “ e não devem ser tratados como excomungados.

Na verdade, o líder máximo da Igreja Católica em todo o mundo não inventou nenhuma concepção ou mesmo entendimento diferente daquela comungada pela camada mais altruísta da população mundial.  Afinal, a quem interessa a família fragmentada, machucada  pelas trocas de insultos, de acusações mórbidas, de sevícias e maus tratos entre os seus cônjuges ? Não interessa a ninguém com certeza. Nem à própria família, nem à moral, tampouco às religiões, muito menos aos bons costumes. Ao Estado, em última instancia é que não vai haver nenhum interesse. Na parábola do Bom Samaritano, Jesus ensinou que não devemos ser alheios aos sofrimentos dos nossos irmãos, mas assumir com caridade e respeito suas necessidades. Essa parábola é maravilhosa e enriquecedora porque o Cristo,  se associa a todos que passam pela provação do sofrimento, que são discriminados e que podem e devem muito bem ser incluídos aí os divorciados que também  foram protagonistas de momentos  de dor e de angustia. A vinda de Francisco para chefiar a Igreja Católica  foi salutar para a vida da humanidade nessa quadra de tormentos, de dores e  de angustias  que constantemente rondam os lares pelo mundo inteiro. Nesses seus sábios pronunciamentos constatamos esculpidos em seus sentimentos mais elevados o desejo de mostrar para todos nós que precisamos ter vida para viver, mas sobretudo, que temos que ser partícipes da sociedade com o nosso pensamento sempre voltado para servir o nosso semelhante.

Editorial

A transparência que regula o mercado

A oferta e a demanda continuam sendo os motores da precificação, mas precisam atuar dentro de parâmetros minimamente justos e transparentes

17/06/2025 07h15

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Em uma democracia, a imprensa, os órgãos de fiscalização e o mercado livre formam um ecossistema de autorregulação que pode – e deve – funcionar de maneira saudável e equilibrada. Cada um tem o seu papel. A imprensa denuncia e traz à tona informações de interesse público e os órgãos de controle fiscalizam e aplicam a lei, enquanto o mercado, impulsionado pela concorrência e pela pressão social, ajusta-se para melhor atender o consumidor.

Um exemplo prático desse ciclo virtuoso ocorreu na semana passada, quando o Correio do Estado publicou uma reportagem detalhada, baseada em dados de faturamento e impacto econômico, mostrando que, apesar da redução no preço dos combustíveis anunciada pela Petrobras, os postos e as distribuidoras não a haviam repassado integralmente ao consumidor final.

De fato, o repasse da queda nos preços só começou a ocorrer – curiosamente ou coincidentemente – depois da publicação da reportagem. Até então, o consumidor permanecia pagando um valor que não refletia a nova realidade dos custos de aquisição dos combustíveis. Uma situação que, à primeira vista, representava uma distorção de mercado, com claro prejuízo ao cidadão.

Além de informar, o Correio do Estado também cumpriu outro papel fundamental, ao cobrar publicamente uma ação efetiva dos órgãos de fiscalização, como o Procon, para que se verificasse o que, de fato, estava acontecendo. Afinal, em um mercado considerado livre, a liberdade de preços não significa liberdade para abusos.

É justamente esse tipo de pressão, vinda da sociedade e estimulada pela imprensa, que provoca ajustes no mercado. A oferta e a demanda continuam sendo os motores da precificação, mas precisam atuar dentro de parâmetros minimamente justos e transparentes. A omissão de informações, a formação de preços descolada da realidade de custos e a falta de fiscalização são inimigas da concorrência saudável.

Acreditamos que o dever da imprensa em uma democracia, entre tantos outros, é esse: mostrar informações relevantes para a sociedade, para que ela saiba o que está acontecendo diante de seus olhos e que, muitas vezes, ela não se dá conta. O cidadão precisa estar bem informado para exercer seu direito de escolha e de cobrança. Um consumidor bem informado é um consumidor mais consciente, e um mercado que sabe que está sendo observado tende a ser mais equilibrado.

Que fique como lição: em uma democracia, transparência e fiscalização não são favores, são deveres de todos – e a imprensa tem o compromisso de garantir que eles sejam cumpridos. Não se trata de criar confrontos desnecessários, mas de reforçar o senso de responsabilidade de todos os agentes envolvidos. Afinal, quando a informação circula com clareza, a sociedade toda sai ganhando.

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A importância da autoestima no sucesso pessoal e profissional

Mirian Pereira: Psicóloga e escritora, pós-graduada em Neurociência e Comportamento

13/06/2025 07h30

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Em mais de 25 anos acompanhando pessoas em seus processos de transformação, vi uma verdade se repetir inúmeras vezes: ninguém chega longe se não acreditar que merece estar lá. Autoestima não é apenas gostar de si. É um pilar silencioso que sustenta decisões, atitudes e conquistas, tanto na vida pessoal quanto na trajetória profissional. Quem não reconhece o seu próprio valor quase sempre se sabota antes mesmo de começar.

Autoestima é o sentimento de valor que você tem sobre si mesmo. Não se trata de se achar melhor que os outros, mas de ter consciência do seu valor, dos seus limites e das suas potências. É ela que te ajuda a dizer sim para oportunidades e não para relações que ferem. É ela que te faz levantar depois de uma queda. Sem autoestima, a autoconfiança enfraquece e, com isso, a vida desacelera. Em “A dor só passa quando você passa por ela”, escrevo: “Você pode ir além da dor”. Mas isso só acontece quando você acredita que é digno de um futuro melhor.

No trabalho, a autoestima é a sua aliada silenciosa. Você já reparou como pessoas seguras de si se posicionam com mais clareza?Elas se expressam com firmeza, tomam decisões, pedem aumentos, lideram – 
não porque são perfeitas, mas porque confiam em quem são.

Por outro lado, quem tem a autoestima abalada vive se sabotando, evita visibilidade, aceita sobrecargas, duvida de suas conquistas.E isso compromete não só o desempenho, mas o bem-estar emocional no ambiente de trabalho.

Já na vida pessoal, a autoestima define o que você aceita. Relacionamentos afetivos, amizades, criação dos filhos, tudo é atravessado pela forma como você se vê. Uma pessoa com autoestima fortalecida se respeita e impõe limites, não se anula para agradar, se permite recomeçar e, o mais importante, se escolhe todos os dias, mesmo quando é difícil.

Construir autoestima é possível, ninguém nasce pronto. A autoestima é uma construção diária, feita de autocuidado, autorrespeito e autocompaixão.É o que você fala para si mesmo, é como você se acolhe 
nos dias difíceis e é a forma como você se olha no espelho, mesmo quando está cansado ou inseguro.

“A cura começa com uma escolha”, como escrevi no meu livro.E essa escolha pode ser me priorizar, me fortalecer, me permitir. Conclusão: o sucesso pessoal ou profissional não é sobre fazer mais. É sobre ser mais verdadeiro consigo mesmo.E isso começa dentro.Com autoestima, você caminha com mais leveza, clareza e coragem.

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