Os turcos possuem um território lindo e privilegiado. Ocupa dois continentes. O europeu e o asiático. O número de turistas que desejam conhecer suas belezas naturais todos os anos respondem pelo nosso entendimento. Mas não é só. A Turquia é um País milenar. Em seu território passaram várias civilizações. Grandes impérios. Como se pode observar, trata-se de um país forrado de história. Seu passado remete-nos a essa certeza absoluta. Em 1.453 fizeram desaparecer do planeta o todo poderoso Império Romano na sua frente oriental. Constantinopla não suportou a ofensiva turca. O jovem sultão Maomé II foi o grande comandante vitorioso na histórica batalha. Sua força militar já prenunciava o seu destino de povo impetuoso. Dominador, sobretudo. Esse fato histórico marcou o início da era moderna. As grandes navegações oceânicas e a descoberta da imprensa mudaram a realidade mundial. Os avanços outros também tiveram suas marcas indeléveis.
Em 1.914 metade do mundo estava sob os seus domínios. A meia lua estampada orgulhosamente no corpo da sua Bandeira enchia de orgulho o seu povo. Era a evidencia explícita de uma conquista preciosa. Fruto da inteligência dos seus generais e da valentia dos seus soldados. Especialmente do fanatismo religioso. A propagação do islamismo incentivou as suas políticas de conquistas. Os povos que fugiram das perseguições políticas e religiosas desembarcavam nos países escolhidos para viver e construir suas famílias com a nacionalidade turca estampada no passaporte. Outro tema resulta igualmente interessante. O estreito de Dardanelos localizado no extremo oriente do seu território faz a ligação entre o mar Egeu e o mar de Marmara e divide os territórios situados às margens do mar Negro com o restante do mundo. Nenhum navio passa por esse estreito sem a autorização do governo de Ancara.
Aliando-se ao Império Austro Húngaro, no ano de 1.914, a Turquia desafiou o mundo na primeira conflagração mundial. Os turcos foram derrotados. Seu vasto e poderoso território se esboroou. Mas a imagem de povo guerreiro ficou marcada de forma indelével até os dias que correm. Essa é a grande verdade. Esses esclarecimentos resultam necessários e imprescindíveis para melhor compreendermos os ataques bélicos desfechados pelas suas forças militares recentemente contra os curdos que vivem no território da Síria. A Turquia não aceita o surgimento do Estado Curdo. Não o deseja como vizinho. Tem os seus motivos históricos. Já bastam as questões incendiárias naquele sitio geográfico e que se arrastam no curso dos milênios. Todos os dias preocupam a humanidade. Essa é evidentemente uma outra questão tormentosa para o mundo diplomático. Washington reconhece essa preocupação. Retirou suas tropas do território sírio. Não desejou estabelecer com o seu aliado qualquer tipo de entrevero. A senha estava dada. Das suas bases estratégicas os turcos podem alcançar os territórios dos seus vizinhos rapidamente. Nenhum vizinho pretende abrir um estado de guerra com os turcos. Especialmente Israel. Todos reconhecem sua capacidade militar. Estratégica, em especial.
A Rússia agora está construindo um acordo de paz. Tudo isso resultou possível através de uma política diplomática construída entre Washington e Moscou. Nesse mundo conturbado por questões políticas, econômicas, sociais e religiosas não pode existir espaço para os confrontos militares. Essa matança de crianças sobretudo mostra a fotografia do nosso atraso. O ser humano se embruteceu. Tudo parece que precisa ser resolvido com o uso da violência. A intransigência, é a sua palavra de ordem. Essas ações tresloucadas não refletem a grandeza de propósitos que precisa animar os lideres mundiais para encontrar no diálogo os mecanismos da paz. Não pode ser crível que a humanidade não aprendeu nada com os registros esculpidos no bojo da História. Sob esse enfoque verdadeiro e sem sofismas não entendemos a praticidade e a importância dos avanços científicos e tecnológicos que são oferecidos todos os dias para a humanidade. Eles não são oferecidos seguramente para fomentar a guerra. Estão sempre disponíveis para oferecer o conforto, a segurança e o bem estar. Vida que todos almejamos. O preconceito, a discórdia, o revanchismo como indicativos da guerra não podem suplantar o diálogo como a maior arma a fomentar a paz. Todos os povos merecem viver em paz. As descobertas científicas para a cura das doenças graves precisam ser esse grande norte alvissareiro. Esse o protagonismo que queremos desfrutar. A paz na linha de frente. A guerra, varrida da história.