Todas as democracias que se consolidaram ao longo da história da humanidade sempre consagraram em seus textos constitucionais a pluralidade dos partidos políticos com um dos alicerces inexoráveis do regime democrático. A sua grandeza a enxergamos nos limites próprios da sua importância como instituição de direito privado. No corpo dos seus estatutos estão consagrados os seus princípios, as suas metas e objetivos que precisam ser respeitados pelos seus filiados, a fim de que se possa construir com o respaldo da sua orientação doutrinaria uma pátria livre, soberana e democrática. Sua estrela maior a conduzir os seus destinos está concentrada no seu conselho de ética que está sempre pronto para punir os seus filiados que conspirarem contra os seus princípios.
Nesse diapasão, não podemos conceber a existência de qualquer partido político que tenha como seu propósito maior conspirar contra a pátria, contra os seus valores, contra os princípios democráticos e fundamentais de um povo. Não, esse tipo de partido de político não existe. Tanto é verdade que Justiça nenhuma em qualquer lugar do mundo teria através de seus juízes a enorme insensibilidade de referendarem a sua existência dando-lhe o seu registro definitivo.
A questão, que intriga o cidadão comum do povo e o direciona cada vez mais a se afastar da política e de temas a ela relacionados não tem nada a ver com os partidos políticos existentes, mas com os homens que o compõem e formam. Os seus donos, os líderes partidários, os correligionários, os simpatizantes, coloquem o nome que quiserem colocar para satisfazer seus interesses pessoais e de seus afilhados, são capazes de vender a própria alma. Fazem pior.
Transformam os partidos políticos que dirigem, em verdadeiras mercadorias que se dá; que se vende ou que se empresta nos balcões imundos do comércio desprezível, sem nenhum tipo de constrangimento. Trata-se de um ato de mercancia, como qualquer outro.
Com esses atos de absoluta insanidade jogam na lama, no lixo e no lodo a sua bandeira partidária, as suas cores, as suas insígnias, a sua tradição de luta, enfim tudo aquilo de bom e auspicioso que a sua agremiação pode oferecer. Esse espetáculo sórdido estamos assistindo em Brasília. Um governo em estado terminal oferece suas vísceras para os partidos em que os seus dirigentes se constituem em verdadeiros abutres a devorarem seus órgãos. Algo inacreditável. Essa ação pecaminosa tem prazo certo para morrer, a sentença das urnas. Mas os Partidos Políticos, não. Eles continuam vivos, dignos, e sempre altaneiros convidando a todos os que simpatizarem com os seus princípios a acolhê-los de braços abertos em seu seio sempre generoso.
Quando esses arremedos de políticos embrulham as suas bandeiras partidárias para a luxúria; para o prazer enganoso do poder; pelas trapaças; pelas espertezas, mas principalmente, pelo dinheiro que resulta no fruto da discórdia e do compromisso nenhum com a sua consciência, o que temos então a toda evidencia é a sua satanização.