Acuado e sem ter para onde recorrer para arrecadar ainda mais impostos para cobrir o rombo da dívida pública o governo brasileiro acena com a legalização dos cassinos em todo o território nacional para empurrar de vez o seu nacional para o inferno.
Essa conversa é difícil de acreditar. Não pode ser crível que um governo com tantas políticas públicas importantes e oportunas para serem implantadas ofereça o que de pior existe para o seu cidadão apenas com o objetivo sórdido de arrecadar mais impostos. Já não basta as dificuldades com que todos os dias humilha os chefes de família negando-lhes emprego e salário e agora deseja ressuscitar algo que atazanará ainda mais, suas vidas? A legalização dos cassinos não vai resolver as nossas dificuldades econômicas para vislumbrarmos de novo o quadro auspicioso do desenvolvimento. Pelo contrário, trará um dano ainda maior para o conjunto da população.
A afirmação tem sentido: quando o processo inflacionário tiraniza os sentimentos mais nobres e elevados do ser humano a sua inclinação para as práticas condenáveis resultam nas únicas alternativas oferecidas por um governante em processo de metástase.
O jogo tem sempre ao seu lado seus inimigos inseparáveis. Sua vertente é o dinheiro sujo, nojento, sórdido e rasteiro que não produz nem bens muito menos riquezas. Ele produz apenas a indignação, a revolta, o constrangimento e a humilhação dos que são dele partícipes. Ele compromete ainda de forma avassaladora a dignidade pessoal, arranha o caráter e leva à bancarrota a família quando se alia, com as drogas e a prostituição. É para esse inferno que o nosso governo quer direcionar o nosso homem de bem, o nosso chefe de família, o nosso jovem que aguarda ansiosamente sua oportunidade de trabalho para se firmar no conjunto da sociedade como pessoa digna e comprometida com as coisas boas que devem tornar sempre elegantes o nosso proceder social.
A elegância dos procedimentos cotidianos é que precisam sempre animar as pessoas. Esses são os pensamentos dominantes no conjunto da nossa sociedade e que aguarda dos nossos governantes apenas a sensibilidade para melhor interpretá-los. A sordidez do jogo não é a melhor direção porque o seu limite se confunde com a insensatez. A sua agravante resulta evidenciada quando o próprio governo não impõe nenhum dos mecanismos de controle social que possui, ou ainda quando o direito passa a legitimá-lo com o beneplácito da moral que resulta ignorada na sociedade moderna.
Essa praga não a queremos rondando a imensidão dos nossos lares. O Estado não pode ser esse algoz capaz de incentivar a esperteza, despertar as trapaças e concorrer para as ilusões mórbidas.