Por definição estabelecida, a Economia é a ciência que estuda os processos de produção, intercâmbio e consumo de bens e serviços. Uma crise, no que lhe diz respeito, é uma mudança brusca ou uma situação de escassez (desemprego, por exemplo); isto quer dizer que uma crise econômica faz referência a um período de escassez a nível da produção, da comercialização e do consumo de produtos e serviços.
É fácil concluir que a escassez de recursos financeiros, oriundos da crise econômica, tem como consequência um travamento das atividades capaz de imobilizar, pelo efeito em cadeia, todas as fontes de produção, de distribuição e de consumo. Quer um exemplo? A greve dos caminhoneiros há pouco mais de um ano provocou uma paralisia no País cujos reflexos são sentidos até os dias atuais. Eis que a interrupção da produção provocou de imediato uma drástica redução no consumo.
A economia brasileira já se apresentava combalida naquela oportunidade, e bastou o impacto das ações dos caminhoneiros em greve para que uma nova situação resultasse num desarranjo nas estruturas permanentes que servem de controle para a segurança mínima dos meios de escoamento das produções, tanto para o País como para as exportações. Trata-se de um golpe tão potente que os gestores públicos financeiros se tornaram impotentes para solucionar tão grave problema.
Nunca é demais recordar que há pouco mais de uma década, os Estados Unidos, nação mais poderosa do planeta, enfrentaram uma situação muito grave em sua economia interna que afetou duramente a população, com milhares de famílias que, desempregadas e sem poder pagar as prestações dos imóveis financiados, passaram a morar em praças e jardins, muito embora a inflação estivesse sob controle. O presidente Barak Obama passou toda a primeira parte do seu mandato procurando uma solução que pudesse proporcionar ao povo um restabelecimento da situação.
Em nosso país, a situação parece um pouco mais agravada pelo alto nível do desemprego e em um aparente controle da inflação, porém, com altas frequentes nos preços dos derivados do petróleo, que, de maneira automática, empurram os preços dos produtos e serviços para cima, inibindo o consumo e mascarando os índices financeiros. É preocupante o fato de que, a cada quinze dias, é anunciado o aumento do nível dos brasileiros, hoje situado na faixa de 65% – isso é sufocante e inadmissível. Sem poder consumir, em razão de restrição impostas pelos órgãos controladores de crédito, a tendência é de piora na situação do povo.
A equipe econômica do governo federal deveria voltar atenção para essa difícil situação da população, encontrando uma maneira humanizada para permitir a liberação dos CPFs dos brasileiros encalacrados pelo endividamento provocado pela imoral taxa de juros cobrados pelos bancos e financeiras, que lhes proporcionam lucros absurdos, e, na outra ponta, o empobrecimento dos brasileiros.