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Bosco Martins: "Bonito: Parabéns, muito obrigado!"

Jornalista e cidadão bonitense

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Bonito comemora seu 67º aniversário a partir de quinta.  Serão três dias de programação Especial e homenagens a personalidades que “adotaram” a cidade. 

Entre os que receberão o título de cidadania estão os ex-prefeitos, Naudemir  Xavier (o Mimito), José Arthur, Geraldo Marques, a juíza Dra.  Paulinne Simões, o presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Waldir Neves e Odilson Soares. Tem o seu Adão Ximenez, pantaneiro do Nabileque , onde implantou o primeiro mangueiro e campo de pouso da  região. 

O título é concedido anualmente pela Câmara Municipal em forma de agradecimento aos que, não nascidos em Bonito, chegaram, colaboraram e contribuem com o desenvolvimento da cidade.  A    lei diz: “Terá de ser aprovado por unanimidade e   além do reconhecimento notório por relevantes serviços prestados, o homenageado terá de ter   reputação ilibada, com comprovação de atividades no município”.

Entre os 22 nomes merecedores da honraria fiquei surpreso e lisonjeado ao ver meu nome no rol de novos bonitenses e me emocionei com a justificativa do p residente da Câmara, Amir Trindade. De coração agradeço e nem sei se mereço.

“O jornalista Bosco Martins é merecedor do título, pois faz parte da história da cidade, onde chegou na década de 1990.  Bosco Martins nasceu em Fernandópolis no interior de SP. Há quase 15 anos em Bonito foi um dos primeiros a incentivar o turismo rural, inaugurando seu Hotel, na região do rio Formoso, antiga estrada da Ilha do Padre e hoje Rodovia do Turismo. Como os pioneiros Nercy Soares, Padre Roosevelt, Afrânio Jacques, que desenvolveram o turismo naquela região onde   atualmente passam mais de 100 mil turistas por ano”, diz a justificativa que gerou o decreto de homenagem.

Quando a gente vem ao mundo não temos o privilégio de escolher o lugar onde nascemos. Nascer numa cidade é uma questão de destino, porém amar alguém ou um lugar é uma questão de escolha.  Assim estabelecemos laços afetivos e de admiração com outras cidades que não a nossa de origem. Portanto ao recebermos uma homenagem como essa nos sentimos lisonjeados. Bonito é para nós os homenageados, uma cidade muito amada.  O título nos confere a constatação de que somos, filhos e filhas afetivas de uma cidade que mesmo não tendo nela nascido, nos acolheu de uma forma tão carinhosa e hospitaleira. 

Agradecemos, aos amigos, a família e embora não tenhamos tido o privilégio de nascer aqui: Temos o orgulho de entre os quase 6 mil municípios do Brasil e 79 cidades de MS escolher amar Bonito.  Deixamos nosso agradecimento ao que Bonito tem de melhor, que são os bonitenses   e aqueles que aqui chegaram. Agora podemos orgulhosos dizer nós escolhemos Bonito e, felizmente, Bonito também nos escolheu. 

A homenagem não só aumenta nosso carinho pela cidade, mas também faz crescer nossa responsabilidade e dedicação a ela.  Por isso nesta data simbólica só temos que agradecer e dizer: PARABÉNS BONITO, MUITO OBRIGADO!!  

Editorial

As propriedades estão mais produtivas

O campo não é mais o mesmo, e os discursos sobre ele também precisam evoluir: o País mudou, e a política de acesso à terra precisa acompanhar essa mudança

20/05/2025 07h15

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Nas últimas décadas, o Brasil rural passou por uma revolução silenciosa, mas de impacto gigantesco: a produtividade no campo atingiu patamares históricos. Tecnologias de ponta, mecanização intensiva, biotecnologia e novas cadeias de produção tornaram obsoletos alguns dos argumentos mais repetidos por movimentos sociais, como o dos sem-terra, na década de 1990. Naquela época, a improdutividade era o principal combustível para as ocupações de fazendas. Propriedades que estavam “paradas” eram alvos legítimos – pelo menos no discurso – para fazer pressão por reforma agrária.

Hoje, o cenário é outro. As propriedades que não produzem são exceções. Com a valorização das commodities agrícolas e o crescimento da demanda mundial por alimentos, praticamente qualquer hectare de terra fértil se tornou economicamente viável. Não só para plantar soja ou criar gado, como no passado. Há uma nova geografia agrícola que inclui culturas como trigo, sorgo, eucalipto e mandioca e atividades como a suinocultura e a avicultura industrial. O campo virou negócio – e um bom negócio.

Essa transformação reduziu drasticamente a margem para que movimentos sociais reivindiquem terras sob o argumento de que estão ociosas ou improdutivas. Mesmo a retenção de grandes áreas para especulação imobiliária, que já foi um problema relevante, praticamente desapareceu. Quem tem terra, explora. E quem explora, gera emprego, paga impostos e movimenta a economia, além de, em muitos casos, estabelecer parcerias com a comunidade local e contribuir com infraestrutura e serviços.

Reportagem desta edição mostra um exemplo claro dessa nova realidade: uma fazenda extremamente produtiva, com papel fundamental na recuperação judicial de uma grande empresa, que, ainda assim, entrou na mira do movimento dos sem-terra. Trata-se de uma propriedade que cumpre sua função social com excelência, mas que, paradoxalmente, está sendo tratada como se fosse uma terra abandonada ou sem utilidade social. Isso revela um descompasso entre a retórica de alguns movimentos e a realidade do campo brasileiro.

Não se trata aqui de negar a importância histórica da reforma agrária ou o direito de grupos sociais de reivindicar melhores condições de vida. Mas é preciso reconhecer que o País mudou e que a política de acesso à terra precisa acompanhar essa mudança. Se o governo federal ainda pretende investir em reforma agrária, esse projeto precisa ser repensado, ganhar nova roupagem. É hora de se falar em uma “reforma agrária 2.0”.

Esse novo modelo não pode se basear apenas na distribuição de terras, mas deve envolver acesso a crédito, assistência técnica, logística, mercado e, acima de tudo, integração com a economia moderna do agronegócio. Não faz sentido redistribuir terras se os beneficiários não tiverem condições reais de transformá-las em unidades produtivas e sustentáveis. O fracasso de muitos assentamentos passados prova isso.

Por fim, é preciso retomar o verdadeiro significado do termo “função social”. Produzir alimentos, empregar pessoas, cuidar do meio ambiente e investir na comunidade também são atos sociais. A palavra “social” não pode ser sequestrada por discursos ideológicos. O campo brasileiro não é mais o mesmo, e os discursos sobre ele também precisam evoluir.

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ARTIGOS

Hábito de leitura no Brasil: como mudar o panorama atual?

17/05/2025 07h45

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A criação do hábito de leitura é um dos pilares essenciais para o desenvolvimento humano, especialmente durante a infância, já que estimula a imaginação, a empatia e o pensamento crítico. No entanto, com o avanço da tecnologia, essa prática tão importante vem sendo cada vez mais negligenciada, especialmente no Brasil.

De acordo com a pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, realizada pelo Instituto Pró-Livro, 53% dos brasileiros não leram livros em 2024, o que representa uma queda de quase 7 milhões de leitores em relação a 2019. Além disso, 73% da população não completou sequer uma leitura no mesmo ano.

Esses dados alarmantes reforçam uma urgência: o incentivo à formação de leitores desde a primeira infância, pois estamos perdendo leitores para as telas antes mesmo de se consolidar o processo de alfabetização. E essa responsabilidade deve ser compartilhada pelas escolas, pelas famílias e por toda a sociedade. Isso porque, o contato com a leitura é fundamental para o desenvolvimento social, emocional e pedagógico das crianças.

De concentração a percepção de si mesmo: crianças que têm contato frequente com os livros desenvolvem maior capacidade de concentração e foco. A leitura contínua estimula ainda o cérebro a manter a atenção por períodos mais longos, favorecendo também a memória de trabalho e a autorregulação, uma habilidade essencial para lidar com emoções como estresse e ansiedade.

Além disso, o envolvimento com diferentes tipos de texto fortalece habilidades cognitivas como observação, análise, síntese e interpretação. Crianças leitoras geralmente demonstram maior sensibilidade aos detalhes, melhor compreensão de contextos e mais agilidade na construção de inferências, competências fundamentais para a resolução de problemas e tomada de decisões ao longo da vida.

Já do ponto de vista emocional e social, a leitura também contribui significativamente para o desenvolvimento da empatia, da criatividade e da linguagem oral e escrita. Ao mergulhar em histórias, é possível se colocar no lugar do outro, ampliar o repertório cultural e construir sentidos sobre o mundo e sobre si mesmos. Por isso, o hábito de leitura deve ser cultivado não apenas como uma estratégia pedagógica, mas como um direito fundamental da infância.

Os desafios do mundo moderno: a presença constante da tecnologia incentivou o uso excessivo de telas, muitas vezes em detrimento de interações presenciais e experiências sensoriais. Essa exposição prolongada a dispositivos eletrônicos pode comprometer o desenvolvimento da atenção, da linguagem e da imaginação, todas capacidades essenciais para a formação de leitores.

Diante desse cenário, fomentar o gosto pela leitura torna-se ainda mais crucial. Promover uma relação afetiva e significativa com os livros ajuda a equilibrar os estímulos imediatos das telas com a profundidade e a concentração que a leitura exige e proporciona, sendo essa uma missão para as escolas e também para as famílias.

Inspiração e exemplo: os educadores devem atuar como mediadores e inspiradores, proporcionando ambientes acolhedores que incentivem a leitura por prazer. Isso pode se dar por meio de atividades como rodas de leitura, compartilhamento de histórias e projetos literários interdisciplinares. Já os familiares, precisam reservar um tempo para ler em voz alta, demonstrar interesse pelas histórias e limitar o uso de telas, especialmente antes de dormir.

Em suma, a formação de leitores e o cultivo do hábito de leitura são fundamentais para o desenvolvimento pleno de crianças e jovens. Afinal, esse é o caminho mais promissor para formar cidadãos críticos, sensíveis e preparados para transformar o mundo com ética, imaginação e esperança.

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