Qualquer estado soberano deve ter gerência sobre seu território e, consequentemente, sobre os caminhos e rotas estabelecidas dentro dele. O mesmo nível de controle deve se aplicar à região de fronteira. É por meio dele que os agentes da lei, governantes, e outros integrantes do poder estatal têm a obrigação de criar condições para que a região, sob a gestão deles, desenvolva-se.
Sobre o desenvolvimento citado aqui, há dois caminhos para se garanti-lo quando se trata da movimentação dos cidadãos. O primeiro deles é a criação de rotas para incentivar o desenvolvimento e também facilitar o direito de ir e vir dos cidadãos.
Quando falamos do conceito de cidadania, nós nos referimos às pessoas que cumprem as leis e, como causa e consequência disso, têm plenos os seus direitos e deveres. É para eles que os caminhos servem, para que eles façam uso do seu direito de ir e vir.
Também existem as rotas clandestinas. Estas, feitas para e por pessoas que vivem à margem da lei. É deste mercado ilegal que sobrevivem os contrabandistas e traficantes. E são estes que, por descumprirem o que estabelece o ordenamento jurídico, devem ser punidos por seus desvios. No caso deles, cabe aos governantes prendê-los e combater a atuação dos mesmos nas rotas em que agem por meio da ilegalidade.
Nesta semana, o governador Reinaldo Azambuja estará em Assunção, capital do Paraguai, tratando destes dois temas com o presidente do país vizinho, Mario Abdo Benítez. O leitor terá o privilégio de acompanhar reportagens que tratam destas duas rotas – a boa e a ruim – em reportagens publicadas nesta edição.
Primeiro, a notícia boa. É extremamente importante que os caminhos abertos pela Rota Bioceânica, que liga o Brasil ao Chile pelo Paraguai, sejam abertos o mais rapidamente possível. A possibilidade de integrar o sudoeste de Mato Grosso do Sul com o Chaco Paraguaio, o norte da Argentina e o litoral norte chileno abrirá não apenas novas fronteiras econômicas, mas também poderá fomentar o turismo entre estas regiões, ainda muito pouco integradas dentro do continente sul-americano.
Em segundo lugar, claro, a notícia não tão boa. Estamos falando de uma rota que existe há algumas décadas, e dela sempre se beneficiaram contrabandistas (de produtos eletrônicos, pneus, cigarro, armas, entre outros) e traficantes de maconha.
Agora, traficantes de cocaína também estão utilizando estes caminhos que passam pelo sul de Mato Grosso do Sul e fronteira com o Paraguai para levar este tipo de droga não somente a grandes centros brasileiros, mas também para Europa e África.
Precisamos de ações. A primeira delas, para fomentar a abertura da economia dentro da lei, abrindo novos caminhos; a segunda, combatendo o crime que ocorre nas rotas já existentes. É com este controle sobre os trajetos que chegamos ao desenvolvimento.