A instalação de um polo de distribuição de ureia em Campo Grande pelas multinacionais Acron e YPFB contribuirá com o desenvolvimento da cidade.
Ao longo desta década, que se aproxima do fim, não foram poucas as vezes que o leitor deparou-se com a sigla UFN3 neste veículo e também em toda a imprensa local. O significado da sigla é Unidade de Fertilizantes Nitrogenados 3, empreendimento idealizado pela Petrobras no início da década que tinha como objetivo construir em Três Lagoas um polo produtor de substâncias como ureia, potássio e gás carbônico. O investimento para tal fábrica, que está 80% concluída, foi bilionário, e as obras só foram interrompidas porque a Operação Lava Jato encontrou irregularidades em algumas das empresas que integravam o consórcio que executava o empreendimento.
Em 2018, depois de quase quatro anos de paralisação das obras na estrutura projetada para ser uma das maiores fábricas, a Petrobras firmou acordo para vender para uma sociedade formada pela empresa russa Acron (majoritária) e a estatal boliviana YPFB tanto a fábrica de Três Lagoas quanto a unidade produtora de fertilizantes em Araucária (PR). Este acordo está próximo de ser concluído, e as obras, de serem retomadas. A expectativa é que a partir de 2022 a fábrica de Três Lagoas inicie suas atividades.
Feito este breve resumo do impasse que envolveu o maior empreendimento dos últimos anos em Mato Grosso do Sul – que encheu, na mesma proporção, o Estado de esperança e frustração –, trazemos nesta edição uma notícia importante não somente para MS e para a região de Três Lagoas, mas também para Campo Grande. A parceria entre as empresas da Rússia e da Bolívia terá na Capital seu centro de distribuição de ureia para todo o Brasil.
A iniciativa da Acron e da YPFB é importantíssima para o desenvolvimento de Campo Grande e da região. Em primeiro lugar, porque a ureia é matéria prima de boa parte dos fertilizantes comercializados no Brasil, e tal centro de distribuição poderá atrair para a cidade misturadoras destes produtos, um trabalho que normalmente é feito por indústrias que demandam estes grandes investimentos.
Para distribuir a ureia produzida em Três Lagoas e a importada da Bolívia, a Capital do Estado também volta a confirmar sua localização estratégica na região Centro-Oeste do Brasil e também no centro da América do Sul. Por estar mais perto das regiões de alta demanda do agronegócio, a tendência é de que o custo e a logística para a distribuição de adubos melhorem a partir da implantação deste centro de distribuição.
A semana começa com esta boa notícia. Esperamos que esta seja mais uma de um ciclo de muitas que virão para a economia de Mato Grosso do Sul crescer ainda mais.