O governo federal está prestes a tornar mais cara e, consequentemente mais difícil, a geração de energia solar, justamente em um ano em que a pauta ambiental ganha intensidade
Para os que empunham a bandeira da defesa do meio ambiente, o ano de 2019 tem sido parecio como os anos do início da década de 1990, em que a pauta pela preservação dos ecossistemas ganhou força em todo o planeta.
Naquela época, a conferência organizada pelas Nações Unidas, a Rio 92, foi uma das primeiras a reunir chefes de estado de todo o planeta, do eixo Estados Unidos-Europa. Pudera, na última década do século passado, a poluição decorrente do desenvolvimento atingido em todo o período pós-guerra começava a mandar sua fatura para a humanidade: era difícil respirar o ar das grandes metrópoles, era impossível de frequentar algumas praias, e o conceito de reservas ambientais e parques nacionais, era algo incipiente não somente no Brasil, mas em toda a Terra.
Não que a realidade do início dos anos 1990 tenha mudado completamente o cenário atual, mas a degradação do meio ambiente foi desacelerada em muitas regiões do mundo, sobretudo nos países desenvolvidos. Mesmo no Brasil, em cidades como São Paulo, a qualidade do ar nos dias atuais está longe de ser a ideal, mas certamente é bem melhor do que a de outrora.
Foi nas últimas três décadas que os carros e caminhões tiveram de reduzir a emissão de gases. O mesmo se aplicou até mesmo a eletrodomésticos, como geladeiras e aparelhos de ar condicionado, e também a utensílios, como produtos em embalagens aerossol. Ao mesmo tempo, pelo menos nas regiões que já estavam habitadas, reservas naturais foram cercadas ou recuperadas, e a legislação ambiental tornou-se mais rigorosa, obrigando os produtores rurais a preservarem parte de suas propriedades.
Neste ano, em que o cacique Raoni, que ganhou os holofotes na mesma década de 1990 voltou ao noticiário, em meio à polêmica e controversa pauta global sobre a preservação da Amazônia e a exploração econômica de seus recursos, uma medida que pode encher os cofres das empresas do setor energético, e também dos entes federativos, está prestes a ser tomada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel): a taxação da energia solar. É isso mesmo, o governo federal está prestes a tornar mais cara e, consequentemente mais difícil, a geração de energia solar.
Por mais que a energia hidrelétrica ou de biomassa se enquadrem no conceito de energia renovável, as energias solar e eólica, certamente, são as mais limpas de todas. A instalação de seus geradores não provoca alagamentos ou desmatamento, nem tampouco retirada de óleo ou gás do subsolo. Para que muitas casas, estabelecimentos comerciais e indústrias possam funcionar, basta a energia emanada pelo mesmo astro sobre o qual o planeta em que vivemos gravita desde este mundo é mundo: o sol.