Nunca um povo ou um país desenvolveu-se dentro de seus limites. O Corredor Bioceânico abre novos caminhos e, com eles, a perspectiva de integração e desenvolvimento do sudoeste de Mato Grosso do Sul.
Na história da humanidade, e também das nações, são raros – para não dizer que são inexistentes – os casos de países ou de regiões que se desenvolveram voltando-se somente para dentro, desprezando qualquer possibilidade de comércio ou de outros tipos de contatos e negócios com outros povos.
Muito se fala da ascensão da China como potência econômica planetária. E isso só foi possível depois que o regime comandado há décadas pelo Partido Comunista abriu seu mercado ao mundo a partir de 1976 – depois da morte de Mao Tse-Tung, quando Deng Xiaoping assumiu o comando do país. Antes desta abertura, o país asiático mantinha tradições camponesas e feudais; a fome era maior, assim, é claro, como a pobreza extrema. Em pouco mais de 40 anos, a China tornou-se a segunda maior economia do planeta, e protagoniza, no momento, o que economistas e especialistas em mercado chamam de “guerra comercial” com os Estados Unidos da América.
Os Estados Unidos, diga-se de passagem, só se tornaram o que são por causa do comércio. As 13 colônias da Inglaterra declararam-se independentes em 1776 em razão dos autos e escorchantes impostos que a metrópole europeia cobrava sobre as colônias. Foi diante deste aprisionamento por parte dos colonizadores que os ideais de liberdade foram incorporados à atual maior potência mundial – cultural, militar e econômica. E a partir destes princípios que os EUA expandiram suas fronteiras para o oeste da América do Norte.
Uma região só se expande, e só se desenvolve, com integração. Esta é a palavra-chave para qualquer tipo de desenvolvimento: humano, cultural, social e econômico. Integrar-se é natural do ser humano. Não fosse por este valor, não estaríamos onde estamos hoje, em termos de desenvolvimento da espécie.
A implantação do Corredor Bioceânico em Porto Murtinho, que deve ocorrer nos próximos dois anos, colocará em destaque no mapa de Mato Grosso do Sul uma cidade que sempre esteve nos mesmos desenhos cartográficos em letras miúdas.
E a China, exemplo citado de crescimento econômico, pode estar ligada ao otimismo que paira sobre Porto Murtinho. O país asiático certamente será o destino de muitos dos produtos brasileiros que deixarão o País por meio da cidade, seja por transporte fluvial pelo Rio Paraguai, seja rodoviário até portos chilenos como o de Antofagasta. E a potência oriental certamente será a origem de muitos dos produtos manufaturados que entrarão em território brasileiro por meio de Porto Murtinho.
Torcemos para que o Corredor Bioceânico, definitivamente, coloque a região sudoeste de Mato Grosso do Sul no mapa do desenvolvimento do Estado e do Brasil. Tem tudo para isso acontecer.