Artigos e Opinião

CORREIO DO ESTADO

Confira o editorial desta sexta-feira: "O exemplo deve vir de cima"

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Chegou a hora de o poder público, que é financiado com os impostos pagos pela população, dar o exemplo de cumprimento das normas de segurança fiscalizadas pelos bombeiros.

Para Existe um fato que é praticamente inquestionável na humanidade. Não se pode afirmar que tal situação é impossível, porém, é quase um consenso que ninguém no planeta gosta de pagar taxas e impostos. Mesmo em países considerados desenvolvidos, em que grande parte dos serviços públicos é devolvido aos cidadãos, o pagamento dos tributos ainda gera queixas da população.

Contribuir para o poder público garantir o bem o comum de todos é a parte do cidadão, dentro de sua individualidade, no contrato social estabelecido entre ele o estado, descrito pela primeira vez pelo filósofo suíço Jean Jacques Rousseau no século XVIII. A humanidade ainda não conseguiu chegar a uma outra forma, pelo menos na prática, de organização social que a descrita pelo filósofo, apesar de muitos terem tentado. O que existe é um exercício de aperfeiçoamento destas relações e que elas ocorram no munido real, como de fato, é descrita na teoria.

O grande ponto de tensão nas relações entre os cidadãos e o poder público é que sempre os primeiros, dentro de sua individualidade, ficam em desvantagem diante da mão pesada do estado. Normalmente os gestores do poder público só recuam quando suas medidas atingem , de uma vez só, um contingente muito grande da população.

Nesta semana publicamos várias reportagens mostrando a desproporcionalidade das taxas de vistoria aplicadas pelo Corpo de Bombeiros nos estabelecimentos comerciais e de prestação de serviço. Enquanto em estados vizinhos a frequência de visitas (e de pagamento de taxas e obrigações de adequações que já vem até mesmo com a indicação do profissional a ser procurado) é de uma vez a cada cinco anos em São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, em Mato Grosso do Sul, os militares vão todo ano a qualquer tipo de estabelecimento.

Após a publicação da primeira reportagem mostrando esta diferença para a execução do mesmo serviço em estados diferentes, o Corpo de Bombeiros de Mato Grosso do Sul informou que, até o fim deste mês, publicará medidas que dispensarão de visitas obrigatórias anuais, até 80% dos estabelecimentos comerciais. O efeito prático, porém, deve ser ainda muito mais abrangente.

Nesta semana, o Ministério Público Estadual abriu inquérito civil para apurar a situação das escolas públicas de Campo Grande, municipais ou estaduais. Em estabelecimentos de ensino que em alguns casos são frequentados diariamente por mais de 1 mil pessoas, é importantíssimo que o cumprimento às normas de segurança em casos de incêndio e pânico sejam devidamente cumpridas. Com as escolas particulares, lojas e prestadores de serviço, o rigor é grande. Chegou a hora de o poder público, que é financiado com os impostos pagos pela população, dar o exemplo de cumprimento das normas de segurança.

ARTIGOS

Caminhos da vida

01/03/2025 07h45

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A vida depende do caminhar de cada ser. Nesse caminhar, cada qual vai definindo seus desejos, seus planos e seus limites. Mesmo que não aceite certos deles, terá que respeitar o pensar e o agir dos demais. Nesse caminhar, haverá também uma exigência de constante purificação pessoal e social.

Nessa purificação, ninguém estará só. A humanidade estará solidária. O universo estará em comum tarefa. Tudo e todos caminharão para o eterno. Todos buscando o melhor para si. Mesmo que tenha que aceitar a contribuição dos demais, prefere enfrentar certas situações contando apenas com apenas suas forças.

Assim caminha o universo. Uns procurando caminhos. Outros se acomodando. Outros rejeitando soluções. E todos querendo uma definição. Todos buscando uma luz que lhes indique uma saída. Mesmo que não seja a mais segura, mas que seja plausível para o momento e para o fato que estaria necessitando.

Cautela! Prudência! Vigilância! Paciência! Esses são valores, são forças e são estratégias para quem esteja procurando construir o caminho que conduzirá ao Reino do céu. Justamente na Bíblia Sagrada é que encontramos tudo isso: em Lucas (Lc. 6,39-45).

Nessa passagem bíblica, encontramos diversas parábolas iluminando e clareando nossas incertezas e nossas vidas. Entre elas, destacamos aquela que revela o atrevimento do cego de querer conduzir outro cego. Possivelmente, no primeiro buraco, ambos cairão e se machucarão. Nesse caso, atrevimento, muitos poderão se ferir.

Esse atrevimento poderá encontrar coordenadores de movimentos, de comunidades de fé, coordenadores de grupos sociais. Atrevem-se a se mostrar seguros quando, na realidade, são atrevidos em suas iniciativas.
Mas certos momentos, ou certas iniciativas despertavam a ganância e aguçavam a vaidade. Queriam sempre mais. Muito difícil se contentar com o que lhe era passado. Mas o Mestre não perdia a oportunidade e mostrava claramente o lugar de cada um e o perigo de querer julgar.

O julgamento pertence só a Deus. Mas em toda parte existem os que se julguem suficientemente competentes a emitir sentenças e determinar rumos e efeitos. Então, o Mestre é muito claro ao afirmar que, “antes de tirar o cisco que há no olho de seu irmão, tire a trave que está no seu”.

Somente depois poderá analisar e ver qual atitude poderá tomar. Será oportuno lembrar que, quanto mais quisermos julgar os demais, mais difícil será reconhecer os erros pessoais. Antes de juízes, seria bem mais sensato nos colocarmos como réus. E a humildade revelará o quanto somos frágeis.

Creio que seja a hora de colocar a mão no coração, sentir seu pulsar e fazer com que pulse mais suave e mais moderado, revelando humildade, delicadeza e solidariedade. Pois já é hora de ter um coração mais sensível à dor humana e ao apelo de Deus a conclamar para um amor mais humano e mãos mais divinas.

Creio que já é hora de olhar a vida com mais ternura. Já é hora de agir com mais humildade, usando palavras mais justas, abraçando as causas mais verdadeiras e comungando os sentimentos mais divinos.

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ARTIGOS

Trump, imigração e a ONU

01/03/2025 07h15

Arquivo

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A política de imigração nos Estados Unidos é um tema complexo e controverso, especialmente com a retomada do mandato de Donald Trump. O discurso anti-imigração do presidente eleito tem gerado preocupações sobre os impactos na economia, na sociedade e nos direitos humanos. A Organização das Nações Unidas (ONU) tem defendido a dignidade e a igualdade como pilares da convivência global, enquanto as ações de Trump priorizam a soberania nacional, muitas vezes em detrimento dos direitos de populações vulneráveis.

A política de Trump de deportação em massa e a construção de um muro na fronteira com o México são exemplos de como o discurso anti-imigração pode levar a medidas que violam os direitos humanos. A separação de famílias na fronteira e a restrição de entrada de cidadãos de determinados países também demonstram a priorização de barreiras nacionais e a exclusão de pessoas em situação de vulnerabilidade. Isso é contraditório com os princípios da Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH) de 1948, que asseguram que todos os indivíduos têm direitos inalienáveis, independentemente de nacionalidade, raça ou condição migratória.

A ONU defende que os imigrantes e refugiados têm direito a buscar asilo em outros países para fugir da perseguição e que devem ser tratados com dignidade e respeito. No entanto, as políticas de Trump têm enfraquecido esse direito, como a política de Remain in Mexico, que obrigava solicitantes de asilo a permanecerem no México enquanto aguardavam o processamento de seus pedidos. Isso os expunha a condições precárias e perigosas, em contradição com os padrões internacionais de proteção humanitária.

Além disso, a economia dos Estados Unidos depende da mão de obra imigrante. A chegada dos imigrantes na América do Norte em busca de oportunidades impulsionou a infraestrutura e a inovação do país, trazendo impactos positivos para a economia. Segundo o relatório Efeitos do Aumento da Imigração no Orçamento Federal e na Economia, divulgado pelo Gabinete de Orçamento do Congresso (CBO), o aumento da imigração no país pode trazer mudanças no Produto Interno Bruto (PIB), na inflação, nos juros e no orçamento dos EUA.

A mão de obra imigrante é um fator de dependência dos Estados Unidos. Com a escassez de mão de obra qualificada especialmente nas áreas de saúde, tecnologia e construção civil, os imigrantes assumem essas funções, desempenhando papéis fundamentais em diversos setores da economia. A agricultura, por exemplo, necessita de trabalhadores para manter o abastecimento interno e as exportações. Já na área da saúde, os imigrantes ocupam postos de enfermeiros, assistentes domiciliares e médicos.

Em resumo, a política de imigração nos Estados Unidos é um tema complexo que envolve direitos humanos, economia e sociedade. A ONU defende a dignidade e a igualdade como pilares da convivência global, enquanto as ações de Trump priorizam a soberania nacional, muitas vezes em detrimento dos direitos de populações vulneráveis. É fundamental que se encontre um equilíbrio entre a proteção dos direitos humanos e a gestão da imigração para que se possa construir uma sociedade mais justa e inclusiva.

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