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CORREIO DO ESTADO

Confira o editorial desta terça-feira: "Debate sobre a Lei Kandir"

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Um pouco de tributação pode aumentar o valor agregado de nossos produtos. Deve ser melhor exportar carros que minério; óleo que soja em grão; ração do que milho in natura.

Se existem dois instrumentos que são necessários para aumentar a qualidade de vida de um cidadão, ou mesmo de um povo de uma região ou de um país, estes são o contexto e a consciência. Em uma população consciente, bem informada, dotada de contexto, sobretudo entre os que são responsáveis pela tomada de decisões, as disputas são resolvidas com o máximo de redução dos danos que decorrem – ainda que naturalmente – destes embates. Para ter uma boa noção de como o mundo funciona, o cidadão deve ter boa educação e boa informação.

Sem boa informação, a sociedade não cria os meios necessários para solucionar problemas que se arrastam com o tempo e que são considerados, por muitos, tabus ou verdades absolutas. O caso mais recente de encontro deste conflito de verdades é o que trata do financiamento do Estado. O poder público tem a capacidade e a obrigação de estabelecer os limites – por meio das leis e dos instrumentos de coerção – às pessoas e cuidar para que elas tenham boa saúde e educação. Todo este esforço tem um custo, e ele é financiado pelos tributos. Este é o contrato social de Jean Jacques Rousseau. 

Apesar de a alegação ser um tanto quanto óbvia, o peso da carga tributária tem falado mais alto que a necessidade de o poder público prover seus serviços. O efeito colateral desta tendência de desoneração é de que o corte vá além do esperado – e o financiamento das atividades estatais se inviabilize.

Em 1996, por exemplo, quando o então ministro do Planejamento, Antônio Kandir, elaborou durante a gestão do ex-presidente Itamar Franco uma lei complementar que isentava os exportadores de matéria-prima ou produtos semielaborados (como carnes, minério de ferro, entre outros sem processamento físico ou químico) do pagamento do Imposto sobre Mercadorias e Serviços (ICMS), o governo federal conseguiu equilibrar a balança comercial e resolveu, assim, um problema da União. Criou, claro, um outro problema para os estados, que perdura até hoje. Nesta edição, veremos que só Mato Grosso do Sul cobra pelo menos R$ 13 bilhões de compensações em atraso da Lei Kandir.

O agronegócio já fala em perdas de até R$ 40 bilhões caso a Lei Kandir deixe de existir e os exportadores sejam passíveis da cobrança de ICMS. Os estados, como podemos perceber pelos relatóriosde gestão, quando não estão quebrados, estão enfrentando dificuldades para honrar seus compromissos financeiros. 

Talvez a solução esteja no equilíbrio. O mundo precisa da produção de commodities brasileiras. Um pouco de tributação talvez aumente o valor agregado de nossos produtos. Deve ser melhor exportar carros que minério; exportar óleo do que soja em grão; exportar ração que milho ou exportar papel que puramente a celulose. No entanto, a tributação destes produtos, da forma como ocorre com o ICMS hoje em dia, poderia onerar quem produz. O debate é importante, e nele poderão ser encontradas soluções para a sobrevivência das unidades da federação, que é o que – conceitualmente – mantém a República Federativa do Brasil.

ARTIGOS

Multiverso feminino: o dom de ser todas em uma

08/03/2025 07h47

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A mulher carrega dentro de si muitos mundos, coexistentes em sua mente. Neles, estão contidos múltiplos papéis, desempenhados simultaneamente, de acordo com a fase que ela está vivendo. Além dos papéis inerentes ao universo feminino – filha, esposa, mãe, profissional, amiga, líder, guerreira e, muitas vezes, todos ao mesmo tempo –, existem universos paralelos que a transportam para diferentes dimensões.

Nesses universos, ela precisa manejar desafios, ser intuitiva em suas escolhas e, às vezes, visitar o mundo da fauna, tornando-se uma ursa ou elefanta para divertir seus filhos. Outras vezes, precisa ser super-heroína: estica-se como a Mulher Elástico para alcançar metas, usa braceletes do poder como a Mulher Maravilha para se desviar das adversidades e veste diariamente a capa da Supergirl para proteger aqueles que ama.

Dentro desse sistema em constante expansão, ela assume múltiplas funções: administradora do lar, babá, educadora, diarista, nutricionista, cabeleireira e organizadora de eventos. E, apesar dos desafios, ela os enfrenta com graça e beleza, compreendendo que cada papel desempenhado é uma oportunidade de crescimento, evolução e descoberta de novas facetas de si mesma.

No entanto, viver nesse multiverso não é “recarregável”. Não há uma pilha interna que possa ser trocada nem um plugue para ser conectado à tomada e restaurar suas forças em minutos. Ela precisa aceitar suas limitações, reconhecer que o cansaço faz parte da jornada e entender que não há vergonha em não dar conta de tudo.

O segredo está em fazer pausas para se reconectar. É essencial aprender a dizer não, impor limites e priorizar o autocuidado e o descanso. Acima de tudo, deve-se enxergar essa multiplicidade não como uma sobrecarga, mas como a expressão única do seu dom de ser todas em uma.

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ARTIGOS

Caminhos da Vida

08/03/2025 07h30

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A história da humanidade vai se construindo através de fatos e acontecimentos, frutos da convivência dos seres humanos. Tudo tem seu valor e sua influencia, principalmente por meio de obras materiais e culturais. Felizes serão sempre aqueles e aquelas que souberem dispor de seus talentos e de seus dons em favor dessa humanidade.

O estágio que nos acolhe no presente momento lembra um período muito especial nessa história, o período da Quaresma. O carnaval já passou. Suas glórias e agitações já passaram. Talvez permaneçam emoções e sentimentos alegres e sonhos para o arquivo pessoal, mostrando que sempre haverá o que comemorar.

Agora é Quaresma. Um período disponível para a meditação, para o silêncio interior, para as obras de caridade. Tempo em que o coração se faz mais sensível ao sofrimento e as mãos mais abertas para apaziguar a consciência e acionar a generosidade.

Quaresma é tempo sagrado como os demais tempos. Esse, porém, marcado especialmente como tempo de reflexão e oração. Para hoje, sugerimos um texto do Evangelho escrito por Lucas (Lc.1-4). Passagem essa que nos mostra o Mestre dos mestres ser molestado por satanás, que lhe oferece as mais tentadoras recompensa e os mais deliciosos prazeres.

O mundo sempre gira nesse cosmos como um caminho da felicidade. Tudo o que tenha para oferecer, o faz sempre com segundas intenções. Mesmo que o ser humano não veja maldade, será necessário estar em alerta, pois o lobo mau tem suas artimanhas enganadoras.

Por mais que trabalhemos o equilíbrio emocional, por mais que controlemos nossa mente e nossa organização espiritual, sempre haverá brecha pela qual, pela fragilidade humana, nos deixaremos seduzir por algo tentador. 

Somos portadores, por onde andarmos, de boas intenções, de espírito convicto e de sensibilidade perfeitamente respeitável. Sabemos que somos assim. Por mais que nos esforçarmos, sempre haveremos de olhar no caminho percorrido, e no caminho a percorrer, obstáculos do tamanho que se apresentarem.

Mesmo sabendo que existam tantos inimigos, quem esteja decidido a assumir uma responsabilidade, não temerá tentações de qualquer sorte que se apresente, o importante será sempre apostar a vida em algum valor. Ninguém será tão forte que possa impedir ser feliz. Diante do tentador, o Mestre foi forte e decidido.

Quando lhe ofereceu uma vida de prazer, respondeu: “Não só de pão vive o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus”. Quando lhe ofereceu poder, respondeu: “Somente a Deus adoraras e a ele prestaras culto”. Quando lheu oferece riquezas, também soube sabiamente responder, embora o inimigo continuasse com suas tentações.

Enquanto estivermos nesse mundo, estaremos caminhando em caminhos nem sempre tão agradáveis e tão seguros. São muitos os desvios. São muitas as placas indicando curvas perigosas e pedindo que ande mais devagar. E os caminhos que levam a Deus? Também são caminhos. Caminhos que devem ser percorridos com muito amor e grande responsabilidade e prudência.

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