Artigos e Opinião

ARTIGOS

Donald Trump e a perigosa escalada nuclear no mundo

Em troca da redução das tarifas impostas a Pequim, Washington busca recuperar espaço na venda de soja e no acesso aos minerais de terras raras do país asiático

Continue lendo...

O governo de Donald J. Trump firmou um acordo relevante com a China, voltado à melhoria das relações comerciais entre os dois países.

Em troca da redução das tarifas impostas a Pequim, Washington busca recuperar espaço na venda de soja e no acesso aos minerais de terras raras do país asiático – elementos estratégicos para diversas indústrias de alta tecnologia.

Trata-se de uma negociação crucial para a frágil estabilidade do comércio global, marcada por tensões e dificuldades de consenso entre as grandes potências.

Entretanto, no mesmo dia em que anunciou o entendimento com a China, Trump declarou a intenção de retomar os testes nucleares, prática abandonada desde o fim do século 20.

Diante das incertezas geradas pela guerra entre Ucrânia e Rússia, pelos avanços tecnológicos de Pequim e pelas pesquisas nucleares iranianas, os Estados Unidos preparam-se novamente para a hipótese de uma guerra total no século 21.

Único país a lançar bombas atômicas contra outro, Washington conhece bem os dilemas éticos, políticos e estratégicos que esse tipo de decisão acarreta à complexa arena geopolítica internacional.

O cenário poderia ser amenizado com novos tratados que visassem restringir o uso e os testes de armas nucleares. Contudo, tais iniciativas parecem inviáveis enquanto as três maiores potências militares – Estados Unidos, Rússia e China – mantiverem-se em estado de tensão ou conflito iminente.

Assim, enquanto Moscou se sentir ameaçada pela expansão da Otan e Pequim interpretar o apoio norte-americano a Taiwan como provocação direta, a dissuasão nuclear continuará a ser um pilar estratégico na manutenção do equilíbrio global.

Na pior hipótese, porém, esse mesmo equilíbrio pode se transformar em um gatilho para uma catástrofe de proporções apocalípticas.

EDITORIAL

Crescimento pressiona o mercado de trabalho

Economias que crescem de forma acelerada, como a de MS, costumam demandar mais gente, seja mão de obra especializada, seja trabalhadores sem qualificação formal

17/11/2025 07h15

Continue Lendo...

O fim do ano costuma ser um termômetro natural da economia brasileira. À medida que dezembro se aproxima, o mercado de trabalho reage a um fenômeno cíclico e conhecido: a contratação de trabalhadores temporários.

Nesta edição, mostramos como está esse movimento em Mato Grosso do Sul, onde setores como comércio e serviços, tradicionalmente impulsionados pelo aumento do consumo de fim de ano, passam por um aquecimento rápido e intenso.

O que deveria ser apenas uma reação natural ao calendário se torna, neste momento específico, um desafio adicional, porque o mercado de trabalho já vinha aquecido ao longo de 2023 e 2024, pressionando ainda mais a busca por profissionais.

Quando segmentos expressivos, como comércio e serviços, começam a demandar mais trabalhadores justamente no período em que há menos disponibilidade, a equação deixa de ser trivial. Com uma taxa de desocupação entre as menores do País e um cenário de pleno emprego consolidado, a mão de obra tende a ficar mais cara – ou simplesmente a faltar.

Essa é uma distorção típica de momentos de forte expansão econômica: há espaço para vender mais, há demanda para ofertar mais serviços, mas existe também um custo de operação mais elevado, especialmente no que diz respeito ao fator humano.

O fim de ano torna essas distorções macroeconômicas ainda mais visíveis. De um lado, aumenta a demanda por vendas, impulsionada por décimo terceiro salário, maior circulação de dinheiro e tradições de consumo.

De outro, empresas precisam lidar com seus custos fixos, que também sobem quando o mercado de trabalho está aquecido. A pressão por eficiência cresce, e os empresários sentem a necessidade de reorganizar escalas, ajustar equipes e tentar equilibrar despesas com a urgência de atender os clientes.

Ainda assim, trata-se de um período de oportunidades – e muitas. Quando comércio e serviços se aquecem, toda a economia se mobiliza. A roda gira mais rapidamente, e a tendência natural é de uma distribuição mais ampla dos ganhos ao longo da cadeia produtiva.

Essa interpretação ganha ainda mais força quando colocamos em perspectiva os números recentes do PIB de Mato Grosso do Sul, que registrou o segundo maior crescimento entre os estados brasileiros em 2023.

Somado ao status de pleno emprego – que já se mantém há pelo menos dois anos –, o cenário revela algo claro: a demanda por mão de obra no Estado é alta, contínua e, em muitos casos, urgente.

O ritmo de expansão econômica mostra que Mato Grosso do Sul está crescendo não apenas em produção ou investimentos, mas também em necessidades humanas e operacionais.

É oportuno lembrar que, economicamente, a população pode ser um ativo. Estados que crescem de forma acelerada costumam, mais cedo ou mais tarde, demandar mais gente, seja mão de obra especializada, seja trabalhadores sem qualificação formal, essenciais para manter a engrenagem produtiva em funcionamento.

A impressão que fica é de que Mato Grosso do Sul pode precisar, muito em breve, de mais pessoas para acompanhar seu crescimento já contratado.

A combinação entre expansão do PIB, pleno emprego e aquecimento setorial é um sinal claro de que o Estado vive um momento de transformação e que, se bem administrado, pode consolidar um ciclo longo de prosperidade.

Assine o Correio do Estado

artigos

China além do turismo tradicional: uma jornada de conhecimento

Uma viagem que ultrapassa o turismo comum e revela o país por meio de cultura, encontros e experiências autênticas

15/11/2025 07h30

Arquivo

Continue Lendo...

A China é um país de contrastes: está entre tradição milenar e inovação tecnológica, espiritualidade e urbanismo, silêncio e superação. Mas o que acontece quando esse território é explorado não como turista, e sim como leitor de culturas? Com essa proposta, desenhei uma jornada imersiva pelo país.

Durante semanas, percorri a China em busca de experiências que revelassem uma região sensível, longe dos estereótipos. A viagem me transformou profundamente. Enxerguei uma China que não aparece nos guias: silenciosa, refinada, cheia de nuances.

Paradigmas quebrados: me surpreendi com cidades limpas, organizadas e um povo extremamente hospitaleiro. Tudo que eu achava que sabia sobre a China foi desfeito ali.

Memória e tradição: em Xi’an, os Guerreiros de Terracota e o ponto de partida da Rota da Seda revelaram a profundidade da cultura ancestral chinesa. Foi um momento de respeito e conexão com o passado.

Um olhar moderno: a infraestrutura de transporte, os trens-bala e os arranha-céus mostraram uma China futurista. Viajar para a China é conhecer o passado e o futuro ao mesmo tempo.

Trocas genuínas: a visita à casa de Liu, morador de um Hutong em Pequim que viveu a Revolução Cultural, foi uma aula viva de história. Conversar com ele foi como abrir um livro vivo sobre a China.

Um hotel para guardar na memória: o Sugar House, em meio às montanhas de calcário, é um antigo engenho reformado. Ali o tempo corre em outro ritmo. Foi um dos lugares mais marcantes da viagem.

Para quem quer ir além: Longji Village, cercado por plantações de arroz, ofereceu paz, autenticidade e conexão com a natureza. A vista era deslumbrante, mas o silêncio foi ainda mais impactante.

Gastronomia surpreendente: em Chengdu, descobri o Mi Xun Teahouse, restaurante vegetariano com estrela Michelin. Foi a primeira vez que comi em um vegetariano com estrela Michelin. Verde, estético e delicioso.
Grande Muralha da China: mais do que visitar, vivi a muralha, pratiquei tai chi chuan em sua extensão. Os movimentos lentos e precisos ecoam até hoje. Foi uma experiência espiritual.

O encontro fofinho: no santuário de pandas em Chengdu, participei de projetos de conservação. Passei o dia com pesquisadores, preparando alimentos e aprendendo sobre os pandas. Excesso de fofura e aprendizado.

Com a recente isenção de visto para brasileiros, a China se torna um destino mais acessível. Uma viagem indispensável que deve ser vivida em roteiros que vão além do turismo convencional, a partir de experiências únicas de imersão cultural e reflexão. O país vai fascinar quem busca uma leitura profunda de lugares por meio de encontros, paisagens e histórias que transformam não apenas o itinerário, mas o olhar de quem percorre.

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).