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CORREIO DO ESTADO

Editorial desta quinta-feira: "Dias difíceis ainda virão"

Editorial desta quinta-feira: "Dias difíceis ainda virão"

Redação

03/09/2015 - 00h00
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Será um final de ano complicado para os 25 mil servidores da prefeitura de Campo Grande. Não há perspectiva de pagamento em dia de salários, nem tampouco do 13º salário até o ano que vem. 

Para os aproximadamente 25 mil servidores da prefeitura de Campo Grande, este ano com certeza é o piordas últimas duas décadas. Um pesadelo que parece estar longe de chegar ao fim.

A notícia publicada ontem de que a categoria, que movimenta toda a máquina pública municipal, só voltará a receber seus salários em dia em meados do ano que vem, é um balde de água em quem esperava ver o problema resolvido em breve.

Será um final de ano complicado para estas 25 mil famílias. Se não há perspectiva alguma de recebimento de salário até o quinto dia útil do mês até 2016, tampouco há qualquer chance de contar com o pagamento do 13º salário no fim do ano

O efeito cascata dos últimos três anos turbulentos na administração municipal e da severa crise financeira em todo o país é de mais problemas em todo a economia campo-grandense no fim deste ano, devido ao grande contingente de servidores que, sem dinheiro, não devem fazer compras no comércio da cidade. Com menos dinheiro em movimento, a arrecadação de impostos, por consequência, também tem tudo para ser bem menor

A falta de esperança e o desânimo nos planos para 2016 se agravarão até o fim deste ano. Sem a perspectiva de ter dinheiro no bolso nem mesmo no ano que vem, resta somente ao servidor público de Campo Grande o desânimo e a queda na qualidade dos serviços prestados.

É difícil de imaginar uma recuperação para este cenário catastrófico. Não há qualquer medida prestes a ser tomada pelos administradores que resulte em aumento de receita. Pelo contrário, o secretário de Fazenda da Capital, Ricardo Ballock só tem perspectiva de aumento de receita no ano que vem, quando poderá alterar as alíquotas dos impostos Predial e Territorial Urbano (IPTU) e sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN). Também é só em 2016 que o governo do Estado deve corrigir a tabela de repasse do valor arrecadado com o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), outro tributo que também ajuda a reforçar o caixa da prefeitura.

Diante do atual cenário, só resta aos novos gestores do município torcer para a economia brasileira não demorar muito para se recuperar. Infelizmente, as previsões do governo federal para o ano que vem são pessimistas, e os servidores públicos da Capital devem se preparar para viver dias difíceis e essa torcida terá de ser para que um milagre aconteça.

Para Campo Grande voltar aos trilhos serão necessários ainda mais cortes de servidores públicos, redução de gastos com custeio e mais estabilidade no cenário político local.  O problema é que só estas medidas ainda não são suficientes para a retomada dos projetos de médio e longo prazo, obras que poderiam reaquecer a economia da cidade e, por consequência, gerar mais recursos provenientes de impostos.

Editorial

Segurança jurídica e o futuro da infraestrutura

Para que os investimentos se consolidem e avancem, é fundamental que haja estabilidade política, respeito aos contratos e previsibilidade regulatória

23/05/2025 07h15

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Diz o velho ditado: “O Brasil não é para amadores”. A frase, tantas vezes repetida, carrega o peso de uma realidade marcada por instabilidades, incertezas e surpresas – nem sempre agradáveis – no cenário político, econômico e jurídico. Mas se há algo que podemos e devemos desejar com firmeza é que o Brasil deixe de ser o país das exceções e improvisos para se tornar um território de bons profissionais. O primeiro passo nessa direção é claro: precisamos de segurança jurídica.

Esse conceito, por vezes abstrato no debate público, ganha forma concreta quando analisamos questões como a infraestrutura e os contratos públicos. Nesse aspecto, maio foi um mês histórico para o Estado de Mato Grosso do Sul. Duas concessões de rodovias foram arrematadas, abrindo um novo capítulo para o desenvolvimento logístico da região. Um passo crucial para destravar o potencial econômico de um estado estratégico para o agronegócio, a indústria e a integração nacional.

A lição do passado, no entanto, serve de alerta. Há pouco mais de uma década, vivemos a mesma empolgação com a concessão da BR-163. À época, o entusiasmo foi engolido por uma sucessão de problemas: a crise econômica, a queda na movimentação da rodovia e a ausência de financiamentos públicos para duplicações. O resultado foi um projeto paralisado e uma frustração generalizada.

Dessa vez, os contratos das novas concessões foram melhor estruturados, com regras claras e compromissos bem definidos. A modelagem foi revista, buscando corrigir as falhas do passado. Ainda assim, o sucesso não depende apenas do papel assinado – depende, sobretudo, da criação de um ambiente estável para que os compromissos sejam honrados. E isso não é responsabilidade apenas do poder público ou das empresas, é um dever de toda a sociedade.

Distensionar o ambiente social é hoje um desafio central. O Brasil vive um momento de polarização política intensa que contamina instituições e dificulta a construção de consensos mínimos. A radicalização, além de ameaçar a convivência democrática, enfraquece a segurança jurídica. Qualquer tentativa de romper o status quo sem diálogo aprofunda incertezas e compromete a confiança nos acordos firmados.

Para que os investimentos se consolidem e avancem, é fundamental que haja estabilidade política, respeito aos contratos e previsibilidade regulatória. A lógica da insegurança espanta investidores e desacelera o progresso. A infraestrutura não é feita apenas de asfalto e concreto: é feita também de confiança e compromisso com a legalidade.

O Brasil precisa romper com o ciclo do improviso. Precisamos reafirmar que as regras do jogo devem ser respeitadas, independentemente de quem esteja no poder. Isso vale para as concessões, para os contratos, para a vida institucional. Um país de bons profissionais é, antes de tudo, um país que honra seus compromissos. Mato Grosso do Sul deu um passo importante. Agora, cabe a todos nós garantir que esse passo seja sustentado por um solo firme: o solo da segurança jurídica.

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ARTIGOS

Direitos, obrigações e informações no Imposto de Renda do trabalhador

21/05/2025 07h45

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Com o prazo para entrega da declaração do Imposto de Renda se aproximando, é essencial que os trabalhadores brasileiros compreendam suas obrigações fiscais e se atentem aos direitos que podem ser exercidos para otimizar a declaração. Erros simples no preenchimento podem resultar em multas, enquanto o uso adequado das deduções previstas em lei pode representar economia significativa e até aumento na restituição.

A declaração do Imposto de Renda deve ser encarada como um exercício de responsabilidade financeira. Com organização e apoio técnico, o trabalhador pode transformar uma obrigação em uma oportunidade de recuperar valores pagos a mais e manter sua situação fiscal regularizada.

Estão obrigados a declarar o Imposto de Renda em 2025 todos os contribuintes que em 2024 tiveram rendimentos tributáveis superiores a R$ 33.888,00. Também devem declarar aqueles que receberam rendimentos isentos, não tributáveis ou tributados exclusivamente na fonte superiores a R$ 200 mil; realizaram operações em Bolsa de Valores; possuem bens e direitos cujo valor total seja superior a R$ 800 mil; ou exerceram atividade rural com receita bruta superior a R$ 169.440,00.

Uma das principais novidades deste ano se refere à tributação de investimentos no exterior. A partir de agora, passa a valer uma alíquota única de 15% sobre os ganhos obtidos com ativos fora do País, como ações, fundos e imóveis. Foi extinta a isenção que existia para vendas mensais abaixo de R$ 35 mil, o que exige maior atenção por parte dos investidores. Será possível compensar prejuízos obtidos no exterior com lucros futuros, o que pode reduzir a carga tributária. A Receita Federal também passa a exigir que todos os investimentos fora do País sejam informados com mais detalhes na declaração, incluindo tipo de ativo, valores e resultados.

A declaração pode ser uma oportunidade para reduzir a carga tributária de forma legal. O contribuinte pode deduzir despesas médicas, sem limite de valor, além de gastos com educação do próprio contribuinte ou de seus dependentes, limitados a R$ 3.561,50 por pessoa. Também podem ser abatidas contribuições à previdência privada no modelo PGBL, pensão alimentícia judicialmente definida e a inclusão de dependentes legais, que geram deduções automáticas por CPF.

A principal causa de retenção na malha fina continua sendo a omissão de rendimentos ou o preenchimento incorreto de informações. Contribuintes com mais de uma fonte pagadora ou que recebem valores como pensão ou aluguel devem redobrar a atenção. É obrigatório informar o CPF de todos os dependentes, inclusive crianças, e manter arquivados os comprovantes de todas as informações prestadas na declaração por, no mínimo, cinco anos – prazo em que a Receita Federal pode solicitar comprovações ou iniciar uma auditoria.

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