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CORREIO DO ESTADO

Editorial desta quinta-feira: "Respeitável público"

Editorial desta quinta-feira: "Respeitável público"

Redação

20/08/2015 - 00h00
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Tornar a sessão uma rinha de galo ou apresentação de circo não vai trazer benefícios para a cidade, ou agilizar a resolução dos problemas discutidos

Palavras como “baixaria” e “ringue” não deveriam ser usadas para descrever o dia de atividade na Câmara de Vereadores, em Campo Grande. Porém, são os termos mais recorrentes quando relembramos as últimas semanas das sessões na Capital. As manifestações populares podem e devem ser feitas; o protesto é instrumento legítimo de participação e que tem poder de persuasão em caso de clamor, levado em conta pelos parlamentares no momento da votação. Mas não é esse o caso dos manifestantes que comparecem em peso à Casa de Leis, nos últimos tempos. São defensores ou detratores do prefeito Gilmar Olarte, que ocupam o local para promover verdadeiro circo, enquanto votações estão sendo adiadas por causa do bate-boca sem fim.

Na sessão de terça-feira (18), mais um registro infeliz dos protestos. Manifestantes pró-Olarte provocavam os vereadores, e um dos protestantes, insuflado pelo anonimato na multidão, resolveu atingir o vereador Paulo Pedra, gritando “pedófilo”. A acusação é referência ao caso que envolve outros ex-parlamentares em processo sobre exploração sexual. Não era fato político em discussão ou que tivesse qualquer referência aos projetos em debate na Câmara. O parlamentar, enfurecido, partiu para cima do manifestante, líder comunitário que integrava o grupo de apoio a Olarte, e a briga começou. A confusão acabou com intervenção de outros colegas de Pedra e dos guardas municipais. O homem, agredido, registrou boletim de ocorrência contra Pedra.

Se é assim que os debates vão ser feitos a partir de agora, fica o questionamento em relação à praticidade das discussões e os benefícios para votação dos projetos. Com exceção dos grupos que defendem ou são contra Olarte – o qual, na maioria das vezes, está lá por obrigação partidária e/ou interesses muito particulares –, não se vê a mesma intensidade popular no debate de outras propostas tão importantes para o desenvolvimento da cidade. Também falta mais discernimento e compostura parlamentar. Um representante eleito pelo povo não deveria sair ao ataque, dentro da Câmara, incitando a baixaria, porque deveria dar exemplo. Por mais que fosse extremamente ofensivo, não é respondendo “no braço” que a discussão teria fim.  

A mesma seriedade que a população exige dos parlamentares também deve ser seguida pelos presentes na Câmara de Vereadores. Participar do desenvolvimento do trabalho legislativo é exercício salutar para todos os envolvidos. Tornar a sessão uma rinha de galo ou apresentação de circo não vai trazer benefícios para a cidade, ou agilizar a resolução dos problemas discutidos. 

Hoje, quinta-feira, é mais um dia de sessão na Câmara, em Campo Grande. Em pauta, segundo informações do site, estão projetos que tratam da divulgação de lista de espera por vaga nos 
Ceinfs da Capital e criação de programa de incentivo à saúde da mulher. Na teoria, assuntos que interessam à população e que podem ser debatidos pelos parlamentares, caso haja espaço para isso. Espera-se mais compostura dos manifestantes e dos parlamentares.

Editorial

A transparência que regula o mercado

A oferta e a demanda continuam sendo os motores da precificação, mas precisam atuar dentro de parâmetros minimamente justos e transparentes

17/06/2025 07h15

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Em uma democracia, a imprensa, os órgãos de fiscalização e o mercado livre formam um ecossistema de autorregulação que pode – e deve – funcionar de maneira saudável e equilibrada. Cada um tem o seu papel. A imprensa denuncia e traz à tona informações de interesse público e os órgãos de controle fiscalizam e aplicam a lei, enquanto o mercado, impulsionado pela concorrência e pela pressão social, ajusta-se para melhor atender o consumidor.

Um exemplo prático desse ciclo virtuoso ocorreu na semana passada, quando o Correio do Estado publicou uma reportagem detalhada, baseada em dados de faturamento e impacto econômico, mostrando que, apesar da redução no preço dos combustíveis anunciada pela Petrobras, os postos e as distribuidoras não a haviam repassado integralmente ao consumidor final.

De fato, o repasse da queda nos preços só começou a ocorrer – curiosamente ou coincidentemente – depois da publicação da reportagem. Até então, o consumidor permanecia pagando um valor que não refletia a nova realidade dos custos de aquisição dos combustíveis. Uma situação que, à primeira vista, representava uma distorção de mercado, com claro prejuízo ao cidadão.

Além de informar, o Correio do Estado também cumpriu outro papel fundamental, ao cobrar publicamente uma ação efetiva dos órgãos de fiscalização, como o Procon, para que se verificasse o que, de fato, estava acontecendo. Afinal, em um mercado considerado livre, a liberdade de preços não significa liberdade para abusos.

É justamente esse tipo de pressão, vinda da sociedade e estimulada pela imprensa, que provoca ajustes no mercado. A oferta e a demanda continuam sendo os motores da precificação, mas precisam atuar dentro de parâmetros minimamente justos e transparentes. A omissão de informações, a formação de preços descolada da realidade de custos e a falta de fiscalização são inimigas da concorrência saudável.

Acreditamos que o dever da imprensa em uma democracia, entre tantos outros, é esse: mostrar informações relevantes para a sociedade, para que ela saiba o que está acontecendo diante de seus olhos e que, muitas vezes, ela não se dá conta. O cidadão precisa estar bem informado para exercer seu direito de escolha e de cobrança. Um consumidor bem informado é um consumidor mais consciente, e um mercado que sabe que está sendo observado tende a ser mais equilibrado.

Que fique como lição: em uma democracia, transparência e fiscalização não são favores, são deveres de todos – e a imprensa tem o compromisso de garantir que eles sejam cumpridos. Não se trata de criar confrontos desnecessários, mas de reforçar o senso de responsabilidade de todos os agentes envolvidos. Afinal, quando a informação circula com clareza, a sociedade toda sai ganhando.

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A importância da autoestima no sucesso pessoal e profissional

Mirian Pereira: Psicóloga e escritora, pós-graduada em Neurociência e Comportamento

13/06/2025 07h30

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Em mais de 25 anos acompanhando pessoas em seus processos de transformação, vi uma verdade se repetir inúmeras vezes: ninguém chega longe se não acreditar que merece estar lá. Autoestima não é apenas gostar de si. É um pilar silencioso que sustenta decisões, atitudes e conquistas, tanto na vida pessoal quanto na trajetória profissional. Quem não reconhece o seu próprio valor quase sempre se sabota antes mesmo de começar.

Autoestima é o sentimento de valor que você tem sobre si mesmo. Não se trata de se achar melhor que os outros, mas de ter consciência do seu valor, dos seus limites e das suas potências. É ela que te ajuda a dizer sim para oportunidades e não para relações que ferem. É ela que te faz levantar depois de uma queda. Sem autoestima, a autoconfiança enfraquece e, com isso, a vida desacelera. Em “A dor só passa quando você passa por ela”, escrevo: “Você pode ir além da dor”. Mas isso só acontece quando você acredita que é digno de um futuro melhor.

No trabalho, a autoestima é a sua aliada silenciosa. Você já reparou como pessoas seguras de si se posicionam com mais clareza?Elas se expressam com firmeza, tomam decisões, pedem aumentos, lideram – 
não porque são perfeitas, mas porque confiam em quem são.

Por outro lado, quem tem a autoestima abalada vive se sabotando, evita visibilidade, aceita sobrecargas, duvida de suas conquistas.E isso compromete não só o desempenho, mas o bem-estar emocional no ambiente de trabalho.

Já na vida pessoal, a autoestima define o que você aceita. Relacionamentos afetivos, amizades, criação dos filhos, tudo é atravessado pela forma como você se vê. Uma pessoa com autoestima fortalecida se respeita e impõe limites, não se anula para agradar, se permite recomeçar e, o mais importante, se escolhe todos os dias, mesmo quando é difícil.

Construir autoestima é possível, ninguém nasce pronto. A autoestima é uma construção diária, feita de autocuidado, autorrespeito e autocompaixão.É o que você fala para si mesmo, é como você se acolhe 
nos dias difíceis e é a forma como você se olha no espelho, mesmo quando está cansado ou inseguro.

“A cura começa com uma escolha”, como escrevi no meu livro.E essa escolha pode ser me priorizar, me fortalecer, me permitir. Conclusão: o sucesso pessoal ou profissional não é sobre fazer mais. É sobre ser mais verdadeiro consigo mesmo.E isso começa dentro.Com autoestima, você caminha com mais leveza, clareza e coragem.

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