Que a fiscalização da Sedesc nos polos empresariais de Campo Grande sirva de exemplo para os investimentos vindouros.
Geração de emprego e renda, melhoria na arrecadação, movimentação da economia. Termos como estes tornaram-se clichês de discursos políticos, peças publicitárias, e já integram o senso comum, como características de uma boa administração. Independentemente de bandeira partidária, ou da experiência na administração pública, estes valores sempre estarão nos planos de governo, e nas propagandas.
Estas características, contudo, só podem ser alcançadas com muita seriedade, de todos os lados envolvidos.
O trabalho sério deve ser percebido da parte da administração pública, que é quem abre mão de impostos, oferece terrenos, e estabelece condições (como por exemplo, a geração de emprego e renda), e também dos empreendedores, que recebem todos estes incentivos e que, no mínimo, devem oferecer à sociedade, as contrapartidas por estas vantagens.
A ação da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econonômico, Ciência e Tecnologia (Sedesc), que deu início neste mês à nova varredura nos acordos para concessão de incentivos é uma tentativa do resgate da seriedade que se deve ter, quando se fala em atrair investimentos e gerar emprego e renda.
Para que os objetivos destes convênios e contratos sejam alcançados, que mais pessoas estejam empregadas, é preciso que os lados cumpram sua parte.
A crise econômica é uma realidade há pelo menos dois anos. Ela é, diga-se de passagem, a principal justificativa dos donos de empreendimentos que não atingiram suas metas. Em um primeiro momento, pode parecer que o município de Campo Grande tenha uma atitude dura ao cassar incentivos concedidos a empresas, sobretudo em um momento de dificuldades. Entretanto, são ações como esta que poderão ajudar a melhorar a economia local.
Ao retirar benefícios de pessoas jurídicas que nem sequer usaram os terrenos que receberam, que não cumpriram termos do acordo no que se refere a investimento previsto, ou geração de postos de trabalho, a Prefeitura de Campo Grande abre caminho para empresários que, de fato, tenham interesse (e precisem) desses incentivos.
As vantagens oferecidas não são poucas, uma das mais que se destacam é o terreno onde a indústria funcionará. Este terreno, aliás, apesar de pertencer ao município, pode ser oferecido como garantia para empréstimos bancários para fomento do empreendimento. Ou seja, uma facilidade que gera outra, e que muita gente que quer empreender não encontra com facilidade.
Que a fiscalização da Sedesc nos polos empresariais de Campo Grande sirva de exemplo para os investimentos vindouros. Mais seriedade na concessão de incentivos também é garantia de geração de emprego e renda.