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CORREIO DO ESTADO

Editorial desta segunda-feira: "Tentativa desastrada"

Editorial desta segunda-feira: "Tentativa desastrada"

Redação

31/08/2015 - 00h00
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A tentativa do ministro da Fazenda Joaquim Levy recriar a CPMF é mais um dos tiros que o governo federal dá no próprio pé

Chamou atenção de segmentos do empresariado, da classe política, e também de boa parte dos cidadãos, a vontade do governo federal, externada na última semana por meio do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, de retomar a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). Sete anos depois de o Congresso Nacional ter enterrado o tributo que vigorou entre 1997 e 2007, esta parece ser a única alternativa que a administração da presidente Dilma Rousseff (PT) encontra para engordar seu caixa em meio à crise econômica vivida pela população brasileira, que a cada dia, dá sinais de que continuará por um bom tempo. 

A tentativa do ministro da Fazenda Joaquim Levy é mais um tiro no pé - já bastante ferido - do governo federal. Em primeiro lugar, porque cria uma saia justa com as grandes empresas, as mesmas que acenaram com um pacto pela retomada do crescimento com o governo federal no último mês, com a liberação de crédito a taxas de juros abaixo das do mercado por meio do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal. 

Em segundo lugar, a proposta também deteriora as relações da equipe de Dilma Rousseff com sua base aliada no Senado da República, que dava indícios de voltar à normalidade. Caciques do PMDB como o vice-presidente Michel Temer e o próprio presidente do Senado, Renan Calheiros, não viram com bons olhos a tentativa da administração federal de recriar a contribuição.  

Inimigo declarado da mandatária do Poder Executivo, outro peemedebista, o deputado federal Eduardo Cunha, presidente da Câmara, também se declarou “completamente contra” a volta do imposto nas redes sociais

Demonstrando a falta de rumo e o despreparo peculiar de sua gestão, a presidente Dilma Rousseff mais uma vez recuou da proposta que preparava para enviar ao Congresso ainda hoje. Agora, o governo terá de criar uma maneira de fechar suas contas no próximo ano, e os R$ 80 bilhões que poderiam ser arrecadados por meio da CPMF, certamente daria um fôlego ao caixa da União. 

Enquanto a presidente e sua equipe econômica buscam uma alternativa para arrecadar mais e fechar suas contas, o setor produtivo da sociedade brasileira dá a receita, que há muito tempo não é segredo para ninguém: cortar cargos, eliminar ministérios, ampliar o combate à corrupção e tornar a máquina pública mais eficiente. Estas medidas certamente resultariam em uma economia de muito mais que os R$ 80 bilhões almejados pelo governo, sem comprometer a competitividade de nossa indústria, comércio e agronegócio. 

O recuo de Dilma Rousseff demonstra que a tentativa de recriar o tributo que incide sobre todas as transações financeiras demonstra que a equipe econômica dela não aprende com os próprios erros. Pelo contrário, insiste neles, e compromete ainda mais a aceitação do governo pela população, que já é próxima de zero.

Editorial

A transparência que regula o mercado

A oferta e a demanda continuam sendo os motores da precificação, mas precisam atuar dentro de parâmetros minimamente justos e transparentes

17/06/2025 07h15

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Em uma democracia, a imprensa, os órgãos de fiscalização e o mercado livre formam um ecossistema de autorregulação que pode – e deve – funcionar de maneira saudável e equilibrada. Cada um tem o seu papel. A imprensa denuncia e traz à tona informações de interesse público e os órgãos de controle fiscalizam e aplicam a lei, enquanto o mercado, impulsionado pela concorrência e pela pressão social, ajusta-se para melhor atender o consumidor.

Um exemplo prático desse ciclo virtuoso ocorreu na semana passada, quando o Correio do Estado publicou uma reportagem detalhada, baseada em dados de faturamento e impacto econômico, mostrando que, apesar da redução no preço dos combustíveis anunciada pela Petrobras, os postos e as distribuidoras não a haviam repassado integralmente ao consumidor final.

De fato, o repasse da queda nos preços só começou a ocorrer – curiosamente ou coincidentemente – depois da publicação da reportagem. Até então, o consumidor permanecia pagando um valor que não refletia a nova realidade dos custos de aquisição dos combustíveis. Uma situação que, à primeira vista, representava uma distorção de mercado, com claro prejuízo ao cidadão.

Além de informar, o Correio do Estado também cumpriu outro papel fundamental, ao cobrar publicamente uma ação efetiva dos órgãos de fiscalização, como o Procon, para que se verificasse o que, de fato, estava acontecendo. Afinal, em um mercado considerado livre, a liberdade de preços não significa liberdade para abusos.

É justamente esse tipo de pressão, vinda da sociedade e estimulada pela imprensa, que provoca ajustes no mercado. A oferta e a demanda continuam sendo os motores da precificação, mas precisam atuar dentro de parâmetros minimamente justos e transparentes. A omissão de informações, a formação de preços descolada da realidade de custos e a falta de fiscalização são inimigas da concorrência saudável.

Acreditamos que o dever da imprensa em uma democracia, entre tantos outros, é esse: mostrar informações relevantes para a sociedade, para que ela saiba o que está acontecendo diante de seus olhos e que, muitas vezes, ela não se dá conta. O cidadão precisa estar bem informado para exercer seu direito de escolha e de cobrança. Um consumidor bem informado é um consumidor mais consciente, e um mercado que sabe que está sendo observado tende a ser mais equilibrado.

Que fique como lição: em uma democracia, transparência e fiscalização não são favores, são deveres de todos – e a imprensa tem o compromisso de garantir que eles sejam cumpridos. Não se trata de criar confrontos desnecessários, mas de reforçar o senso de responsabilidade de todos os agentes envolvidos. Afinal, quando a informação circula com clareza, a sociedade toda sai ganhando.

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A importância da autoestima no sucesso pessoal e profissional

Mirian Pereira: Psicóloga e escritora, pós-graduada em Neurociência e Comportamento

13/06/2025 07h30

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Em mais de 25 anos acompanhando pessoas em seus processos de transformação, vi uma verdade se repetir inúmeras vezes: ninguém chega longe se não acreditar que merece estar lá. Autoestima não é apenas gostar de si. É um pilar silencioso que sustenta decisões, atitudes e conquistas, tanto na vida pessoal quanto na trajetória profissional. Quem não reconhece o seu próprio valor quase sempre se sabota antes mesmo de começar.

Autoestima é o sentimento de valor que você tem sobre si mesmo. Não se trata de se achar melhor que os outros, mas de ter consciência do seu valor, dos seus limites e das suas potências. É ela que te ajuda a dizer sim para oportunidades e não para relações que ferem. É ela que te faz levantar depois de uma queda. Sem autoestima, a autoconfiança enfraquece e, com isso, a vida desacelera. Em “A dor só passa quando você passa por ela”, escrevo: “Você pode ir além da dor”. Mas isso só acontece quando você acredita que é digno de um futuro melhor.

No trabalho, a autoestima é a sua aliada silenciosa. Você já reparou como pessoas seguras de si se posicionam com mais clareza?Elas se expressam com firmeza, tomam decisões, pedem aumentos, lideram – 
não porque são perfeitas, mas porque confiam em quem são.

Por outro lado, quem tem a autoestima abalada vive se sabotando, evita visibilidade, aceita sobrecargas, duvida de suas conquistas.E isso compromete não só o desempenho, mas o bem-estar emocional no ambiente de trabalho.

Já na vida pessoal, a autoestima define o que você aceita. Relacionamentos afetivos, amizades, criação dos filhos, tudo é atravessado pela forma como você se vê. Uma pessoa com autoestima fortalecida se respeita e impõe limites, não se anula para agradar, se permite recomeçar e, o mais importante, se escolhe todos os dias, mesmo quando é difícil.

Construir autoestima é possível, ninguém nasce pronto. A autoestima é uma construção diária, feita de autocuidado, autorrespeito e autocompaixão.É o que você fala para si mesmo, é como você se acolhe 
nos dias difíceis e é a forma como você se olha no espelho, mesmo quando está cansado ou inseguro.

“A cura começa com uma escolha”, como escrevi no meu livro.E essa escolha pode ser me priorizar, me fortalecer, me permitir. Conclusão: o sucesso pessoal ou profissional não é sobre fazer mais. É sobre ser mais verdadeiro consigo mesmo.E isso começa dentro.Com autoestima, você caminha com mais leveza, clareza e coragem.

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