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CORREIO DO ESTADO

Editorial deste sábado: "Caminho aberto"

Editorial deste sábado: "Caminho aberto"

Redação

22/08/2015 - 00h00
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As fronteiras estão abertas, livres para o tráfico de drogas e armas e o contrabando. A região torna-se ponto fixo de trabalho dos criminosos, que veem  na facilidade de ir e vir o maior atrativo. 

As estradas de Mato Grosso do Sul são velhas conhecidas dos contrabandistas e traficantes. Com 730,8 quilômetros de fronteira seca com Paraguai e Bolívia, países produtores de cocaína e maconha, as cabriteiras e rodovias do Estado são usadas como principal caminho para o transporte da droga. O problema é antigo e, pode-se dizer, crônico, já que dificilmente estratégias de seguranças adotadas podem, efetivamente, reduzir a criminalidade. Mas isso não é impeditivo para que se faça estratégia mais enérgica no combate ao narcotráfico e outros crimes associados à prática.

De janeiro a julho deste ano, segundo a secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública (Sejusp),  foram apreendidas 167,6 toneladas de drogas, entre maconha, cocaína, haxixe e outros; em igual período de 2014, foram 117,9 toneladas e, durante todo o ano passado, 230 toneladas. Em relação ao contrabando de cigarros, dados da Polícia Militar e do Departamento de Operações de Fronteira (DOF), confiscaram, juntos, 1,5 milhão de pacotes de cigarros.

Ontem, mais 12 toneladas de maconha foram apreendidas na divisa de São Paulo. Se isso foi o apreendido, imagine o que passou, incólume, pelas estradas e seguiram direto para os pontos de venda em São Paulo, Rio de Janeiro e outros cidades e país consumidores.

Causa ainda mais indignação quando se  tem a informação de que há equipamentos disponíveis que poderiam  ser  utilizados na tentativa de minimizar  a situação e estão inoperantes. É o caso do scanner da Polícia Rodoviária Federal, equipamento adquirido pelo governo federal em dezembro de 2012, ao custo de R$ 2,5 milhões, que não está sendo usado pois não há efetivo suficiente para  o trabalho. O uso é esporádico, em operações especiais e até levados para outros Estados, como se em Mato Grosso do Sul não houvesse real necessidade . Em relação ao governo estadual, também há promessa da  aquisição do mesmo tipo de aparelho e que isso dependeria de acordo com a PRF, pois os policiais é que iriam operar o scanner comprado pelo Executivo. Ou seja, chegou a encruzilhada que dificilmente terá caminho viável a curto prazo. Ainda é uma icógnitca, pelo menos, para a maioria da população, qual a estratégia do secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública, Silvio César Maluf.

As fronteiras estão abertas, livrespara o tráfico de drogas e armas e o contrabando. A região torna-se ponto fixo de trabalho dos criminosos, que veem  na facilidade de ir e vir o maior atrativo. O volume de uma apreensão só mostra o poderio das organizações criminosas: no dia 19 de agosto, foram apreendidos 427 quilos de cocaína, carga avaliada em aproximadamente R$ 5, 5 milhões. A droga estava em caminhão, escondida em meio a carga de soja. Esta foi a segunda maior apreensão do ano. Antes, em janeiro, foi 1,4 tonelada de cocaína, em Corumbá. É de se comemorar quando os policiais conseguem alcançar feitos como estes e todas as apreensões feitas até agora. Porém, a falta de estratégia mais incisiva dão a impressão que são “feitos formiguinha”, enquanto outros carregamentos, mesmo que menores, só que recorrentes, continuam passando. Enquanto isso, scanner está encostado, sem uso e novas ações são desconhecidas.

editorial

A macroeconomia e o reflexo na vida real

O que chamamos de qualidade de vida, que muitas vezes parece apenas uma sensação é, em grande parte, resultado de indicadores macroeconômicos robustos

15/11/2025 06h30

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A economia pode parecer, muitas vezes, um assunto distante das preocupações imediatas do cidadão. Mas, na prática, é justamente o contrário. Os efeitos da microeconomia, aquilo que sentimos no dia a dia – preço do supermercado, reajuste do aluguel, salário que entra, contas que saem, taxas de juros que apertam –, são os primeiros sinais de que algo vai bem ou mal no País, no Estado ou até mesmo no bairro. É por meio da vida real que percebemos, antes de qualquer gráfico ou relatório técnico, como anda a saúde econômica ao nosso redor.

Nesta edição, mostramos que a fotografia mais recente do desempenho macroeconômico de Mato Grosso do Sul é positiva. Mesmo sendo uma fotografia de 2023 – dado o atraso natural das medições oficiais do IBGE –, ela revela um Estado forte, pujante e em ritmo acelerado de expansão. Os dados indicam que, naquele ano, Mato Grosso do Sul registrou o segundo maior crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil. Não é pouca coisa. Trata-se de um resultado que coloca o Estado entre os protagonistas da economia nacional e que, ao longo do tempo, repercute na vida de todos.

O crescimento acima da média nacional não é um episódio isolado. Há anos Mato Grosso do Sul mantém um ciclo consistente de expansão econômica, impulsionado por setores como agropecuária, indústria de transformação, energias renováveis e serviços. Pode parecer que essas cifras, medidas em bilhões, pertencem apenas ao campo técnico dos economistas. Mas a verdade é que esses números reverberam diretamente no cotidiano, ainda que nem sempre de maneira explícita.

Quem costuma viajar pelo País percebe com clareza essas diferenças. Em estados onde o PIB per capita é mais baixo, a renda disponível é menor, os salários são diferentes, os serviços oferecidos têm outro padrão e, até nos pequenos detalhes, o contraste é visível. A economia, afinal, molda comportamentos, oportunidades e expectativas de vida. O que chamamos de qualidade de vida – que muitas vezes parece apenas uma sensação – é, em grande parte, resultado de indicadores macroeconômicos robustos.

E qualidade de vida não se restringe ao bolso. Ela envolve segurança, mobilidade, acesso à saúde e à educação, tempo livre, bem-estar urbano. Tudo isso é micro: está na vivência de cada pessoa, em cada rua, em cada rotina. Mas para que esses aspectos se consolidem, há um custo, ou melhor dizendo, um investimento. Municípios e estados só conseguem garantir serviços melhores quando há desenvolvimento econômico suficiente para sustentar essa engrenagem.

Por isso, índices macroeconômicos positivos são mais do que uma boa notícia para especialistas. Eles se traduzem, ao longo do tempo, em oportunidades profissionais, valorização imobiliária, novos negócios, mais empregos formais, acesso a bens e serviços de melhor qualidade. Vai muito além da estatística, é um ciclo que reforça o desenvolvimento humano e social.

A expectativa, daqui para a frente, é que Mato Grosso do Sul consiga não apenas manter esse ritmo, mas aprofundá-lo. Crescimento sustentado exige planejamento, diversificação de setores e políticas públicas que estimulem inovação, qualificação profissional e competitividade. Exige, também, sensibilidade para garantir que o progresso não seja apenas macro, mas se reverta em melhorias concretas para a população.

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ARTIGOS

Vargas elegeu Dutra, Lula elegeu Dilma, e Bolsonaro elegeu Tarcísio

Umas maiores do que as outras, e todas nos remetendo à sua magia, aos seus encantos, desencantos, emoções, decepções, tormentos, angústias, mágoas e ressentimentos. São os rastros deixados pelos embates eleitorais

14/11/2025 07h45

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Essa é a fotografia mais explícita da política brasileira, ao evidenciar a força das suas maiores lideranças ao respaldarem os seus indicados para a conquista das principais posições majoritárias nas disputas eleitorais do nosso país.

Essa afirmação está esculpida nos anais da nossa história. Não tem como ser borrada. Cada eleição é única e sempre acompanhada das suas circunstâncias sempre desafiadoras. 

Umas maiores do que as outras, e todas nos remetendo à sua magia, aos seus encantos, desencantos, emoções, decepções, tormentos, angústias, mágoas e ressentimentos. São os rastros deixados pelos embates eleitorais.

Essas não são marcas deixadas nos nossos campos de batalhas eleitorais. Alcançam todas as nações civilizadas. Mas todas essas características de traços desafiadores precisam ser passageiras. Precisam também fazer parte das páginas viradas da história política dos seus protagonistas.

Os exageros eventualmente cometidos precisam ser debitados por conta de um sentimento que brota de cada qual e que tem por objetivo principal levar a luz, a prosperidade e o progresso para todos. Os exemplos magníficos de lideranças explícitas os temos em quantidade generosa.

Basta a citação de alguns deles, como estampado no título do presente artigo, para respaldar nossa assertiva. Felizardos que não disputaram uma única eleição e chegaram em postos importantes por meio das bênçãos dos seus padrinhos políticos.

Escorado nesse diapasão inteligente, ninguém tem o condão mágico de mudar o que já está esculpido nos anais da nossa história. Ninguém.

E nessa quadra de pensamento, a interpretação correta do desenho que está sendo arquitetado para o quadro político nacional em 2026 mostra como será a corrida eleitoral rumo ao Palácio do Planalto.

As enquetes de opinião pública realizadas pelos nossos principais instituto de pesquisas apontam que o ex-presidente Bolsonaro é o único candidato com credenciais para vencer o atual mandatário da nação.

As outras tantas e importantes lideranças que surgem nesse contexto não têm ainda essa força eleitoral esparramada em todos os quadrantes do território nacional para lograr esse intento nobre e generoso.

Nesse quadro, não existe outra alternativa a indicar outro caminho que não seja a polarização, por enquanto, já consagrada no seio da nação. Então, o quadro está definido, se não houver algum acidente de percurso.

Devemos deixar de lado as circunstâncias que escapam do radar da nossa mediana inteligência para exarar outro juízo de valor. Temos, então, nesse quadro o atual presidente da República, que já está em campanha e cantando sua vitória antecipadamente, e o outro, que mesmo segregado ainda está vivo e respira.

Tem a sua sobrevida respaldada pelos apoios que recebe das suas principais lideranças nas duas Casas do Congresso Nacional.

Dia desses; o coach e candidato derrotado à prefeitura de São Paulo (SP) Pablo Marçal postou em suas redes sociais uma afirmação provocativa.

Disse, com todas as letras, que o atual presidente da República dificilmente perde as próximas eleições porque está com o poder em suas mãos e ainda tem o apoio incondicional das principais instituições, que lhe dão a sustentabilidade que necessita para o cumprimento de um eventual quarto mandato. O empresário e político incorreu em ledo engano! Falou bobagem.

Desconheceu os retratos explícitos e apontados pela política nacional. Sua afirmação não tem alicerce para sustentar tamanha abrangência. A política é cheia de surpresas, de lances emocionantes.

Uma palavra mal colocada, aliada a confrontos desnecessários e um erro de interpretação sobre temas de grande interesse nacional, pode ocasionar a sua derrota.

Isso já aconteceu intra e extramuros. Agora é só aguardar os desdobramentos pela anistia ou ainda uma eventual decisão da Justiça favorável à sua indicação como postulante ao Palácio do Planalto.

Se isso ocorrer, a disputa será acirrada, voto a voto. Se não ocorrer e outro for o candidato apontado pelo ex-presidente para concorrer à Presidência da República, capaz de surpreender, então Vargas, Lula e Bolsonaro estarão rigorosamente empatados nas indicações dos seus indicados a se investirem na magistratura suprema da nação brasileira. Quem viver, verá esse desenlace! Acredite!

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