Poderíamos falar sobre “os poderes” visíveis e os invisíveis. Para o momento, devemos nos focar a respeito do que pode ser considerado o mais justo, o mais tangível, o mais cobiçado, que desperta seduções, às vezes perverso, às vezes bondoso, às vezes justo, às vezes inteligente, às vezes burro – O Poder Representativo.
Considerado como a mola propulsora da democracia moderna, o Poder Representativo contemporâneo está em processo de falência por disseminar a corrupção nas suas mais diversas práticas.
Com o conhecimento amplo dessa prática, graças à mídia em geral, um desencanto perigoso toma conta da consciência coletiva. Perigoso, pois não há alternativa ideológica para abrigar as esperanças individuais e coletivas. Perigoso, pois costuma atrair vilões com receitas mágicas e onipresentes. Perigoso, pois este desencanto há muito conhecido nos bastidores da prática política, sabe-se, agora, com maior clareza, que o poder representativo vem sendo utilizado, a bom tempo, para praticas opostas, e bem opostas, a função real do poder representativo. Assim, nada mais justo do que este desencanto com o que era para distribuir riquezas geradas por todos ser utilizada para a obtenção do lucro fácil, espúrio e muito, muito egocêntrico. Talvez, seu maior impacto não se encerra na prática, mas nas consequências.
Ao tomar conhecimento desta prática nas instituições destinadas a disseminar uma prática de zelo às coisas do bem coletivo, os que mais se ressentem são os mais idôneos, obedientes e cívicos. Possivelmente, adoecem sem conhecer suas razões. A decepção é o vírus que se incuba no corpo moral da sociedade.
Será esta pratica tolerável na ótica do capitalismo selvagem ou será um desvio de caráter?
Para nós, os normais da sociedade civil pública, a pessoa que tudo faz para ocupar um cargo no Poder Representativo, objetivando exercitar coisas de seu ego pessoal ou para mirar no lucro fácil e escuso é um desvirtuado moral, pois sabe distinguir o que é certo e o que é errado, o que moral e ético e o que é amoral. Portanto, tem consciência do que faz e isso merece reflexão acompanhada de extrema preocupação, pois estamos diante de um quadro de transtorno de personalidade antissocial e não adianta contemporizar.
Para o CID-10 (Código Internacional de Doenças),acaracterística essencial do Transtorno da Personalidade Antissocial é um padrão invasivo de desrespeito e violação dos direitos dos outros, que inicia na infância ou começo da adolescência e continua na idade adulta. Este padrão também é conhecido como psicopatia, sociopatia ou transtorno da personalidade dissocial. O engodo e a manipulação são aspectos centrais do Transtorno da Personalidade Antissocial. (na CID.10 é F60.2) - 301.7 - PERSONALIDADE ANTISSOCIAL - DSM.IV).
Claro que há exceções, temos gente que merece nosso respeito, mas pelo que se tem visto ultimamente pela mídia, ao revelar a prática de atitudes escusas à lei e à moral civilizada, certamente a crise política que está existindo, nestas proporções, é em razão do tipo de caráter que ocupa e exercita o poder. Afinal, o poder representativo foi concebido pelo próprio homem para educar seus ímpetos egocêntricos. Neste sentido, certo desprendimento do próprio umbigo pode ser considerado uma primeira virtude para o exercício deste tipo de poder, tão essencial à saúde da vida em sociedade.
Por enquanto, o único poder que almejo é de continuar a cuidar de beija-flores no quintal de casa.