Democracia, na versão moderna, é “governo do povo e pelo povo”. Sua origem vem do grego demokratia, cujo significado é “poder do povo” (Wikipédia). Na Grécia antiga, o monarca editava leis, submetendo-as ao populacho, que se reunia nas praças públicas para referendar o edito governamental. Não havia eleições.
O público levantava a mão direita em aprovação (sim); e a mão esquerda para reprovação (não). Na verdade, tratava-se de um mero referendo popular, nos moldes insculpidos na Constituição.
Interessante observar, que o sistema democrático de governo surgiu eficazmente no ano de 1213, na Inglaterra, quando o rei João Sem Terra convocou quatro cavaleiros discretos, oriundos cada um de quatro condados diferentes, “para conversar sobre os assuntos do reino”.
Quatro séculos depois, ainda na Inglaterra, desta feita no reinado de Jaime II, em 1688, surgiu o sistema de governo representativo, imposto pela “Gloriosa Revolução”, que expurgou definitivamente o absolutismo, aperfeiçoando-se o sistema democrático de governo.
Mais tarde, a Revolução Francesa (1789/1799) aboliu o feudalismo, surgindo o governo calcado na tripartição dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, inter-independentes entre si, sob a égide da trilogia “Liberté, Égalité e Fraternité”.
Portanto, o Estado Democrático de Direito surgiu para garantir a liberdade dos súditos. A História Universal demonstra cabalmente a luta dos povos oprimidos em busca de liberdade e paz.
Na ausência desses elementos essenciais à vida, imperará o despotismo, e suas garras avassaladoras. No Brasil, hoje em dia, “democracia” é apanágio protetor das falcatruas institucionalizadas em nosso meio político-administrativo, perpetradas por políticos cínicos, que escarram na cara do povo brasileiro a todo instante.
A assustadora maioria de “representantes do povo”, eleitos democraticamente em eleições livres, achincalham a democracia, servindo-se dela como couraça a dar proteção a seus crimes.
Em conluio com criminosos da vida privada, eles extravasam a corrupção em todos os setores da vida pública e privada, desmoralizando cinicamente perante o mundo a democracia brasileira.
De outro lado, agitadores fecham rodovias a qualquer momento do dia ou da noite, molestando os usuários com prejuízos incalculáveis, mas não podem ser castigados diante de seus “direitos democráticos”, mesmo gerando graves prejuízos ao livre tráfego de veículos, comumente transportadores de pessoas necessitadas e cargas perecíveis.
Insanos “sem-terra” invadem propriedades produtivas, e já chegaram a derrubar de uma só vez mais de sete mil pés de laranja de uma propriedade rural, mas não foram punidos, porque têm “direito” de se insurgirem contra a morosidade da reforma agrária.
Grevistas fecham entidades da mais estrita necessidade pública, gerando prejuízos pessoais e econômicos de impossível ou difícil reparação. Todavia, a “democracia” os protege.
Índios barbarizam propriedades privadas produtivas, e descumprem debochadamente a ordem judicial de reintegração de posse, mas não podem ser molestados pelas autoridades, porque a “democracia” impede o rigor da polícia.
Vai longe a lista de desaforos atentatórios à ordem pública, praticados por corruptos, bandidos, psicopatas, baderneiros, e toda essa súcia de malfeitores impunes, protegidos por uma “democracia” fabricada por leis subjetivas, que atendem seus interesses pessoais.
Destarte, vivemos num País convulsionado pela miséria moral, que avassala os foros democráticos da civilização. O que assistimos diariamente nos noticiários nacionais, mormente na televisão, causa vergonha aos modestos brasileiros, cumpridores de suas obrigações.
Os personagens desse cinismo generalizado riem-se da fraqueza da lei, e da consequente inoperância das autoridades competentes. O Poder Judiciário tornou-se objeto de manipulação, a serviço da desordem jurídica. Liminares se cruzam incoerentes entre si, favorecendo corruptores e corruptos.
É a vergonha nacional em desfile. Vejo-me instigado a dar vivas a Getúlio Vargas e a Castelo Branco!