Segundo vários e respeitáveis autores, “Evangelho” significa a boa nova do Novo Testamento nos primórdios da era cristã. Ou seja, é a boa notícia da chegada do Messias Prometido, Nosso Senhor Jesus Cristo, salvador da humanidade e vítima do maior erro judiciário de todos os tempos. Surgiram então os pregadores do Evangelho, os quais palmilhavam as estradas poeirentas da Galileia propagando a fé cristã, após a ressurreição de Cristo. Dedicaram-se à obra por mais de trezentos anos em várias comunidades no trabalho de “pesca de almas para Cristo”, primeiramente nas regiões do Oriente Médio e posteriormente em Roma, onde chegavam depois de causticante peregrinação sem conforto algum, sofrendo os reveses da intempérie. Em Roma, eram perseguidos brutalmente: muitos foram jogados aos leões bravios e outros mortos implacavelmente por gladiadores – tudo sob o delírio frenético das multidões nas arenas do monumental Coliseu Romano.
No ano 380 d.C., sob a égide de Teodósio I, O Grande, e influências de Constantino Magno, Roma se converteu ao cristianismo pelo Edito de Tessalônica, denominando-se “católica”, termo oriundo do grego, que significa “universal” ou “geral”, e assim a fé cristã romana foi batizada como Igreja Católica Apostólica Romana, calcada na fé cristã e na cultura da moral e dos bons costumes tradicionais romanos, com a finalidade de arrebatamento de almas para Cristo.
A história da Igreja Católica Apostólica Romana é rica em fatos relevantes na defesa do cristianismo, não sendo poucas as situações de guerra e convulsões sociais que enfrentou pelo mundo afora, mormente na tumultuada Europa. Surgiram fortes divergências entre vários sacerdotes católicos na Alemanha, quando Martinho Lutero “rasgou a bula papal”, em protesto contra as indulgências vendidas aos fiéis, e na França, quando o teólogo João Calvino aderiu ao protestantismo, juntando-se a vários sacerdotes católicos insurretos, com os quais fundou a Igreja Protestante, desfalcando consideravelmente a Igreja Católica, que ficou enfraquecida pela insidiosa polêmica do “protestantismo”.
O “Protesto” se engrandeceu na Europa, mormente na Alemanha, França, Holanda e Inglaterra, e nos Estados Unidos influenciados pelos imigrantes europeus, que entrarem no país em grande número a partir do Século 16. No Brasil, no início do Século 19, chegaram os primeiros missionários protestantes, com a missão de catequizar os índios e as populações “incrédulas”. Missionários batistas e presbiterianos chagavam aqui paupérrimos. Sem ajuda de natureza alguma, partiam para as missões nos sertões bravios, fazendo nascer em nosso País um protestantismo fiel a Cristo, disposto a corrigir os erros da Santa Igreja Católica de impor a fé cristã a ferro e fogo.
Depois da promulgação da Constituição de 1946, começou a surgir no Brasil grande número de igrejas evangélicas, que se multiplicaram – e se multiplicam – de forma descontrolada, cujos pastores passaram a dominar os meios de comunicação de massa, mormente a televisão, graças à grande arrecadação de dinheiro dos fiéis. Basta a qualquer pessoa alugar um salão ou ajeitar um galpão no quintal de sua casa para abrir uma igreja evangélica sem se preocupar em submeter-se ao curso de teologia no seminário, o que favorece o surgimento de pastores corruptos a enganar os incautos e ganhar dinheiro fácil sem pagar imposto.
Diariamente na televisão, programas religiosos ocupam longos espaços noite e dia, predominando os evangélicos, mostrando pastores fazendo “milagres” diante das câmeras, numa grotesca exibição teatral. Como dito, o sistema laico brasileiro exime a religião do pagamento de impostos, o que, sem dúvida, abre as portas do protestantismo a mercenários em busca do lucro fácil, os quais se utilizam do vídeo para se mostrarem aos telespectadores como santos milagreiros – na realidade, anticristos hipócritas, como os mercadores do templo, expulsos por Jesus Cristo a pontapé.
Urge, portanto, regulamentar a cobrança de impostos, impondo também aos religiosos o dever cívico de pagar tributos ao governo, cumprindo assim o mandamento imperativo de Jesus Cristo: “A César o que é de César”.