“Planejamento de longo prazo não lida com decisões futuras, mas com o futuro de decisões presentes.” (Peter Drucker)
A motivação de escrever este artigo reside na grande preocupação da pergunta: para qual rumo vai Campo Grande? Quais são as características da capital que queremos? As prefeituras planejam a “longo prazo”? Está se obedecendo a este planejamento estratégico ou simplesmente administrando os “tapa- buracos” ou as crises do dia a dia?
A cada troca de prefeito existe a descontinuidade administrativa, ou seja, inicia-se sem recursos financeiros, sem atender, portanto, às necessidades da população. Queremos uma cidade administrada por técnicos burocráticos onde a única preocupação é o atendimento às leis, mas, ZERO de empreendedorismo? Aspiramos a uma comunidade onde quem estabelece as condições do planejamento urbano é a especulação imobiliária? A saúde, a educação, a cultura, o esporte, o trânsito e tantos outros setores foram modernizados a fim de construir uma localidade do futuro?
Em análise da conjuntura econômica, vivemos inúmeras crises: o planejamento urbano está na UTI por pressões articuladas; a situação financeira do município, idem; o trânsito, em poucos anos, estará imobilizado. Existe um conselho municipal que objetiva dar intelectualidade, criatividade e modernidade ao governo?
Vivemos um período de “guerra do poder” politico/econômico, onde todos querem “abocanhar” sua fatia e dominar a situação do gestor público, ora ajudando ora destruindo a imagem deste até que novas eleições surjam. E, assim, caminha a humanidade...
O prefeito bem quisto para o senso comum é aquele que possui habilidades de fazer acordos com o poder econômico local, com sindicatos, com ministério publico e com todos os tipos de “pressões”: do empreguismo, dos fornecedores, dos parentes, dos amigos e, assim, o tempo se esvai.
Imaginem, vocês, a “cabeça” do bom prefeito que, ao assumir, embora amando a sua cidade, precisa se preocupar com a miserabilidade do ser humano e, destarte, perdendo seu tempo em detrimento da administração pública!
Considerando que Campo Grande tem 116 anos de gestão municipal e a grande preocupação, lá pelos idos de 1921, na gestão do intendente Arlindo Andrade, era construir um local com amplas vias arborizadas, concluímos que já havia um cuidado com o belo, a modernidade, o futuro. Será que também era refém do poder político/econômico ou achava-se comprometido com o glorioso futuro da nossa capital? Hodiernamente, quem o está?
Porém, tudo isso é um reflexo da ambição econômica. Muitos querem aproveitar-se do município, sugando-o. Uma sociedade com este tipo de cultura, que é eminentemente marcada pelas imagens da constante transformação politica, ora avançando ora retrocedendo, provavelmente viverá a fugacidade, a artificialidade, a inautenticidade tornando-se fragmentada e vulnerável no seu desenvolvimento.
Sendo este um lugar onde se escreve uma história do repertório coletivo em cujo espaço e tempo a convivência nem sempre é harmoniosa, porquanto formada por múltiplos, variados e heterogêneos conjuntos de atores sociais que a todo o momento estão se revoltando e não mais aceitando a velha politica, urge pensar com mais amor nossa cidade, deixando os egos à parte.