Artigos e Opinião

ARTIGO

Henrique Eduardo Alves: "Mato Grosso do Sul e o fogo olímpico"

Ministro do Turismo

Redação

07/08/2015 - 00h00
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O turismo é feito de narrativas. Em 2016, o Brasil terá uma excelente oportunidade para construir um imaginário global positivo sobre o País. A um ano da Olimpíada e Paraolimpíada, temos pressa para preparar as peças do imenso mosaico que vai formar a imagem da nossa nação, quando o mundo olhar, mais uma vez, para o País. Enganam-se aqueles que pensam que esse é um assunto exclusivo para a Prefeitura do Rio de Janeiro, para o governo do estado ou, no máximo, para o governo federal. Trata-se de uma oportunidade para a capital Brasília e os outros 26 estados.

Na Copa do Mundo, quase 500 municípios foram visitados. Os mais céticos ou críticos argumentarão que o mundial de futebol foi pulverizado por 12 cidades-sede, enquanto os jogos olímpicos serão concentrados no Rio de Janeiro e em outras cinco cidades onde ocorrerão as partidas de futebol – Brasília, São Paulo, Belo Horizonte, Manaus e Salvador. No maior evento esportivo do mundo, no entanto, teremos o tour da tocha, uma chance de ouro para distribuirmos os ganhos para todo o País.

O fogo olímpico vai percorrer o Brasil, e as imagens geradas serão distribuídas pelo mundo. A criatividade, o carisma e a espontaneidade do brasileiro serão capazes de cativar turistas em potencial espalhados pelo mundo.

Pouco a pouco, mostramos a nossa competência em organizar grandes eventos para diversos perfis de públicos. Num passado recente, sediamos a Rio+20, Jornada Mundial da Juventude, Copa das Confederações e Copa do Mundo. O “Não vai ter Copa” ou “imagina na Copa” cederam espaço para um clima de euforia espalhado pelas ruas e difundido pelas mídias nacional e internacional.

Aceleramos a curva de aprendizado e antecipamos investimentos necessários para o Brasil transformar-se numa potência turística por conta desses eventos. Temos atualmente as melhores condições de disputar em nível global o viajante internacional. O estudo bienal focado no turismo do Fórum Econômico Mundial revela que somos o país mais competitivo do setor na América Latina. Subimos 23 posições, de 2013 para 2015. Antes do mundial de futebol, aparecíamos em 51º lugar, num ranking de 141 nações. Saltamos para a 28ª colocação este ano. No item “atrativos naturais” somos líderes globais. Avançamos também nos quesitos recursos culturais e humanos, infraestrutura turística e de transporte aéreo, passagens aéreas e hotelaria.  

Todas essas vantagens de nada adiantarão, se não soubermos aproveitar as oportunidades que conquistamos para aumentar o interesse do estrangeiro e do brasileiro por conhecer o próprio país, por meio de narrativas únicas.

Das lições aprendidas nos últimos eventos, destaca-se a importância do planejamento. O Ministério do Turismo vai reunir no início de setembro, em Brasília, governadores, prefeitos, secretários de turismo e representantes da iniciativa privada, para sensibilizá-los da importância da Olimpíada para o turismo brasileiro. Também, sob o comando da presidenta Dilma Rousseff, vamos circular por todos os estados para, em reuniões técnicas, preparar o tour da tocha. Definir metro a metro o roteiro de 20 mil quilômetros a ser percorrido pela tocha, que será transportada por 12 mil pessoas. 

Em Mato Grosso do Sul, a tocha vai pernoitar em Campo Grande e Dourados. O engajamento de todos é fundamental para transmitirmos ao mundo a mensagem que queremos e despertar o interesse de milhões de turistas em potencial para esse país. Os elementos nós temos. O desafio é juntar as peças, construir a narrativa e criar o sonho tão essencial para o turismo. 

EDITORIAL

É preciso aperfeiçoar o Bolsa Família

A confiança pública no programa depende da capacidade do governo em garantir que o benefício chegue a quem realmente precisa e apenas a essas pessoas

12/11/2025 07h15

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O Bolsa Família é um programa que se consolidou como uma das principais políticas públicas do Brasil contemporâneo. Criado com o propósito de combater a pobreza e reduzir a fome, o programa tornou-se símbolo de uma agenda social que atravessou governos de diferentes espectros ideológicos.

Embora tenha ganhado forma e notoriedade no primeiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva, nos anos 2000, sua origem remonta ao fim da década de 1990, no governo de Fernando Henrique Cardoso, com o então Bolsa Escola – embrião da política de transferência de renda que viria a se transformar no modelo unificado do Bolsa Família.

Desde então, o programa sobreviveu a sucessivas mudanças de gestão, ajustes fiscais, crises econômicas e até a alternância de poder entre partidos historicamente rivais.

Nem mesmo o governo de Jair Bolsonaro (2019-2022), que o rebatizou de Auxílio Brasil, ousou extingui-lo. E, após a pandemia de Covid-19, o benefício retornou ao nome original, reafirmando sua importância na proteção social das famílias em situação de vulnerabilidade.

Essa permanência, por si só, é um sinal inequívoco de que o Bolsa Família veio para ficar – não como uma bandeira partidária, mas como uma política de Estado, necessária e inegociável para um País que ainda convive com desigualdades profundas.

Contudo, a consolidação de um programa social não o torna imune a falhas ou a distorções. Ao contrário, quanto mais amplo e duradouro ele se torna, maior deve ser a responsabilidade do Estado em garantir sua integridade. O Bolsa Família precisa urgentemente de aperfeiçoamentos, especialmente no campo do controle e da fiscalização. É inaceitável que um programa destinado a erradicar a miséria seja desvirtuado por fraudes, cadastros irregulares ou má gestão de recursos públicos.

Nesta edição, mostramos que a Polícia Federal de Mato Grosso do Sul desmantelou um esquema criminoso que fraudava o benefício, permitindo que até cidadãos estrangeiros recebessem indevidamente os pagamentos mensais.

Casos como esse não são isolados – e expõem falhas graves no sistema de triagem e verificação de beneficiários. O problema está, em grande parte, na estrutura do Cadastro Único (CadÚnico), que, apesar de ser o instrumento central de registro das famílias, permanece vulnerável a informações falsas e à falta de integração entre bancos de dados municipais, estaduais e federais.

É imperativo modernizar esse sistema. O País precisa de um cadastro social digitalizado, integrado e constantemente auditado, com cruzamento automático de informações fiscais, trabalhistas e migratórias.

Também é fundamental ampliar o controle sobre as prefeituras e seus Centros de Referência da Assistência Social (Cras), que são as portas de entrada do programa. A atuação local é essencial, mas não pode prescindir de supervisão técnica e de transparência nos cadastros.

O Bolsa Família deve continuar como um instrumento de justiça social, mas não pode ser refúgio para irregularidades. A confiança pública no programa depende da capacidade do governo em garantir que o benefício chegue a quem realmente precisa – e apenas a essas pessoas.

Zerar a miséria é um objetivo nobre, mas que exige seriedade, tecnologia e rigor na execução. 

ARTIGOS

Uso excessivo de telas impacta desenvolvimento infantil

O uso constante pode afetar a qualidade do sono, já que a luz azul emitida pelas telas interfere na produção de melatonina, o hormônio do sono

11/11/2025 07h45

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É cada vez mais comum vermos crianças, cada vez mais novas, expostas ao uso de telas. Além disso, o tempo de uso também está cada vez maior. Estudos mostram associação entre excesso de telas e dificuldades de atenção, sono e desempenho escolar.

Logo, é fundamental ter atenção não somente a esses riscos como também a redução da criatividade, das habilidades sociais e dependência em crianças que passam muito tempo consumindo conteúdo digital sem supervisão.

O cérebro infantil está com 95% da sua estrutura formada entre 0 e 6 anos, estando assim em pleno desenvolvimento. O uso constante pode afetar a qualidade do sono, já que a luz azul emitida pelas telas interfere na produção de melatonina, o hormônio do sono.

Isso pode impactar negativamente a memória, a aprendizagem e o desenvolvimento emocional.

O excesso também pode gerar uma sobrecarga de dopamina, um neurotransmissor relacionado ao prazer. Ao usar o celular por muito tempo, a criança é constantemente recompensada com estímulos rápidos e fáceis, como likes ou vídeos curtos, o que cria um ciclo de dependência.

Isso reduz a tolerância ao tédio e dificulta o envolvimento em tarefas que exigem esforço cognitivo, como leitura ou resolução de problemas.

Outros efeitos do uso: dificuldade de atenção e concentração; redução da motivação para atividades off-line, como brincar, conversar ou ler e deficits nas habilidades sociais e emocionais.

Veja alguns indícios de prejuízo pelo excesso de telas que pais e professores devem ficar atentos: irritabilidade ou agitação ao ser afastada das telas; desinteresse por brincadeiras presenciais ou leitura; dificuldade de concentração nas atividades escolares e redução da linguagem espontânea e das interações sociais.

Se esses sinais forem persistentes, é recomendável avaliar a rotina digital da criança e buscar a orientação de um profissional da área da saúde ou educação.

Segundo a Academia Americana de Pediatria (AAP), o tempo de tela considerado adequado para crianças varia conforme a idade: de 0 a 2 anos, deve-se evitar o uso, exceto em chamadas de vídeo com familiares; de 2 a 5 anos, o limite é de até 1h diária, priorizando conteúdos educativos e com acompanhamento de um adulto; para as crianças maiores, o uso deve ser equilibrado com um bom padrão de sono, prática de atividade física, brincadeiras livres e momentos em família.

Além da mediação no uso das tecnologias, é importante oferecer estímulos que favoreçam o neurodesenvolvimento infantil de forma ampla. Atividades como desenhar, escrever e explorar o ambiente contribuem para o aprimoramento da coordenação motora e da cognição.

É fundamental que pais, educadores e profissionais da saúde estejam atentos a esses efeitos e adotem estratégias para garantir um uso equilibrado e saudável das tecnologias. Lembre-se que as tecnologias não são inimigas, mas devem ser usadas com moderação respeitando a idade das crianças.

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