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Josemary Morastoni: "Se professor não é profissão, é paixão"

Pedagoga

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Como professora, posso lhes afirmar, ser professor é muito mais que lecionar, é ter um envolvimento muito maior do que apenas cumprir as demandas de um ofício. Neste texto, quero referenciar uma grande inspiração: o educador português Antônio Nóvoa. Um ser iluminado, pois além de reconhecido pela sua base técnica e teórica, ele promove o conhecimento com a alma e com o coração. Para ele, existem cinco pilares básicos para a formação de professores, que são construídos dentro da própria trajetória profissional, a partir do momento em que você decide ser professor. Independente do caminho que você vai seguir, os cinco P’s estarão presentes na sua vida. Vamos a eles:

Prática: não existe profissional que não tenha a necessidade de buscar conhecimentos para suas práticas. Mas, o professor, diferente de outras profissões, além de buscar conhecimentos de sua área específica, precisa encontrar recursos para poder promover tal conhecimento, é necessário conhecer novas metodologias, ferramentas, criar estratégias de relação com pessoas e na resolução de conflitos, portanto, precisa dominar o conhecimento técnico, as metodologias adequadas para cada contexto, as novas tecnologias e aplicar tudo isso com uma linguagem e ferramentas. Pois temos cada vez mais um modelo de vida social que impacta na forma como devemos trabalhar dentro das escolas e precisamos nos adequar a isto.

Profissão/Pessoa: a pouca valorização e reconhecimento do professor no Brasil já é um fato. Em alguns países, o professor é considerado um ser nobre, e até venerado por suas atribuições na formação de novas gerações. Alguns estudos apontam que nos últimos 20 anos, houve uma queda na valorização da profissão. Estamos acompanhando questões sociais, de políticas públicas, na qual a profissão tem cada vez menos prestígio, o que gera outra questão, poucos querem ser professores. Mas sua missão é nobre, por isso, autoconhecimento, autorreflexão podem contribuir com a maneira com que você professor, parta de sua história pessoal, de vida, de sua subjetividade para então formatar a sua identidade profissional.

Pessoa/Profissão: ser professor implica ter uma cobrança maior da sociedade comparado com a maioria das profissões, aqui, quero citar uma frase de Nóvoa: “Ensinamos aquilo que somos e naquilo que somos encontramos muito daquilo que ensinamos”. Então, ser professor é ter a sua essência enquanto pessoa como marca registrada, em muitos momentos, você não vai conseguir separar esses papeis, você será sempre um modelo para os seus alunos, muitas das suas decisões serão pautadas no seu pessoal, nem sempre sua profissão e seu esforço serão reconhecidos pela sociedade, mas isso faz parte do ônus da profissão, tenha isso claro. Esse é o seu caminho, mas com um detalhe, ele é um dos mais nobres, o de formar pessoas e colocar o seu coração em “campo” todos os dias.

Partilha : ser professor é partilhar o tempo inteiro e não apenas com seus pares. O aprendizado vem com os pais, com seus alunos, com uma aula que você preparou brilhantemente e deu errado, ou seja, o aprendizado é constante. Aprenda a partilhar, só assim se transformará num professor mais robusto. Entenda que muitas coisas dependem de você, mas que muitas outras você vai receber das diferentes turmas que você entrar, das escolas que você trabalhar, com os diferentes gestores e colegas que conviver, e, a partir dessa partilha, você vai adaptar essa aula que deu errado e, perceber que por mais que você tem um planejamento, partilhar e aprender com seus alunos e colegas, na minha perspectiva, é a grande riqueza da profissão.

Público: ser professor é ser público, é entender que você está exposto o tempo inteiro, partilhando experiências, o desgaste excessivo e a cobrança da sociedade são maiores, logo, a exposição é maior. Se você é ou deseja ser professor, mas não gosta de exposição, você está na profissão errada. Existem professores com excelentes formações, por vezes, mestres e doutores, mas se não tiver a habilidade de criar uma relação com pessoas diferentes, seja da Educação Básica ao Ensino Superior, apenas os atributos técnicos não são suficientes, a capacidade de ser público e lidar com pessoas tem que ser algo que se ame, do contrário, as dificuldades serão muitas.

Portanto, entendo que nos tornamos professores todos os dias, e não apenas para lecionar, mas sim para inspirar, aprender e ensinar.

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Multiverso feminino: o dom de ser todas em uma

08/03/2025 07h47

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A mulher carrega dentro de si muitos mundos, coexistentes em sua mente. Neles, estão contidos múltiplos papéis, desempenhados simultaneamente, de acordo com a fase que ela está vivendo. Além dos papéis inerentes ao universo feminino – filha, esposa, mãe, profissional, amiga, líder, guerreira e, muitas vezes, todos ao mesmo tempo –, existem universos paralelos que a transportam para diferentes dimensões.

Nesses universos, ela precisa manejar desafios, ser intuitiva em suas escolhas e, às vezes, visitar o mundo da fauna, tornando-se uma ursa ou elefanta para divertir seus filhos. Outras vezes, precisa ser super-heroína: estica-se como a Mulher Elástico para alcançar metas, usa braceletes do poder como a Mulher Maravilha para se desviar das adversidades e veste diariamente a capa da Supergirl para proteger aqueles que ama.

Dentro desse sistema em constante expansão, ela assume múltiplas funções: administradora do lar, babá, educadora, diarista, nutricionista, cabeleireira e organizadora de eventos. E, apesar dos desafios, ela os enfrenta com graça e beleza, compreendendo que cada papel desempenhado é uma oportunidade de crescimento, evolução e descoberta de novas facetas de si mesma.

No entanto, viver nesse multiverso não é “recarregável”. Não há uma pilha interna que possa ser trocada nem um plugue para ser conectado à tomada e restaurar suas forças em minutos. Ela precisa aceitar suas limitações, reconhecer que o cansaço faz parte da jornada e entender que não há vergonha em não dar conta de tudo.

O segredo está em fazer pausas para se reconectar. É essencial aprender a dizer não, impor limites e priorizar o autocuidado e o descanso. Acima de tudo, deve-se enxergar essa multiplicidade não como uma sobrecarga, mas como a expressão única do seu dom de ser todas em uma.

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Caminhos da Vida

08/03/2025 07h30

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A história da humanidade vai se construindo através de fatos e acontecimentos, frutos da convivência dos seres humanos. Tudo tem seu valor e sua influencia, principalmente por meio de obras materiais e culturais. Felizes serão sempre aqueles e aquelas que souberem dispor de seus talentos e de seus dons em favor dessa humanidade.

O estágio que nos acolhe no presente momento lembra um período muito especial nessa história, o período da Quaresma. O carnaval já passou. Suas glórias e agitações já passaram. Talvez permaneçam emoções e sentimentos alegres e sonhos para o arquivo pessoal, mostrando que sempre haverá o que comemorar.

Agora é Quaresma. Um período disponível para a meditação, para o silêncio interior, para as obras de caridade. Tempo em que o coração se faz mais sensível ao sofrimento e as mãos mais abertas para apaziguar a consciência e acionar a generosidade.

Quaresma é tempo sagrado como os demais tempos. Esse, porém, marcado especialmente como tempo de reflexão e oração. Para hoje, sugerimos um texto do Evangelho escrito por Lucas (Lc.1-4). Passagem essa que nos mostra o Mestre dos mestres ser molestado por satanás, que lhe oferece as mais tentadoras recompensa e os mais deliciosos prazeres.

O mundo sempre gira nesse cosmos como um caminho da felicidade. Tudo o que tenha para oferecer, o faz sempre com segundas intenções. Mesmo que o ser humano não veja maldade, será necessário estar em alerta, pois o lobo mau tem suas artimanhas enganadoras.

Por mais que trabalhemos o equilíbrio emocional, por mais que controlemos nossa mente e nossa organização espiritual, sempre haverá brecha pela qual, pela fragilidade humana, nos deixaremos seduzir por algo tentador. 

Somos portadores, por onde andarmos, de boas intenções, de espírito convicto e de sensibilidade perfeitamente respeitável. Sabemos que somos assim. Por mais que nos esforçarmos, sempre haveremos de olhar no caminho percorrido, e no caminho a percorrer, obstáculos do tamanho que se apresentarem.

Mesmo sabendo que existam tantos inimigos, quem esteja decidido a assumir uma responsabilidade, não temerá tentações de qualquer sorte que se apresente, o importante será sempre apostar a vida em algum valor. Ninguém será tão forte que possa impedir ser feliz. Diante do tentador, o Mestre foi forte e decidido.

Quando lhe ofereceu uma vida de prazer, respondeu: “Não só de pão vive o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus”. Quando lhe ofereceu poder, respondeu: “Somente a Deus adoraras e a ele prestaras culto”. Quando lheu oferece riquezas, também soube sabiamente responder, embora o inimigo continuasse com suas tentações.

Enquanto estivermos nesse mundo, estaremos caminhando em caminhos nem sempre tão agradáveis e tão seguros. São muitos os desvios. São muitas as placas indicando curvas perigosas e pedindo que ande mais devagar. E os caminhos que levam a Deus? Também são caminhos. Caminhos que devem ser percorridos com muito amor e grande responsabilidade e prudência.

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