Acordo num dia e vejo que a presidenta não é mais, e agora é seu vice que apesar da política de coalizão passa agora a defender um ideário oposto ao do governo que ele representava anteriormente. A seguir passo a pensar que o presidente e seu vice estão encarnados nas pessoas dos delatores Marcelo e Léo, grandes empresários capazes de comandar a estrutura física e econômica do País por meio do controle e compra de pontos- chaves na administração pública e terem financiado dois ex-presidentes no poder, por conta das suas habilidades empresariais.
A vontade de mudança reinante na mídia, imprensa, e em cabeças coroadas de intelectuais, cientistas políticos, personalidades e celebridades é tão grande que alçaram esses os corruptores a heróis nacionais por terem tido a coragem de contarem por “livre iniciativa e de moto-próprio” tudo que sabem sem interesses particulares (?) ou induzidos (?) exceção feita à colaboração premiada e com redução substancial das penalidades dos seus hediondos crimes.
Esse cenário já havíamos vivido quando da denúncia fratricida que resultou em afastamento presidencial, e na confissão de dirigente de partido político que desinteressadamente denunciara um esquema de corrupção mensal envolvendo autoridade governamental, na simples intenção ajudarem o País a se livrar dos malfeitores, sempre sob aplausos esperançosos. Ambos denunciantes viraram heróis.
De repente sob forte pressão de reformas administrativas, a expectativa da redução da inflação e recessão, desemprego e valorização cambial (notícias News Globais fajutas), me vejo submetido a uma nova chapa presidencial, os irmãos Batista; grandes empresários, heróis atuais, vindos de origem humilde, onde num passe de mágica um pequeno açougue em Minas passa abastecer de carne o “canteiro de obra de Brasília”, alimentando milhares de candangos, trabalhadores da construção civil. Moram na matriz (EUA), mas têm negócios no mundo inteiro, possivelmente na estação espacial, devendo ter dado apoio à campanha do Trump, com auxílio do Partido dos Trabalhadores.
Não só alimentaram de propina inúmeros políticos, autoridades, mandatários fracos de caráter, “aéticos”, como vêm sustentando as notícias diárias, por meio da divulgação de delações por vezes vazadas, outras liberadas, escutas por vezes autorizadas, outras ditas clandestinas, conversas por vezes assertivas, outras incongruentes, depoimentos por vezes verdadeiros, outras contraditórios, embora abrangentes, mas no fundo seletivas.
Em que acreditar nos noticiários ou em heróis fabricados? Assim era em Gólgota, no Calvário, em que Cristo era crucificado como eram os ladrões e assim então considerado, ladeado por dois deles, Dimas e Gestas, um bom, convertido, e outro assumido, ambos condenados pelos procuradores da época. Não nos esqueçamos de Barrabas, revolucionário, traidor, revoltoso, pertencente ao grupo zeloso (zelotes) partido judeu que lutava contra os romanos, que é preso, mas libertado pela vontade do populacho que o considerava herói, induzido a escolher para o sacrifício o “filho do Pai” ao invés do “filho de um pai” (Bar Abbas).
Em qualquer república desde Nauru (Oceania) aos EUA, passando pelas chamadas “das bananas”, as empresas corruptoras teriam sofrido intervenção do Estado, nacionalização, ou estatização, de modo a manter o funcionamento, os empregos e a economia, mas fora das mãos dos controladores, que estariam presos, com a pena determinada em função do prejuízo social, sem atenuantes ou liberdade acordada. Fico a imaginar um contraventor qualquer, ladrão de celular, contrabandista, traficante, fazendo uma delação premiada, pagando uma multa, e usufruindo do produto ilícito.
Um acordo de leniência (não realizado), um pagamento de uma multa, referente à qual prejuízo, e objetivamente para reparar o quê? Prejuízo dos acionistas da Petrobras que usufrui da cobertura dos consumidores? Penalização de empresas e paralisação de obras e serviços já realizados, em detrimento de investigações não concluídas, ou dos milhares de desempregados? Delações seletivas, inconsistentes, vazadas, truncadas, espúrias com objetivo não declarado? A quem interessa essa balburdia?
Parafraseando Curumim (menino) e Cunhatã (menina) antigos e felizes proprietários que habitavam essas Terras Brasiliensis, todo dia era dia de índio até que o homem branco aqui chegasse e começasse a roubar suas riquezas!