Artigos e Opinião

OPINIÃO

Luiz Fernando Mirault Pinto: "

Físico e Administrador

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Diz-se que refém é uma pessoa ou grupos (reféns) que permanecem sob o “jugo” (tacão) ou poder daqueles que o têm ou que se assenhoram da capacidade de julgar, decidir ou exercer autoridade por delegação, representatividade legal consentida sobre as pessoas, as sujeitando “persuasivamente” à aceitação e obediência por meio de força (física ou moral), fraudes, promessas falsas, convencimento, incutindo o medo e a incerteza.

Em um exercício reflexivo, podemos afirmar que somos todos reféns (refenizados) de alguma coisa; de grupos, partidos, governantes, ideologias, culturas, crenças, ou religiões, decisões, do tempo, escolhas, violências, impunidades, preconceitos, ressentimentos, personalidade e, principalmente, dos medos e das incertezas.  

A condição de refém se estende ao pensamento, desejo, vontade; incentiva a dúvida, a insegurança e o medo, restringindo a liberdade. Difere de sequestrado, que priva a pessoa da liberdade física e cuja submissão à intimidação pode se revestir ou travestir na aceitação da condição de subserviência pela demonstração enganosa de amizade, empatia, confraternidade, externando sentimentos de estima, solidariedade ao seu “captor”  ou “mito”(síndrome de Estocolmo), incluindo aí até a veneração.

O termo sequestro se caracteriza também quanto aos bens materiais, à apreensão ou arresto de haveres em troca de garantias ou contrapartida de direitos em litígios e imateriais (ético ou moral) como o “surrupio” ou cassação de direitos sociais (individual ou coletivo). 

Somos reféns da mídia que cotidianamente repassa informações sem a necessária critica a ”checagem” da veracidade; a difusão de assuntos com objetivos e interesses econômicos velados, ou ocorrências reproduzidas a partir de narrativas duvidosas (fakes). Bombardeados com reportagens sobre as mazelas sociais e os vitimados da bestialidade humana.

Ficamos adstritos às pregações messiânicas, doutrinas e preceitos religiosos nas madrugadas televisivas “refenizando” os insones; os “idiotics realities shows”, entretenimentos dominicais com programas de variedades repetitivos utilizando atores “refenizados”, ou opiniões descomprometidas e indevidas de ancoras despreparadas.

Submissos aos desmandos, às interpretações convenientemente esdrúxulas das normas regimentais, das legislações (incluindo a Carta), sobre as mudanças sociopolíticas colocando a sociedade no sentido e direção das incertezas, pela supressão de direitos individuais e coletivos quanto às conquistas sociais adquiridas, da censura intelectual por meio dos injustificáveis contingenciamentos, e argumentações exóticas e despropositadas nas áreas da educação, turismo, cultura, e meio ambiente resultando na abjeção da nossa inteligência.  

Sujeição a enredos fantasiosos sobre a necessidade premente das reformas estruturais associados à lenda da “quebra” do sistema de equipartição previdenciário, seu falso deficit, e a farsa dos benefícios privados; à burla da empregabilidade informal objetivando acelerar a produtividade industrial e a oportuna desconstrução e precarização das relações trabalhistas em troca da terceirização, traduz importantes eventos em somenos interesses.

Esse sequestro dos nossos supostos valores de cidadania e utópica liberdade de expressão se deve a aceitação de falsas promessas, mentiras, de grupos socialmente atrasados e ao efeito da excessiva tolerância (leniência) com os opressores da mente e suas convicções sobre a necessidade de um estado punitivo.

Modelos de políticas neoliberalizantes, associadas a mudanças de regimes e ideologias, por um lado culpam o estado da excessiva intervenção na economia, passando a promover as desregulamentações, as privatizações das empresas estatais, tudo em busca do estado mínimo, e a importância do mercado com a exacerbação do consumo e o incentivo à prática consumista diante do crédito escorchante; de outro, a desmoralização da política, o ataque às instituições democraticamente constituídas, o desmonte das estruturas administrativas, a divulgação do medo, da violência ensejando a necessidade de um estado repressor como meio de controle social.  

Aqueles que ainda duvidam e não se consideram atualmente subjugados, com certeza são reféns da própria ignorância (desconhecimento), ou neurônios importantes foram devidamente sequestrados a se exigir o desligamento do controle remoto.

ARTIGOS

Multiverso feminino: o dom de ser todas em uma

08/03/2025 07h47

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A mulher carrega dentro de si muitos mundos, coexistentes em sua mente. Neles, estão contidos múltiplos papéis, desempenhados simultaneamente, de acordo com a fase que ela está vivendo. Além dos papéis inerentes ao universo feminino – filha, esposa, mãe, profissional, amiga, líder, guerreira e, muitas vezes, todos ao mesmo tempo –, existem universos paralelos que a transportam para diferentes dimensões.

Nesses universos, ela precisa manejar desafios, ser intuitiva em suas escolhas e, às vezes, visitar o mundo da fauna, tornando-se uma ursa ou elefanta para divertir seus filhos. Outras vezes, precisa ser super-heroína: estica-se como a Mulher Elástico para alcançar metas, usa braceletes do poder como a Mulher Maravilha para se desviar das adversidades e veste diariamente a capa da Supergirl para proteger aqueles que ama.

Dentro desse sistema em constante expansão, ela assume múltiplas funções: administradora do lar, babá, educadora, diarista, nutricionista, cabeleireira e organizadora de eventos. E, apesar dos desafios, ela os enfrenta com graça e beleza, compreendendo que cada papel desempenhado é uma oportunidade de crescimento, evolução e descoberta de novas facetas de si mesma.

No entanto, viver nesse multiverso não é “recarregável”. Não há uma pilha interna que possa ser trocada nem um plugue para ser conectado à tomada e restaurar suas forças em minutos. Ela precisa aceitar suas limitações, reconhecer que o cansaço faz parte da jornada e entender que não há vergonha em não dar conta de tudo.

O segredo está em fazer pausas para se reconectar. É essencial aprender a dizer não, impor limites e priorizar o autocuidado e o descanso. Acima de tudo, deve-se enxergar essa multiplicidade não como uma sobrecarga, mas como a expressão única do seu dom de ser todas em uma.

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ARTIGOS

Caminhos da Vida

08/03/2025 07h30

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A história da humanidade vai se construindo através de fatos e acontecimentos, frutos da convivência dos seres humanos. Tudo tem seu valor e sua influencia, principalmente por meio de obras materiais e culturais. Felizes serão sempre aqueles e aquelas que souberem dispor de seus talentos e de seus dons em favor dessa humanidade.

O estágio que nos acolhe no presente momento lembra um período muito especial nessa história, o período da Quaresma. O carnaval já passou. Suas glórias e agitações já passaram. Talvez permaneçam emoções e sentimentos alegres e sonhos para o arquivo pessoal, mostrando que sempre haverá o que comemorar.

Agora é Quaresma. Um período disponível para a meditação, para o silêncio interior, para as obras de caridade. Tempo em que o coração se faz mais sensível ao sofrimento e as mãos mais abertas para apaziguar a consciência e acionar a generosidade.

Quaresma é tempo sagrado como os demais tempos. Esse, porém, marcado especialmente como tempo de reflexão e oração. Para hoje, sugerimos um texto do Evangelho escrito por Lucas (Lc.1-4). Passagem essa que nos mostra o Mestre dos mestres ser molestado por satanás, que lhe oferece as mais tentadoras recompensa e os mais deliciosos prazeres.

O mundo sempre gira nesse cosmos como um caminho da felicidade. Tudo o que tenha para oferecer, o faz sempre com segundas intenções. Mesmo que o ser humano não veja maldade, será necessário estar em alerta, pois o lobo mau tem suas artimanhas enganadoras.

Por mais que trabalhemos o equilíbrio emocional, por mais que controlemos nossa mente e nossa organização espiritual, sempre haverá brecha pela qual, pela fragilidade humana, nos deixaremos seduzir por algo tentador. 

Somos portadores, por onde andarmos, de boas intenções, de espírito convicto e de sensibilidade perfeitamente respeitável. Sabemos que somos assim. Por mais que nos esforçarmos, sempre haveremos de olhar no caminho percorrido, e no caminho a percorrer, obstáculos do tamanho que se apresentarem.

Mesmo sabendo que existam tantos inimigos, quem esteja decidido a assumir uma responsabilidade, não temerá tentações de qualquer sorte que se apresente, o importante será sempre apostar a vida em algum valor. Ninguém será tão forte que possa impedir ser feliz. Diante do tentador, o Mestre foi forte e decidido.

Quando lhe ofereceu uma vida de prazer, respondeu: “Não só de pão vive o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus”. Quando lhe ofereceu poder, respondeu: “Somente a Deus adoraras e a ele prestaras culto”. Quando lheu oferece riquezas, também soube sabiamente responder, embora o inimigo continuasse com suas tentações.

Enquanto estivermos nesse mundo, estaremos caminhando em caminhos nem sempre tão agradáveis e tão seguros. São muitos os desvios. São muitas as placas indicando curvas perigosas e pedindo que ande mais devagar. E os caminhos que levam a Deus? Também são caminhos. Caminhos que devem ser percorridos com muito amor e grande responsabilidade e prudência.

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