Aprender é mudar de posturas, ensinava Platão. A maior crítica entre especialistas acerca da crise no Brasil é, sem dúvida, o modelo econômico adotado pelo governo federal nos últimos 12 anos. A fórmula do fracasso: o tamanho do Estado, a alta carga tributária e a burocracia. As consequências estão sendo experimentadas por todos os brasileiros: a derrubada do PIB, a inflação de quase 10% ao ano, o declínio da atividade industrial, o desemprego, entre tantos outros males, que são frutos dessa política econômica.
Para buscar soluções e, principalmente, aparentar credibilidade na recuperação da economia, o planalto teve de optar por escolher um ministro da fazenda, cuja postura é diametralmente oposta ao governo e aos partidos de esquerda. Contudo, a presidente insiste em rezar na sua cartilha e não o contrário, e então a crise se agrava.
No nível estadual, temos o exemplo do Rio Grande do Sul, que vive uma crise sem precedentes, fruto de uma política irresponsável e populista de quatro décadas, o estado com o 4º maior PIB brasileiro agora é chamado de “Grécia brasileira”. E qual a razão? Mais uma vez, o tamanho do Estado, isto é, o governa gasta mais do que arrecada. E a solução seria arrecadar mais, violentando ainda mais os cidadãos com aumento de impostos, ou diminuir as despesas?
O Brasil é um país com uma das maiores cargas tributárias do mundo, a 2ª da América Latina, e, pior, consta no ranking elaborado pela IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação) pelo quinto ano consecutivo como a última colocação na análise que mede o retorno dos impostos: é o país onde os impostos arrecadados menos se convertem em serviços prestados à população.
Segundo os últimos dados divulgados pela Receita Federal, foram pagos em impostos 35,95% de toda a riqueza gerada no Brasil. O porcentual de impostos pagos pelos brasileiros sobre o total da economia supera ainda o que é pago por países como Estados Unidos (25,4%), Reino Unido (32,9%), Japão (24,3%), Turquia (29,3%), Canadá (30,6%) e Chile (29,3%).
O adágio de Platão no início do texto chama a atenção para a maneira de como o governo do Estado de Mato Grosso do Sul, que não mudou de postura e continua reproduzindo o que vem acontecendo no cenário nacional. Recentemente, o governador enviou à Assembleia Legislativa, em regime de urgência, um projeto que prevê o aumento de mais três impostos no estado: ICMS, IPVA e ITCD. Mais impostos não deveriam ser a única, tampouco, a melhor solução.
Em vez do aumento de carga tributária, uma reforma estrutural deveria ser feita para que o aparato público caiba dentro da receita. É uma questão de lógica e de ética. É hora de o governo mostrar à sociedade sul-mato-grossense uma nova política, como aquela apresentada no slogan de sua campanha. Se assim o fizer, poderá entrar para a história como o gestor público que não mediu esforços para enfrentar as despesas sem onerar ainda mais a população, já cansada de pagar todas as contas, sempre