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OPINIÃO

Rafael Britto: "Mudanças na desconsideração da personalidade jurídica"

Rafael Britto: "Mudanças na desconsideração da personalidade jurídica"

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Como se sabe, em 30/04/2019 foi editada pelo Presidente da República a Medida Provisória da liberdade econômica que em 20/09/2019 foi convertida efetivamente em lei. A Lei nº 13.874/2019, ou simplesmente Lei da Liberdade Econômica, como vem sendo chamada, implementou significantes alterações no âmbito do Direito Empresarial, que por certo irão impactar diretamente a vida do empresário brasileiro.

Uma das alterações que pretendemos tratar no presente texto diz respeito à desconsideração da personalidade jurídica das empresas.

Segundo o Código Civil as empresas adquirem personalidade própria no momento em que arquivam seus atos constitutivos no registro competente, geralmente exercido pelas Juntas Comerciais. Com o devido registro então, não é mais a pessoa dos sócios quem contrata, compra, vende ou exerce qualquer outra atividade dita empresária, e sim a própria empresa – Pessoa Jurídica. E por consequência, é a própria PJ, com seus bens, a responsável por eventuais débitos. A isso, o Direito Empresarial dá o nome de autonomia patrimonial da pessoa jurídica.

A desconsideração da personalidade jurídica é medida excepcional em que se busca justamente desconstruir a autonomia patrimonial, para fazer com que os sócios respondam com seus bens pessoais por dívidas contraídas pela pessoa jurídica.
 Anteriormente, o Código Civil, por meio de seu art. 50, exigia como requisitos para a desconsideração da personalidade jurídica, a ocorrência de abuso da personalidade jurídica que poderia se dar por confusão patrimonial ou de desvio de finalidade. Contudo tratava do assunto de forma genérica, não explicando detalhadamente como e quando poderiam ocorrer tais situações.

 Com o advento da nova Lei, foram inseridos cinco novos parágrafos no art. 50, que buscaram tratar dos requisitos (confusão patrimonial e desvio de finalidade) de maneira mais objetiva. Por exemplo, o parágrafo primeiro caracterizou o desvio de finalidade como “a utilização da pessoa jurídica com o propósito de lesar credores e para a prática de atos ilícitos de qualquer natureza” e afastou o entendimento de que a mera alteração do objeto social da empresa poderia caracterizar desvio de finalidade.

Por outro lado, a confusão patrimonial, foi tratada pelo parágrafo segundo, como  a ausência repetitiva de separação de fato entre os patrimônios da pessoa jurídica e dos sócios da empresa.

Por fim, outra importante alteração se deu na parte final do texto do próprio art. 50, no sentido de que, a personalidade jurídica somente poderá ser desconsiderada com relação aos sócios ou administradores que tenham se beneficiado direta ou indiretamente pelo abuso da personalidade.

Bem da verdade, as alterações legislativas nada mais fizeram que inserir na lei entendimentos já consagrados pelo STJ, o que a nosso ver é favorável, especialmente por favorecer pequenos empresários da “ponta da cadeia”, que muitas vezes não dispõem de recursos para levar seus casos à Corte Superior. 

É importante que se diga, que a “blindagem” oferecida pela autonomia patrimonial das pessoas jurídicas é instrumento válido e lícito de incentivo à atividade empresária e à economia como um todo, pois permite que o empresário, antes de iniciar sua atividade, saiba quais os riscos e qual parte de seu patrimônio pode eventualmente perder. 

Por tal razão nos parecem acertadas as alterações introduzidas pela Lei da Liberdade Econômica, vez que visam delimitar e especificar as ocasiões e situações em que a desconsideração da personalidade jurídica poderá de fato ocorrer, que como dito, deve se dar sempre de forma excepcional, preservando assim a autonomia patrimonial das pessoas jurídicas.

ARTIGOS

Multiverso feminino: o dom de ser todas em uma

08/03/2025 07h47

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A mulher carrega dentro de si muitos mundos, coexistentes em sua mente. Neles, estão contidos múltiplos papéis, desempenhados simultaneamente, de acordo com a fase que ela está vivendo. Além dos papéis inerentes ao universo feminino – filha, esposa, mãe, profissional, amiga, líder, guerreira e, muitas vezes, todos ao mesmo tempo –, existem universos paralelos que a transportam para diferentes dimensões.

Nesses universos, ela precisa manejar desafios, ser intuitiva em suas escolhas e, às vezes, visitar o mundo da fauna, tornando-se uma ursa ou elefanta para divertir seus filhos. Outras vezes, precisa ser super-heroína: estica-se como a Mulher Elástico para alcançar metas, usa braceletes do poder como a Mulher Maravilha para se desviar das adversidades e veste diariamente a capa da Supergirl para proteger aqueles que ama.

Dentro desse sistema em constante expansão, ela assume múltiplas funções: administradora do lar, babá, educadora, diarista, nutricionista, cabeleireira e organizadora de eventos. E, apesar dos desafios, ela os enfrenta com graça e beleza, compreendendo que cada papel desempenhado é uma oportunidade de crescimento, evolução e descoberta de novas facetas de si mesma.

No entanto, viver nesse multiverso não é “recarregável”. Não há uma pilha interna que possa ser trocada nem um plugue para ser conectado à tomada e restaurar suas forças em minutos. Ela precisa aceitar suas limitações, reconhecer que o cansaço faz parte da jornada e entender que não há vergonha em não dar conta de tudo.

O segredo está em fazer pausas para se reconectar. É essencial aprender a dizer não, impor limites e priorizar o autocuidado e o descanso. Acima de tudo, deve-se enxergar essa multiplicidade não como uma sobrecarga, mas como a expressão única do seu dom de ser todas em uma.

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ARTIGOS

Caminhos da Vida

08/03/2025 07h30

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A história da humanidade vai se construindo através de fatos e acontecimentos, frutos da convivência dos seres humanos. Tudo tem seu valor e sua influencia, principalmente por meio de obras materiais e culturais. Felizes serão sempre aqueles e aquelas que souberem dispor de seus talentos e de seus dons em favor dessa humanidade.

O estágio que nos acolhe no presente momento lembra um período muito especial nessa história, o período da Quaresma. O carnaval já passou. Suas glórias e agitações já passaram. Talvez permaneçam emoções e sentimentos alegres e sonhos para o arquivo pessoal, mostrando que sempre haverá o que comemorar.

Agora é Quaresma. Um período disponível para a meditação, para o silêncio interior, para as obras de caridade. Tempo em que o coração se faz mais sensível ao sofrimento e as mãos mais abertas para apaziguar a consciência e acionar a generosidade.

Quaresma é tempo sagrado como os demais tempos. Esse, porém, marcado especialmente como tempo de reflexão e oração. Para hoje, sugerimos um texto do Evangelho escrito por Lucas (Lc.1-4). Passagem essa que nos mostra o Mestre dos mestres ser molestado por satanás, que lhe oferece as mais tentadoras recompensa e os mais deliciosos prazeres.

O mundo sempre gira nesse cosmos como um caminho da felicidade. Tudo o que tenha para oferecer, o faz sempre com segundas intenções. Mesmo que o ser humano não veja maldade, será necessário estar em alerta, pois o lobo mau tem suas artimanhas enganadoras.

Por mais que trabalhemos o equilíbrio emocional, por mais que controlemos nossa mente e nossa organização espiritual, sempre haverá brecha pela qual, pela fragilidade humana, nos deixaremos seduzir por algo tentador. 

Somos portadores, por onde andarmos, de boas intenções, de espírito convicto e de sensibilidade perfeitamente respeitável. Sabemos que somos assim. Por mais que nos esforçarmos, sempre haveremos de olhar no caminho percorrido, e no caminho a percorrer, obstáculos do tamanho que se apresentarem.

Mesmo sabendo que existam tantos inimigos, quem esteja decidido a assumir uma responsabilidade, não temerá tentações de qualquer sorte que se apresente, o importante será sempre apostar a vida em algum valor. Ninguém será tão forte que possa impedir ser feliz. Diante do tentador, o Mestre foi forte e decidido.

Quando lhe ofereceu uma vida de prazer, respondeu: “Não só de pão vive o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus”. Quando lhe ofereceu poder, respondeu: “Somente a Deus adoraras e a ele prestaras culto”. Quando lheu oferece riquezas, também soube sabiamente responder, embora o inimigo continuasse com suas tentações.

Enquanto estivermos nesse mundo, estaremos caminhando em caminhos nem sempre tão agradáveis e tão seguros. São muitos os desvios. São muitas as placas indicando curvas perigosas e pedindo que ande mais devagar. E os caminhos que levam a Deus? Também são caminhos. Caminhos que devem ser percorridos com muito amor e grande responsabilidade e prudência.

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